Por Anand Pramod
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Esta é uma definição corrente, como muitas outras. Um blá blá blá se não for baseada na experiência de vida. Do masculino forte e assumido, pode florescer a parte feminina. Sim os homens! Também têm uma parte feminina, essencial à sua completitude!
Uma certa vulnerabilidade, capacidade de exposição, acesso às emoções e sentimentos. Uma parte que exige coragem e força para aparecer. No entanto principalmente aos homens, foi ensinado que mostrar as emoções é um sinal de fraqueza.
Yang também existe nas mulheres, funcionando de uma forma oposta, o Yang florescendo de uma base Yin, o fogo alimentado pelo sopro suave de um vento, temperado com o fluir de um rio tranquilo.
É precisamente esta oposição que é representada no símbolo Yin-Yang, da qual vem a complementaridade homem/mulher. Daqui vem a faísca, o atrito criador, sem a qual o amor murcha e seca, transformando-se em conformação, tão usual nos relacionamentos entre casais.
Para descobrir o outro especto Yang, a busca, a procura, a curiosidade, a entrega a toda a experiência que a vida tem para dar de uma forma cativa, é preciso ir ver! Experimentar! Fazer! Manifestar!
Outra das características Yang é a assertividade. O ensino da não assertividade, não responder de volta aos adultos, a respeitar e obedecer, faz com que em adultos possamos ter a tendência a repetir estes comportamentos em todos os relacionamentos, especialmente nos mais íntimos gerando mentiras nas quais fomos ensinados a acreditar para manter as aparências e não sermos abandonados ou rejeitados. Todo um padrão que vem da mais tenra infância.
Exceto casos de doença ou deformação, todos nascemos completos á nossa maneira, o Yin e o Yang fortes e equilibrados. As diferentes sociedades, começando pelos pais, são orientadas no sentido de suprimir uma parte essencial do Yang: o fogo, a rebeldia no sentido de sermos quem somos fora de qualquer rebanho. E o Yin é fomentado: a aceitação, a calma, a paciência, a submissão. Fácil de ver que seres assim são muito mais fáceis de controlar.
O que acontece é que ao crescer muitas vezes dizendo sim quando se quer dizer não e não quando se quer dizer sim, “engolindo sapos”, não deixando a energia Yang fluir naturalmente para fora, mas controlando-a, reprimindo-a, castrando-a. O que acontece é fácil de imaginar, vejam uma panela de pressão, se o vapor não sair mais tarde ou mais cedo rebenta! É o que acontece cada vez mais atualmente, em que a expressão das emoções é cada vez mais reprimida e o corpo como lugar desta expressão é esquecido. Dessa forma, o fogo preso torna-se destruidor, demasiado forte para ser contido no corpo enfraquecido. Aparece na violência desmedida das multidões de hooligans no futebol, emerge subitamente no ato sexual em manifestações distorcidas e violentas, vem na forma como pais tratam os filhos e quem é amado incondicionalmente, os mais vulneráveis. Lugares em que este comportamento é considerado normal (entenda-se “normal” e não “natural”!) e até respeitado e fomentado por quem controla os sistemas, devido a serem saídas para que este Yang destruidor não se transforme em revolta ou revolução.
Faz parte do crescimento afastar-se da fase de completitude inicial da infância, da qual não temos consciência, e viver é isso mesmo, recuperar a totalidade original junto com a consciência desta. Evoluindo do Yin para o Yang ou do Yang para o Yin.
É preciso mais fogo consciente na sociedade atual, um Yang criador e não destruidor. Para isso é importante limpar do amago todo o Yang preso e distorcido, e desse lugar, praticar-se uma comunicação honesta e direta, por forma a incentivarmos relações reais entre pessoas reais, seres que vivem para além do medo de viver. Mais do que uma atitude de tentar agradar o outro, resultante do medo e da carência, a base dos relacionamentos está no amor. Um amar e ser amado resultante desse encontro de um Yin mais em sintonia, com este Yang limpo e que se renova a cada instante. Uma atitude de coragem para se expressar o que se sente, apoiado nesse fogo criador, que ao mesmo tempo limpa e nutre, e também dá suporte ao crescimento do outro, do amor-próprio, aprofundando o encontro amoroso, seja este encontro de cariz romântico, entre amigos ou entre pais e filhos. Resultando em relacionamentos saudáveis e maduros que fomentam o crescimento de todos os intervenientes.
TERAPEUTA DE BIOENERGÉTICA
CO-GESTOR DA BIOTRIBE
www.encontrosdoumbigo.com
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in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2014
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