Por Vera Luz
in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2012
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De onde vem afinal essa maravilhosa virtude que sempre nos faz continuar a nossa caminhada?
O que nos faz acreditar que, algures neste infinito Universo, iremos chegar onde queremos, conseguir o que desejamos ou ser o que mais ansiamos?
A Esperança é, para mim, o oxigénio, ou melhor a Energia, que nos empurra a continuar.
Esperança é o sentimento e certeza inabalável que algures, num Espaço e Tempo próprios, a paz, a harmonia e a abundância existem realmente.
Não podemos separar o conceito de Esperança dos nossos sonhos e dos nossos anseios. Em todos os extratos sociais encontramos pessoas com sonhos que após serem conquistados, logo dão lugar a novos. Quando somos jovens queremos ter um carro, quando temos um carro queremos uma casa, para pagar a casa queremos um emprego. Quando estamos tristes queremos estar felizes, quando estamos sozinhos queremos ter alguém. A Esperança é a força invisível que constantemente nos empurra para algo melhor e que nos faz sempre acreditar que é possível ser mais feliz, ter mais, ser mais, seja lá o que for.
Mas como explicar então que pessoas que viveram sempre vidas difíceis e desafiantes, que passaram por perdas variadas, que apenas experienciaram grandes e dolorosos testes, também acreditam que “um dia” as coisas melhoram? Como é que estas pessoas mantêm a Esperança de algo bom, se esse algo bom raramente é experienciado e está sempre a ser adiado?
Vamos tentar descobrir mais à frente...
Qualquer pessoa que já tenha iniciado a sua busca, que já tenha despertado para o seu caminho espiritual, está familiarizado com os conceitos de ego e alma.
Resumindo bastante, Alma é a nossa essência energética, ou seja, a nossa “parte de Deus”. Usando o termo da maravilhosa Astróloga Maria Flávia de Monsaraz, “Alma é isso que em nós sente”. É a parte de nós que é Eterna, que pula de vida em vida em constante busca de experiência na matéria.
É a Alma que nos condiciona a SER.
Ego está associado à nossa personalidade, é a parte de nós condicionada pela sociedade em que nascemos, pela educação que tivemos e que se manifesta na nossa necessidade de TER.
De acordo com esta divisão, podemos já diferenciar duas maneiras de ver a vida que irão originar dois tipos de sonho e que por consequência irão manifestar-se em dois tipos de Esperança; a Esperança de SER e a Esperança de TER.
Por ser a base do meu trabalho, vou recorrer à teoria da reencarnação da Alma para melhor explicar, então, porque é que dentro de todos nós, nas piores condições sociais, nos piores momentos da nossa vida, existe essa imagem de um mundo perfeito cheio de pessoas maravilhosas a viver em plena harmonia.
Segundo esta teoria, a Alma em nós contém todas as emoções possíveis de sentir pelo ser humano, tal como o maior Oceano mantém as mesmas moléculas numa gota de água.
Desde as mais intensas emoções como a raiva, a manipulação e o medo, passando pelos estados de tristeza, rejeição e solidão às mais agradáveis como a alegria, a gratidão e o amor, todas existem dentro de cada um de nós, mais ou menos conscientes e em maior ou menos intensidade. Por já as carregarmos e as conhecermos apenas em conceito, a intenção da Alma ao encarnar é apenas a de as poder experienciar. Tal como uma criança só conseguirá experienciar uma paixão quando se apaixonar.
De acordo com as experiências de vidas passadas, as experiências futuras de cada Alma são “programadas” ou melhor previstas para que a Alma as possa ir integrando. Conforme essas experiências vão sendo aceites e integradas, vão tornando essa Alma mais sábia. O objetivo final será a aceitação da experiência da Unidade na matéria, ou seja, viver o equilíbrio enquanto ser encarnado.
Enquanto não acordamos para esta realidade, enquanto o conceito “Alma” e de SER não é desperto dentro de nós, vivemos ligados ao ego, à parte de nós que se identifica mais com a experiência física, com as conquistas ao nível da matéria e como tal, com o TER.
Sempre que a Alma volta a “casa”, ou seja, desencarna, volta à sua origem, à sua Fonte. Afastada das três dimensões a que estamos sujeitos e que nos condicionam kármicamente, a Alma reencontra o seu ponto de equilíbrio e volta a ser a Unidade, não no mundo da experiência, mas no mundo do conceito.
Neste estado, também chamado de estado ”entre vidas” ela encontra a Plenitude. Segundo testemunhos vários que me foram relatados por quem já passou pela experiência em meditação, descreveu que neste estado/espaço, não há carência, falta, desequilíbrio absolutamente nenhum. É um puro, estático estado de SER. È a Paz e harmonia total. Chega a ser um estado difícil de explicar de tão diferente do desequilíbrio constante a que estamos habituados. Talvez seja daí que surge o conceito do Paraíso tão utilizado em certas religiões como por exemplo a Católica e a Muçulmana.
E era aqui que eu queria chegar.
Existe afinal algo dentro de nós que “sabe” que é possível ir mais longe. Que esse “lugar”, Paraíso ou simplesmente estado de SER maravilhoso, existe mesmo.
Não será então a Esperança então, a simples certeza e memória interior desse estado de Unidade com a Fonte é verdadeira?
Fico com a Esperança que cada um de nós encontre a única resposta que alguma vez nos fará sentido... aquela que está dentro de cada um de nós...
Terapeuta de Regressão e Orientação Espiritual
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REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2012