in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2019
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
"O burnout é um síndrome conceptualizado como resultante de desgaste crónico no local de trabalho que não foi adequadamente gerido. É caracterizado por três dimensões: 1) sentimentos de esvaziamento ou exaustão energética; 2) distância mental aumentada face ao trabalho próprio, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados com o trabalho próprio; e 3) eficácia profissional reduzida. O burnout refere-se especificamente a um fenómeno no contexto ocupacional e não deve ser aplicado para descrever experiências noutras áreas da vida." (Fonte: QD85 Burn-out, ICD-11, acedido a 17-06-2019)
Pela minha própria experiência pessoal com burnout – não apenas nos processos de orientação profissional baseados em propósito em que tenho participado, mas na minha própria vida, em especial em 2007-2008: acredito profundamente que um dos fatores mais comuns para se chegar a esse estado é viver um padrão de geração e aplicação de rendimentos que opera desconectado da nossa essência de forma insustentável.
Após as lutas que travei nessa altura, fiquei ainda mais convencido que só conseguimos manter soluções permanentes quando as ativamos e reforçamos uma vez após a outra: quando reforçamos o ciclo de base onde se insere e através do qual se manifestam. Neste contexto: acho que precisamos mesmo de um ciclo de regeneração integral. Tenha o nome que tiver – eu gosto da perspetiva integral e aplico-a além de uma só área da vida, tal como o conceito sugere – tem de ir à raíz do problema para que seja resolvido de vez. Algumas sugestões que lhe trago:
Domine a arte da atenção plena. Se na sua atividade há uma ligação direta entre resultados e retornos financeiros mais altos (comissões, promoções, prémios de desempenho, etc.); se tem tendências perfeccionistas e se propõe entregar um trabalho de qualidade máxima, seja quais sejam as circunstâncias; se a cultura e contexto que a rodeiam “glorificam” esforços extremos: “está a jeito”, como se costuma dizer. Considere a arte da atenção plena como a mais essencial e base de edificação de todas as outras. Reserve uma fatia relevante dos seus recursos para prevenir riscos e eliminar obstáculos ao seu ciclo. Sempre que possível: antes de pensar em acrescentar, pense em subtrair.
Reveja os custos de oportunidade. A pessoa média hoje em dia tem mais solicitações, estímulos e distrações num dia do que a pessoa mais ocupada de há 100 anos alguma vez teve numa semana. Isto revela-se incomportável numa situação de burnout. Pode ser poupar na internet no telemóvel, deixar de comer bolos ou abdicar daquelas horas a mais no escritório que estão a pôr em risco a sua saúde: todos temos por onde deixar ir desgaste e trazer paz. Que decisões financeiras sabe que precisa tomar e anda a adiar?
Respeite todas as dimensões. Defina investimentos em si que respeitem todas as suas dimensões além da física: considere também a emocional, a mental e a espiritual. Que limites profissionais devem existir para que isso aconteça? Que atenção, energia e dinheiro investe em cada uma das dimensões? Que investimentos seriam mais ajustados às suas necessidades integrais, como pessoa que se quer plena e completa? De que forma esses investimentos se refletem na sua capacidade de servir, desfrutando disso mesmo?
Trabalhe o seu autoconceito. Quanto daquilo que fazemos é pela aprovação dos outros, quando sabemos que o melhor seria diferente? São preços que vale mesmo a pena pagar? Não somos imunes ao que os outros pensam e percebem de nós e ainda bem, a nossa capacidade de servir também depende disso. Mas repare: que hábitos mexem com o que ganha e gasta teria se ninguém desse por si? Em que funções trabalhava? Como o fazia?
Atualize prioridades. De que forma pode trocar gastos e aplicações de recursos que sabe que são de baixo valor de regeneração por outras de maior valor de regeneração, com o mesmo tipo de impacto e com uma satisfação das suas necessidades igual ou ainda melhor? Que aprendizagens pode fazer para descobrir ou perceber melhor isso mesmo?
Renove a caixa de ferramentas. Olhe para a caixa de ferramentas que é o conjunto de meios e competências relevante para a sua atividade. Um só ajustamento pode fazer toda a diferença - uma perspetiva nova, um aperfeiçoamento de processo, uma revisão daquele ato que se repete vezes sem conta - e traduzir-se numa poupança imensa no final. Será que pode melhorar “a máquina integral” para operar com um mínimo de fricções? E como seria levá-la para o próximo nível?
No momento, desligue. Depois de resolver as questões de pormenor, seja a nível financeiro ou a qualquer outro: entregue-se ao processo sem pensar em detalhes que a desliguem do que cada momento lhe pede. Permita-se!
Os movimentos de regeneração individuais estão ligados aos coletivos maiores de que fazemos parte. Neste momento, além das mudanças e transformações individuais, estamos numa fase de transição coletiva, cujo ritmo ainda deverá acelerar, antes de abrandar. E em contextos de instabilidade em várias áreas e dimensões, para que as novas possibilidades emerjam e floresçam em pleno. Isto só torna mais vital que não nos esqueçamos de um princípio fundamental, inerente à sua própria definição: o dinheiro é um meio, não um fim. Serve para servir, não para ser servido!
PURPOSE-DRIVEN HUMAN DEVELOPER
www.facebook.com/juliobarroco
www.linkedin.com/in/juliobarroco/
[email protected]
“Sonhar Sem Agir É Como Amar Sem Cuidar.”
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2019
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)