Por Diana Metello
in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2019
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Ninguém pode ser bem sucedido profissionalmente se as suas capacidades emocionais e cognitivas estiverem comprometidas!
Apesar de quase ninguém admitir, todos nós, numa fase ou outra da nossa vida, passamos por situações em que não nos sentimos à altura das nossas tarefas, ou que nitidamente o nosso desempenho e capacidade estavam aquém do que sabemos ser capazes! mas até que ponto?
Infelizmente, existe ainda um enorme estigma referente a este tema nos Ambientes Profissionais.
Vergonha, Medo e Negação são as principais razões pelas quais este tema não é assumido abertamente, de forma a encontrar soluções reais e construtivas. O facto de existir um enorme preconceito e falta de informação acerca deste problema torna-o num temido estigma.
A “Vergonha” de assumir que não se está bem emocional e/ou psicologicamente impede a maioria de aceitar uma vulnerabilidade, absolutamente normal e humana, confundindo-a com uma “fraqueza”, e impossibilitando um essencial pedido de ajuda.
O “Medo” de ser julgado, criticado, gozado, ou até ostracizado no seu ambiente profissional, já para não falar na possibilidade de ser despedido, ou considerado incompetente pelos seus pares e chefias, contribui ainda mais para o secretismo.
A “Negação” acontece quando pressionados pela necessidade de manter as aparências para “sobreviver” ou a incapacidade de aceitar a sua própria condição, quer a todo o custo manter-se à tona, reprimindo os sucessivos sinais de alerta, e com um altíssimo preço pessoal se assume um “papel” social e profissional de “Cara Alegre” e “Eficiência Personificada" até ao dia em que a “Bomba” rebenta!
A Auto-Consciência é essencial! Quanto mais cedo detetar os sinais e decidir pedir ajuda, mais fácil é resolver ou pode até mesmo evitar o problema!
Nunca é demais realçar que pedir ajuda é um sinal de inteligência!!!
Desmotivação, Burnout ou Depressão:
Na minha experiência como Life e Executive Coach posso dizer que apenas 10% das pessoas que se consideravam deprimidas, e que assim justificavam não conseguirem manter o desempenho ou atingir os seus objetivos profissionais, estavam clinicamente deprimidas* mas apresentavam sim casos clássicos de Desmotivação ou Burnout.
Embora muitos dos sintomas possam ser comuns, o seu grau de gravidade e as formas de ultrapassar variam. Em qualquer dos casos, se quiser realmente superar uma situação destas deve procurar um Profissional Qualificado para o efeito!
*Atenção: a Depressão Clínica não deve de forma nenhuma ser ignorada nem relativisada! Esta situação não pode ser resolvida por um Coach! É essencial que procure aconselhamento junto de um Psiquiatra da sua confiança.
Quando não temos Objetivos bem definidos e que estejam alinhados com o nosso “Propósito de Vida”, ou quando os nossos Valores Essenciais não estão a ser respeitados e vivenciados, é natural que não sintamos paixão pelo que fazemos, procrastinamos sucessivamente e não observamos um progresso mensurável, causando a sensação de estarmos assoberbados e sem as competências necessárias, tudo é feito em esforço e não nos apetece ir trabalhar. Este esforço provoca um desgaste emocional e psicológico que nos vai roubando a capacidade de discernir até ao ponto em que nos sentimos bloqueados e não conseguimos sequer visualizar alternativas. Gera-se assim uma espiral descendente. Estamos Desmotivados!
Definir sucessivamente objetivos claros e verdadeiramente motivadores, aliando-os a uma estratégia e ações concretas, onde cada progresso possa ser mensurável, e celebrando cada conquista (por mais pequena que seja) produz em nós um processo cíclico em espiral ascendente e a Motivação surge naturalmente.
A ambição dos chamados “Achievers” leva frequentemente a que, debaixo de grande pressão, ignorem os níveis permanentes de stress, os limites físicos, a sobrecarga de trabalho e atingem pontos de exaustão onde é difícil a gestão emocional, a produtividade e eficácia são prejudicadas, a falta de foco e capacidade de concentração tornam-se um problema, a memória falha consecutivamente e é difícil reter informação. É o chamado Burnout!
A Depressão Clínica é um problema mais grave e profundo que requere medicação!
Embora se comecem a notar algumas mudanças de atitude por parte das Empresas, é necessário que se perceba que somos humanos e que as estas têm um papel fundamental nesta questão, quer a nível das condições de trabalho quer a nível do Estilo de Liderança utilizado.
A Produtividade e a Excelência de Desempenho são essenciais à economia e ao Sucesso mas temos que criar as condições necessárias e não esgotar (literalmente) os Recursos Humanos.
Por outro lado, temos a responsabilidade de reconhecer os nossos limites, de cuidar da nossa saúde, e procurar o apoio necessário antes que a situação assuma contornos graves.
Perceber o que é realmente uma Depressão e ter a capacidade de reconhecer os sinais em nós é importante, mas é também muitíssimo importante sermos capazes de olhar em volta e empaticamente perceber que alguém que trabalha ao nosso lado, pode estar “silenciosamente” a passar por isso.
Cabe a cada um de nós, Contribuir para que o estigma deixe de existir!
Ter a capacidade de assumir a vulnerabilidade e pedir ajuda! Tornarmos o Ambiente Profissional num Ambiente realmente Sustentável, Ecológico e Humano!
INTERNATIONAL RESULTS COACH, CEO & FOUNDER @ ACTION FOR SUCCESS
www.action-for-success.com
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in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2019
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