Por David Rodrigues
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2012
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Recentemente, Ban Ki-Moon, Secretário-Geral das Nações Unidas defendeu a introdução e difusão do FIB (Felicidade Interna Bruta) como indicador fundamental na avaliação dos países. Este indicador desenvolvido pelo Butão em 1972, tem em consideração diferentes dimensões: promoção de um desenvolvimento socio-económico sustentável e igualitário; preservação e promoção dos valores culturais; conservação do meio ambiente natural; estabelecimento de uma boa governação.
De acordo com um estudo realizado durante 5 anos por investigadores do Gallup World Poll, que estabeleceu um índice mundial de felicidade, e comparando os resultados obtidos com os do PIB (Produto Interno Bruto) ou mesmo do IDH (que traduz o desenvolvimento de um povo), mais dinheiro, mais infraestruturas, mais saúde e mais educação não são sinónimos nem têm uma correlação direta com a Felicidade. Basta observar que Israel apesar da tensão político-militar constante nos últimos anos, aparece como o 8º país mais feliz do mundo, países como a Costa Rica (6º), Panamá (12º), México (18º) e muitos outros da América do Sul com indicadores económicos e de desenvolvimento humano muito inferiores, surgem na lista da felicidade à frente de Espanha (43º), França (44º), e Portugal (70º) entre outros.
Como se explica isto?
O dinheiro é um recurso, um meio de troca, e não um objetivo em si próprio e o que tem acontecido em muitos países ditos desenvolvidos é a criação de simbologias e idolatrias face ao dinheiro, é visto muitas vezes como uma fonte de segurança, poder ou liberdade e quando assim é, torna-se uma prisão, pois ao determinar que quero e preciso de ter certa quantia de dinheiro ou bens materiais para ser livre de escolher e fazer o que quiser, estou a colocar a minha liberdade refém do dinheiro e se não tiver esse dinheiro, sinto-me menos livre e mais condicionado.
Essa relação de apego ao dinheiro, seja pelo motivo que for, torna-se prejudicial e por isso é importante que se liberte desse apego, pois não é por ter mais ou menos dinheiro que é mais feliz (ainda que pense assim). Viva a sua vida, vendo o dinheiro apenas como um recurso e não como uma dependência do seu estado anímico e consequentemente da sua felicidade.
Além destas relações de apego, existem também muitos receios de se perder poder de compra ou dinheiro, ser roubado ou não ter dinheiro suficiente para algo, alimentando uma energia negativa de falta de controlo e escassez, e como sabe o medo é uma prisão e um forte condicionante da felicidade. Descontraia e aprenda a criar a sua realidade financeira mas também a descobrir a fonte da verdadeira felicidade e essa não reside no dinheiro.
Ao contemplarmos a crise económica e financeira que assola a Europa e em particular Portugal, verificamos que o poder de compra diminuiu e as condições de vida de algumas pessoas regrediram, no entanto, o estágio de desenvolvimento que Portugal já atingiu, e apesar da crise, continua a ser muito superior ao de muitos países que não estão a viver nenhuma crise, nem estão sobre medidas de austeridade. A sua felicidade depende e muito, da sua atitude face às circunstâncias em que se encontra e não tanto das circunstâncias em si.
Como se libertar do apego e dos medos?
- Aprofunde o seu auto-conhecimento, para saber o que o realiza, apaixona, motiva e sobretudo saber quem verdadeiramente é. Alinhe-se com o seu propósito!
- Identifique as razões pelas quais quer ter dinheiro e analise as motivações e medos implícitos (segurança, poder, reconhecimento exterior, liberdade, compensação emocional, …) Procure resgatar o seu poder pessoal e curar essas feridas que geraram dependência e apego ao dinheiro.
- Frequente workshops, leia livros, veja vídeos, procure aconselhamento financeiro que sejam um contributo para a criação de uma relação mais saudável e livre com o dinheiro.
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