in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Por um lado, há quem acredite que o seu caminho já está predestinado, por outro lado, há quem acredite que tem total liberdade de escolha na sua vida.
Se tudo na vida está predestinado, então porquê fazer esforços para melhorar?
Se a vida está nas nossas mãos, porque nos surgem situações inesperadas e menos positivas?
Pelo meio, há quem acredite que a vida é um misto de Destino e Livre-arbítrio, havendo momentos de escolha consciente e momentos em que o instinto toma conta das decisões.
A parábola do Homem e a Tempestade
Uma noite, um homem sonhou que uma tempestade viria e destruiria a sua aldeia, mas que Deus o protegeria.
Como esperado, uma terrível tempestade atingiu a sua aldeia no dia seguinte.
No primeiro dia de tempestade, o seu irmão veio e avisou-o para sair da aldeia imediatamente. As condições piorariam.
O homem recusou, sabendo que Deus o protegeria.
No segundo dia, um vizinho apareceu. Estava a fugir com a sua família e ofereceu-se para o levar com eles. O homem negou a ajuda, porque tinha certeza de que Deus o protegeria.
No terceiro dia, o homem subiu ao telhado, para escapar às águas da tempestade, que rugiam abaixo. Um grupo de moradores veio num barco e ofereceram-se para o levar para um local seguro. Novamente, o homem recusou, sabendo que Deus havia prometido protegê-lo.
Logo depois, o homem afogou-se e morreu.
No céu, perguntou a Deus: "Por que não me ajudou como prometeu?"
Deus respondeu: “Mandei o teu irmão, o teu vizinho e até um barco; mas recusaste a minha ajuda.”
Esta história mostra uma combinação de Destino e Livre-arbítrio. O destino (Deus, o destino, o universo) pode estar presente, mas, em última análise, podemos utilizar o nosso próprio Livre-arbítrio para tomar as rédeas da nossa vida.
Recentemente, através da Epigenética, esta discussão veio também para a Ciência. Até há pouco tempo, acreditava-se que os genes com que nascemos determinavam a nossa saúde. Agora, com este novo ramo da Ciência, estamos a descobrir o potencial de ativar ou desativar esses genes, e que também esses marcadores epigenéticos podem ser passados de geração em geração.
Ao contrário das alterações genéticas, as alterações epigenéticas são reversíveis e não alteram a sequência de ADN, mas podem alterar a forma como o corpo lê uma sequência de ADN.
Um estudo recente da Universidade de Alberta, demonstrou que a contribuição dos genes em doenças como diabetes, alzheimer e alguns cancros, é de apenas 5 a 10%.
Outro estudo, com gémeos dinamarqueses, mostrou que mais de 90% da nossa longevidade é determinada pelas escolhas que fazemos - não pela genética. Pode haver uma predisposição genética para certas doenças, mas o gene ou conjunto de genes pode não ser expresso (ativado) se não for desencadeado por fatores epigenéticos.
Ainda neste estudo, os investigadores descobriram que fatores como tabagismo, exposição ao sol e depressão são conhecidos por contribuir para o envelhecimento.
Com algumas raras exceções, está a tornar-se cada vez mais claro que os riscos de contrair a maioria das doenças surge do metabolismo, da nutrição, do ambiente, do estilo de vida, dos produtos químicos, das bactérias ou vírus. Até os pensamentos e sentimentos podem alterar a expressão dos genes.
Aceitar que doenças como hipertensão ou artrite são normais porque foram herdadas, é aceitar o Destino. Alterar o estilo de vida, nutrição e exposição a químicos para as evitar ou melhorar, é exercer o nosso Livre-arbítrio.
Os “sinais”, ou “coincidências” com que nos deparamos, podem ser interpretados como obra do Destino? Ou, ao estarmos alinhados com o nosso propósito e com os nossos valores, estamos somente mais recetivos a ver e aceitar esses eventos?
“Não está nas estrelas o nosso destino, mas em nós mesmos.” William Shakespeare
Referências:
https://www.ualberta.ca/science/news/2019/december/genetic-disease-health.html
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8786073
INTEGRATIVE NUTRITION / HEALTH COACH
www.healthymamacoaching.com
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