in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Daniel Goleman, que modo aberto e pela primeira vez em 1995 se referiu e desenvolveu o conceito de inteligência emocional, descreve empatia como a capacidade de apreender a experiência subjetiva de outra pessoa por sintonização.
A par de uma postura empática, duas outras componentes da inteligência emocional são necessárias, a escuta ativa e assertividade, para que se estabeleça uma comunicação próxima e harmoniosa.
A dinâmica interpessoal é sempre uma novidade. Sempre há que contar com o inesperado. Um aspeto determinante em qualquer tipo de relacionamento, seja a nível pessoal, social ou profissional, é a resposta emocionalmente inteligente que prenda a atenção, estabeleça sintonia, facilite alicerces, contribuindo para a sua consolidação com o decorrer do tempo. De outro modo, um relacionamento poderá traduzir-se apenas num encontro pessoal, social ou profissional, não deixando impressa qualquer marca de singularidade.
Mas o que significa ser inteligente e, já agora, emocionalmente inteligente?
Como definiu Howard Gardner, em 1983; inteligência é a capacidade para resolver problemas ou, de outro modo, para superar desafios.
Mais tarde, em 1998, Daniel Goleman, refere-se à inteligência emocional como sendo a capacidade para identificar as nossas próprias emoções e a dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as próprias emoções bem como as dos nossos relacionamentos.
Inteligência emocional está direcionada para aprender a contactar afetos, gerir emoções, adquirindo competências emocionais individuais e relacionais (Inteligência social).
A propósito de emoções, refere Isabelle Filliosat, in 'A Inteligência do Coração (1997): "Emoção é uma resposta fisiológica a um estímulo; um impulso interno que fala ao que nos rodeia, individualizando-nos, conferindo-nos lucidez sobre a nossa própria identidade e nos coloca em relação com o mundo".
Emoções são o veículo da comunicação pelo que, razão sem emoção não se faz ouvir. Mais, conhecendo a razão das emoções, adquire-se maior lucidez sobre o ponto de situação de um relacionamento, sendo aquelas responsáveis pelo seu equilíbrio ou desestabilização.
A vida emocional está estreitamente ligada à vida relacional. Emoções são a "cola" dos relacionamentos. Há que estar atento para que se mantenham emocionalmente vivos e saudáveis.
Gerir emocionalmente um relacionamento pessoal, social ou mesmo profissional, é um enorme desafio. O autoconhecimento emocional tem o seu papel fundamental, no entanto, há que conhecer o "percurso emocional" por onde circulam as emoções; refiro-me ao processo mental e ao contributo do coração nesta dinâmica.
É a mente que atribui contexto e significado à informação que lhe chega e é a interface entre emoção e a criação de sentimento. Sentimentos traduzem o significado mental atribuído às emoções ocorridas durante algum acontecimento.
A interpretação mental depende de fatores como cultura, educação (crenças), ciclos de vida, entre outro podendo, nomeadamente, envolver questões emocionalmente mal resolvidas que adquiriram uma componente irracional e foram remetidas ao subconsciente, podendo distorcer a objetividade da mensagem ou acontecimento, condicionando a sua interpretação.
No início de um relacionamento não é suposto achar que o outro pensa e reage como nós. Cada um tem um historial vivencial que lhe é específico. Um sentimento de afinidade pode ilusoriamente surgir por carência, necessidade de pertença ou de se fazer ouvir.
Um ainda maior desafio, é entender que a inteligência emocional passa pela inteligência do coração.
Inteligência do coração, significa adquirir aptidões para conseguir interpretar e saber como utilizar o fluxo de informação, os sinais que o coração recebe. Sabe-se hoje que o coração é dotado de neurotransmissores e neuro recetores que permitem a troca de informação com o meio envolvente. É inteligente entender o significado da sua comunicação para agir complementarmente, utilizando o seu contributo a nosso favor.
Em tempos ouvi uma frase que ainda hoje merece a minha atenção; "Quem não se envolve, não se desenvolve". O envolvimento pessoal é fundamental para se desenvolverem aptidões pessoais e sociais.
Envolvimento genuíno, requer tempo, dedicação e partilha.
Numa relação amorosa genuína, além de sinceridade e honestidade, há que não ter receio de, quando oportuno e em contexto, abrir o coração e partilhar vulnerabilidades.
Ao contrário do senso comum, a partilha da nossa vulnerabilidade é um ato de coragem e não de fraqueza, manifestação de inteligência do coração e marca de singularidade. Instantâneos momentos que ocorrem à memória de alguém com quem se teve ou ainda se tem um forte envolvimento amoroso, são precisamente lembranças das suas vulnerabilidades.
Deixe a razão e o conflito de lado. Somos seres complexos em busca de afeto, compreensão e reconhecimento. Somos almas em constante procura por sintonia amorosa, sequiosos por partilhar "estados de alma". Façam o favor de se relacionarem livres de preconceitos, crenças e jogos. É tempo de partilha de Amor, é tempo de celebrar a alegria do reencontro de almas!
FORMADOR CORPORATIVO E CONFERENCISTA PARA AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL, COMPORTAMENTAL, INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, LIDERANÇA, EQUIPAS E ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
www.inteligenciaelideranca.com
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