in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2012
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Através deste relatório encontramos a razão daquilo que se vê todos os dias na televisão. Dificuldades, pessoas no limiar da pobreza, desespero, incertezas, falta de orientação e de alternativas aos seus empregos perdidos.
A falta de educação financeira está na base destas desgraças sociais e, no entanto, é uma das áreas mais importantes na vida das pessoas. Mas curiosamente é uma disciplina que não é ensinada nas escolas. O “Saber o que é o Dinheiro, Como ganhá-lo, Como poupá-lo, Como gerí-lo, Como preservá-lo e Como multiplicá-lo”, deveriam ser temas abordados logo no ensino primário. Apesar da sua importância, isso não acontece. A educação que recebemos sobre esse tema, vem normalmente das gerações ascendentes (pais e avós), e em 98% dos casos, a informação/educação transmitida não é a mais correta para se lidar com o assunto. Crenças limitadoras, tabus, medo do que os outros possam dizer, são caraterísticas do comum dos portugueses quando se pensa e fala em Dinheiro.
Enquanto Coach Financeiro apercebo-me de como as pessoas andam “a leste” quanto aos conceitos da gestão do dinheiro. Pessoas que nunca olham para o seu extracto bancário, que não sabem quanto gastam nem quanto ganham, qual o valor das suas prestações, qual o valor das despesas bancárias, qual o valor que usam para alimentação, que consideram os créditos ao consumo uma dádiva e que pensam que esse dinheiro não é para ser restituído, etc.
Mas chega de falar das razões da falta de educação e vamos enfocar-nos então e contribuir para o PROGREDIR de quem está a ler estas palavras e apresentar algumas sugestões para um melhor controlo das suas finanças.
Ter um Orçamento Familiar:
É deveras importante o mapeamento das suas despesas familiares assim como a sua projeção mensal.
Ter a perfeita consciência de “para onde foi” o seu dinheiro e como você o aplicou levará a que, no próximo mês, procure refinar essa gestão e se esforce para ver o “saldo final”, aumentar mês após mês (a sua poupança).
Vamos tornar esta leitura numa experiência prática permitindo-lhe já iniciar esse mapeamento através da tabela que disponibilizamos através destes dois links: Tabela de Orçamento Familiar ou MicroSoft Money
Pague-se a si primeiro:
A razão pela qual as pessoas não desenvolvem o hábito da poupança é porque procuram fazê-lo no final do mês. É sabido que o ser humano tem por hábito gastar tudo o que tem (e infelizmente, o que não tem) e por norma, chega ao final do mês sem nada para poupar. Lanço-lhe aqui um desafio, caro leitor/a: A primeira coisa a fazer depois de receber o seu ordenado/rendimento no próximo mês, é retirar 10% para uma conta poupança. Se achar que 10% irá destabilizar muito os seus compromissos, tente com 5%.
Criar o hábito de poupar antes de pagar qualquer outra coisa terá efeitos mágicos no seu património líquido. Ao longo dos meses concluirá que poupar não é assim tão dificil afinal de contas. A sua autoestima e sensação de segurança irá agradecer.
Questione-se constantemente
O Dinheiro é um dos assuntos mais emotivos a seguir ao Amor. Por isso é que a taxa de divórcios causados por assuntos financeiros é tão alta.
De modo a poderem evitar entrarem para essa estatística, sugiro que se sentem com o seu parceiro e discutam e planeiem os seus gastos. Quando surge o impulso de comprar algo novo, questionem-se: Será mesmo necessário comprar isto? Será que existe outro produto que tenha as mesmas funções, mas que custe menos? Temos dinheiro para pagar a pronto? Se comprarmos a crédito, iremos ficar com margem para continuar a poupar?
Não descure o poder das perguntas. Questionar-se eleva o seu nível de consciência e torna-o mais alerta para as situações ao seu redor.
Comprar bens caros significa que sou mais do que outros?
Nada poderia estar mais longe da realidade. O que podemos deduzir, muitas das vezes, é que as pessoas que se preocupam mais em ter do que ser, procuram compensar falta de identidade própria nos bens materiais. “Mas não posso comprar coisas de marca e mais caras”? Claro que pode, desde que não caia no erro de fazê-lo para impressionar terceiros, tentar preencher um gap na sua personalidade e ter dinheiro para pagá-lo a pronto pagamento. Normalmente essas pessoas compram esses bens a crédito e acabam por não ter educação financeira suficiente para cumprir com os pagamentos e como consequência irão sentir-se pior do que quando compraram o produto para se sentirem bem. É um ciclo descendente.
Comece com três porquinhos
Ter três porquinhos mealheiros (envelopes ou contas bancárias) poderá ser o ponto de partida para a criação da sua abundância financeira. O primeiro servirá para colocar poupanças (lembra-se do “Pague-se Primeiro”?), o segundo servirá para investimentos e o terceiro para doar.
Doar
Doar? Mas se já tenho pouco dinheiro tenho de dá-lo? Sim! Com este conceito de Dar, entramos nas Leis do Dinheiro em que, o dar ativa a lei da “Ação-Reação”. Dar fará com que mais “disso que dá” volte a dobrar até si. Esta lei aplica-se não só para o dinheiro. Imagine que dá um sorriso a alguém. O que irá acontecer? Entendeu?
Quer ganhar mais? Crie valor!
Muitas das vezes me questionam como podem ganhar mais. O segredo é: “Criar mais valor para os outros”. Tão simples como isso. Questione-se: “Como posso eu criar mais valias para outros”? Certamente que irá encontrar diversas formas. De seguida: “Qual o justo preço do valor que irei entregar”?
A abundância financeira (riqueza) está dentro de si
Nunca caia no erro de pensar que a sua riqueza está nas suas contas bancárias. A Verdadeira Riqueza está no conhecimento que tem. Poderemos enumerar vários milionários que perderam o seu dinheiro diversas vezes e no final o dinheiro regressa. Tomemos o exemplo do falecido António Champalimaud que reconstrui diversos impérios financeiros ao longo da sua vida. A sua maior riqueza era invisível, estava na sua Educação.
Independentemente da sua idade, situação atual, histórico pessoal e familiar, comece já hoje a educar-se financeiramente e ficará admirado com os resultados da aplicação do mesmo. Boa caminhada!
Frases de destaque ao longo do artigo
20 milhões é o número de pessoas sobreendividadas na Europa.
Portugal é dos países que MENOS POUPA
Life & Financial Coach
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