Por Marta Pacheco
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A compreensão das emoções não é uma tarefa fácil. Uma emoção é o que faz com que o nosso espírito se mova para pensamentos enriquecedores, neutros ou negativos. Os pensamentos levam-nos a atuar de um modo ou de outro, conduzindo-nos a padrões de comportamentos, e a estados de humor.
A palavra emoção provém do latim "emotionem", que quer dizer “movimento, comoção, ato de mover” e este ato de mover ao que parece etimologicamente arrasta consigo implicitamente um entendimento de “para fora”.
Muitos foram os teóricos que se dedicaram ao estudo das emoções, que se descortinaram em uma série de abordagens que vão desde a cognitiva, que salienta que as emoções dependem do conhecimento que temos acerca do estímulo que as desencadeiam, às neurobiológicas, que associam as emoções a determinadas regiões do nosso cérebro, em particular ao sistema límbico, estrutura cerebral existente nos mamíferos que diferenciam sensações agradáveis de desagradáveis. Dentre as abordagens que se destacam, a teoria de James-Lange, desenvolvida por dois importantes fundadores da psicologia moderna: o norte-americano Willian James e o dinamarquês Carl Lange. Esta teoria argumenta que as experiências emocionais se dão principalmente em função da percepção de alterações físicas.
De uma forma ou de outra, em todas estas teorias observamos as caraterísticas de mobilidade das emoções – evoluindo, tornando-se mais complexas, combinando-se entre si. O papel das emoções sobre a saúde física e psíquica é enorme, são elas que ditam, muitas vezes do modo inconsciente, os nossos comportamentos. Na verdade, o problema não é a emoção, e sim o que é feito a partir do que sentimos.
O orgulho pode ser considerado uma emoção social positiva, que tem como principal objetivo ou função a manutenção do respeito e valor próprio e que assenta numa avaliação positiva de nós próprios. Aquando a sua ativação verificamos tendências para a elaboração de movimentos voltados para fora do indivíduo, para fora de nós próprios e o reforço das ações desenvolvidas.
Não é fácil catalogar determinados conceitos como sendo definitivos e absolutas definições. O que pode acontecer com o orgulho, pois pode ser mal interpretado. Na psicologia foram definidos dois tipos de orgulho, o positivo e o negativo. O orgulho positivo é chamado de autoestima e autoconfiança, e o negativo é chamado de soberba.
O primeiro é necessário para nos sentir seguros, equilibrados. Seguir uma vida saudável e com uma filosofia de vida que nos leva a sentir confiança e gratidão. Sentirmo-nos orgulhosos da nossa própria vida. O segundo orgulho é aquele que nos afasta da sociedade, coloca-nos tristes e inseguros. Será apenas um gerador de conflitos.
O orgulho pode assim, enganar-nos sem darmos conta, levando-nos assim a sentir sentimentos excessivos de autoestima e soberba por nós próprios, caindo no exagero, sem sermos capazes de refletir e corrigir os próprios erros e falta de humildade.
A humildade por sua vez, é aquela qualidade oposta do orgulho, que nos permite atuar de forma mais segura e confiante. Como também termos uma postura de abertura e flexibilidade perante a vida e tudo aquilo que nos rodeia, ter a capacidade de aceitar as diversidades da vida, os nossos próprios erros, mas acima de tudo, ter a humildade de reconhecer que não somos detentores da verdade absoluta, pois tal coisa não existe.
Por outro lado, é comum vermos pessoas que passam o tempo a resmungar e a queixar-se sempre de tudo e de todos, trazem uma carga negativa devido ao ego exacerbado, um ego inflamado, uma percepção errada da realidade, um ego que esta de mal com a vida, um ego egoísta que só consegue olhar para o próprio umbigo.
Não existe problema nenhum em sentir orgulho – o orgulho é um sentimento humano que todos nós, mais cedo ou mais tarde, experimentaremos, seja ele um orgulho positivo ou negativo. O problema passa a existir quando, em função do orgulho negativo, nos afastamos dos nossos amigos, das situações sociais, e desencadeamos problemas de saúde físicos e mentais.
“Onde há orgulho, haverá ignorância; mas onde há humildade, haverá sabedoria”
Salomón
No entanto existe algo a salientar, e devemos ter em conta. O que há por detrás das pessoas orgulhosas? Efetivamente, as pessoas orgulhosas apresenta um quadro, de forma geral, de baixa autoestima. O sistemas de crenças esta alterado, fazendo assim com que a pessoa viva sempre em estado de alerta, acionando mecanismos de defesa para esconder as próprias fragilidades.
Uma epígrafe na entrada do Oráculo de Delfos, atribuída aos Sete Sábios (650aC – 550aC) dizia: “Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”,
Todos os caminhos apontam na mesma direção, na direção da verdade própria de cada um de nós, um único caminho para a felicidade. Porque a dor é inevitável, mas o sofrimento é uma opção.
MESTRE EM PSICOLOGIA CLINICA, TERAPEUTA DE REIKI, PROFESSORA DE
MEDITAÇÃO E REIKI
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in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2017
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