Por Júlio Barroco
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Aparentemente, o jogo da vida começou em grande desvantagem para a nossa espécie. Durante milhões de anos, viver na Terra foi para nós uma prova de fogo sujeita às mais diversas ameaças. Predadores, catástrofes ou simplesmente a vulnerabilidade às condições naturais, existir parecia um capricho sujeito aos humores de deuses-deusas. Tornou-se um imperativo lutar pela sobrevivência.
Voltámos o jogo a nosso favor - aparentemente. Finalmente, como espécie vencemos em boa medida os desafios de sobrevivência em que o planeta nos envolveu ao longo de milhares de anos. Até ao ponto em que percebemos que o modelo que construímos, assente no domínio e exploração de recursos, está em contagem decrescente.
O ritmo a que destruímos o ecossistema é superior ao da sua capacidade de se regenerar e preservar vida. E, de forma mais ou menos assumida, as conclusões já são óbvias: com maiores ou menores desfasamentos relativamente a previsões de esgotamento de recursos ou alterações climáticas, hoje a trajetória de expansão da civilização está em rota de colisão consigo mesma. Com maior ou menor margem de erro no momento em que vai acontecer, o resultado é hoje uma certeza científica.
Está nas nossas mãos mudar isto. Esta perceção mais ou menos consciente faz com que nunca como nos últimos 50 anos a sustentabilidade ambiental tenha estado na ordem do dia. Vemos campanhas de preservação de espécies da fauna e da flora. Sabemos daquele amigo que se tornou vegetariano ou até mesmo vegano - ou tomamos nós essa decisão. Ouvimos falar de conceitos e práticas como energias renováveis, financiamento colaborativo, comunidades autossustentadas ou permacultura, para citar apenas algumas.
Podemos participar neste novo ciclo, começando nas pequenas decisões. Ao respeitarmos o meio ambiente no nosso dia-a-dia, em iniciativas tão simples como reciclando, poupando água ou escolhendo produtos agrícolas não industrializados, estamos a fazer a nossa parte para mudar a trajetória, criando outra.
Mas podemos ir ainda mais longe. Hoje como nunca antes, é possível escolher melhor, protegendo, ajudando e desfrutando em idêntica medida. Inclusive a gerar e distribuir a riqueza, não a dissociando das restantes áreas da nossa vida. Cada vez mais pensamos em formas de nos reaproximarmos da natureza e em eliminar o fosso que temos vindo a escavar.
É neste quadro que novas perspetivas económico-financeiras se têm vindo a desenhar e a tornar realidade. Investimentos aderentes à economia real e aos ciclos naturais do planeta são dos melhores tipos de ativos em que poderemos apostar. Para além de conferirem independência e liberdade a quem os tem gerando dinheiro e recursos de forma sustentada, intervém decisivamente na correção da trajetória, mantendo as conquistas verdadeiramente importantes para a vida de todos. Não temos de voltar à idade da pedra!
E o que é serem aderentes à economia real e aos ciclos naturais do planeta?
É gerarem um benefício para quem os tem em alinhamento com o benefício social, numa lógica a que podemos chamar de holewin (vitória holística, ou do todo).
Uma vitória holística é aquela onde, para além do próprio, a comunidade e o planeta ganham. Onde existe uma sustentabilidade natural, e os ganhos de longo prazo superam os de curto prazo. Onde percebemos que determinados caminhos são preferíveis a outros, não só no interesse geral como no nosso próprio interesse, material, emocional, mental e espiritual, se escolhermos procurar a verdadeira abundância nas nossas vidas promovendo a abundância no que nos rodeia.
Escolher abraçar estas vitórias holísticas é mudar o rumo dos acontecimentos. Quer conhecer propostas que a promovem? Na certeza de que inúmeros outros existem e que aqui mereceriam estar, fique com uma mão de exemplos:
• Livro “Sacred Economics”: www.amazon.com/Sacred-Economics-Money-Society-Transition/dp/1583943978;
www.sacred-economics.com
• Novas formas de viver e pensar a comunidade - Tamera (Portugal): www.tamera.org/pt/o-que-e-tamera
• Para “tornar o impossível possível”: a Fundação XPRIZE (EUA): www.xprize.org
•Financiamento colaborativo (Portugal): www.ppl.com.pt
• Novos paradigmas políticos: o Partido pelos Animais e pela Natureza (Portugal): www.pan.com.pt
A onda já se vislumbra no horizonte. E tem cada vez mais quem a navegue.
Podemos fazer cada vez melhor a nossa parte para preservar todos os tipos de vida do planeta. As gerações que se seguem agradecem. E a nossa também.
COACH, CONSULTOR, FORMADOR, AUTOR
“Sonhar sem Agir é como Amar sem Cuidar“
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in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2014
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