Por Paulo Cordeiro
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Ao falarmos de luto financeiro, poderemos, por exemplo, estar a falar da perda de um emprego, ou da perda de dinheiro face a um investimento que foi realizado. Seja em que situação for, o resultado é menos dinheiro na conta bancária. Esta situação, vai pôr em causa algumas áreas da vida, e principalmente vai pôr em causa aquelas áreas que estão diretamente ligadas à necessidade financeira.
Numa primeira fase, pode existir uma necessidade de negar aquilo que está a acontecer. Não querer falar do assunto, é uma das formas de negação, pois desta forma, evitamos estar em contacto com os estados emocionais que acompanham a sensação de perda. Acontece que, à medida que a situação financeira vai estando cada vez mais critica, a necessidade de encarar o problema vai sendo cada vez mais urgente.
Encarar a situação e admitir internamente o que está a acontecer, é então prioritário, e esta fase pode ser acompanhada por diversos estados emocionais, tais como raiva, revolta, frustração, etc… estados esses que tendemos a evitar, desviando a nossa atenção do “problema”. É muito comum, nesta fase, projetarmos estes estados emocionais nos outros, de forma a libertarmos um pouco a tensão a que o nosso corpo ficou sujeito.
Após esta fase, em que a pessoa percebe que já não é possível reverter a situação e experiencia as diferentes emoções associadas, é então o momento de começar a estruturar internamente aquilo que parece estar confuso. Há que retirar aprendizagens daquilo que aconteceu, de forma a que exista mais maturidade e mais sabedoria, para lidar com outras questões futuramente. O evento em si, proporciona aprendizagens inconscientes que se podem manifestar como generalizações relacionadas com o evento em si. Por exemplo, aprender que da próxima vez podemos ser mais ponderados, é diferente de, nunca mais fazermos algo semelhante. Esta última, tende a ser uma generalização aprendida acerca do evento, que pode impedir de criar algo novo no futuro, com medo que a mesma situação aconteça. A pergunta a colocar é: que aprendizagens positivas podemos retirar desta experiência?
Há medida que vamos conseguindo retirar essas aprendizagens positivas e encarando cada vez mais a realidade, a experiência então negativa passa a ser encarada de outra forma. Entramos num período de aceitação, que nos permite pensar com mais clareza e objetividade direcionando o nosso foco agora, para aquilo que é importante, pois aquilo que se passou é agora apenas uma memória de algo que pertence ao passado.
Durante este período é importante respeitar o seu próprio tempo e o seu próprio espaço, quando forem necessários períodos de introspeção, pois é através destes períodos que as reflexões podem dar lugar a novas formas de olhar para o assunto. Também é natural, que possamos sentir a necessidade de apoio, seja de um terapeuta, de um coach, de um amigo, etc… para que possamos criar uma nova perspetiva acerca daquilo que está a acontecer.
As fases do luto financeiro, são um guia que nos permite identificar que sempre que existe uma perca, existe uma necessidade de nos adaptarmos a novas realidades. Não significa que vamos passar por todas estas fases, mas quanto mais formos honestos connosco acerca da realidade atual e da nossa realidade interna, mais vamos trazer a responsabilidade de volta para nós e com isso o poder pessoal de volta, que nos permite encontrarmos novas formas de criar novas oportunidades e direcionarmos a nossa energia, tendo em conta aquilo que é importante para cada um.
COACH DE TRANSFORMAÇÃO PESSOAL
www.paulocordeiro.pt
[email protected]
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)