in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2015
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Querer crescer rápido passa pelo Ego de todos nós.
Andamos sempre a correr atrás de algo mais e quando damos por nós, apercebemos-nos que estamos a querer ir rápido demais e aí abrandamos.
Passamos uma vida a querer sempre mais, a viver no descontentamento, para que depois mais tarde nos apercebamos que afinal de contas o segredo está na simplicidade das coisas.
Quando falamos em simplicidade, do que nos recordamos? Do estado genuíno de uma criança. Em que é feliz só porque é. Não tem uma razão aparente.
A criança brinca, salta, corre, cai, faz ferida, levanta-se, continua a correr… e sempre de sorriso na cara.
Mesmo quando alguma lágrima cai, o que é que a criança faz? Ela chora, quando na realidade ela só quer uma “festinha” e que acalmem o seu coração, um pouco de atenção no fundo. E tudo fica bem.
À medida que os anos vão passando, muitos de nós anulam a sua Criança Interior. Todos sabemos que vivemos numa sociedade extremamente castradora, em que não nos livramos do julgamento. E pior é mesmo o auto-julgamento. Daí ocorrer essa anulação.
Conforme vamos crescendo, vamos formando capas de proteção, máscaras, o quer que seja. Tudo para nos protegermos dos outros. Para que nos aceitem. No entanto, o que está realmente a acontecer é a anulação do Ser. Anula-se a nossa Criança Interior. Deixamos de ser puros e genuínos.
E porque fazemos isso? Ora, porque se um jovem adulto brinca é porque é infantil… se gosta mais de desporto do que das “maluqueiras” típicas da idade é porque é um “menino”… e por ai a fora.
Existe sempre um “mas” em cada frase que dizemos e sempre alguém pronto para nos apontar o dedo e nos reprovar.
E quem nos aprova?
Afinal de contas, para sermos felizes, temos que deixar morrer a nossa Criança Interior? Ou devemos cultivá-la? O que fazer com ela?
Estas são perguntas que latejam frequentemente na nossa mente, principalmente quando estamos na fase de transição, de jovens adolescentes para adultos. O que não quer dizer que muitos adultos não pensem nesta temática. Muito pelo contrário.
Muitos de nós interrogam-se constantemente se deveriam ter agido ou não de determinada forma, ou se deveriam ter dito isto ou aquilo. De facto, não devemos misturar as coisas. Uma coisa é deixarmos acordada a nossa Criança Interior, outra é sermos mal-educados e impulsivos. Por vezes, estas coisas são confundidas mas é bastante claro a diferença entre elas.
Para deixar viva a Criança Interior, devemos simplesmente deixar fluir o nosso Ser. Sentir é a forma mais genuína e pura de Ser.
Podemos brincar (existem várias formas de brincar: dizer palhaçadas, saltar à corda, brincar às escondidas, jogar às cartas com os amigos, jogar vólei numa equipa, etc.) mesmo na idade adulta, isso não faz de nós pessoas menos sérias ou irresponsáveis. Podemos rir, rir bem alto, o quanto nos apeteça, pois o riso é uma terapia muito bonita e eficaz. Para além de nos fazer bem, também faz bem a quem nos rodeia.
Sermos impulsivos ou mal-educados nas nossas atitudes e/ou respostas, não é uma atitude da Criança Interior. Isso são desculpas que se arranjam para não nos sentirmos mal. O que acontece é que muitas são as vezes em que as pessoas não querem ver a realidade e depois perante situações mais desconfortáveis, respondem ao impacto em forma de reflexo ou defesa. Reflexo, porque podem toda uma vida ter estado expostas a situações mais agressivas que fizeram delas pessoas mais impacientes ou de defesa por medo da agressividade alheia, talvez por uma excessiva proteção paternal e maternal.
A Criança também tem medo. E o que é que ela faz quando tem medo? Enche-se de força e coragem e segue o seu Caminho.
Então se o medo aparece, a solução passa por confrontá-lo para que possa vencê-lo.
Os medos vão aumentando com o passar dos anos, o que é normal, pois dá-se uma elevação no estado de consciência. Mas não devemos de todo, nos deixar derrotar por aquilo que nos aterroriza. Afinal de contas, a Criança é destemida e assim deveremos ser. Conscientes do perigo mas destemidos, prontos para vencer o obstáculo.
Devemos também ver as coisas com espírito positividade, pois a Criança tem sempre esperança de algo melhor, mais bonito, mais pleno.
Afinal de contas, o que faz a Criança feliz? E o que podemos fazer para que a Criança Interior se mantenha viva em nós e em Consciência?
Convido-vos a correr pelo jardim verde… saltar… brincar… deitar na relva e gargalhar.
Um forte abraço, como o de uma Criança,
RUTE CALHAU NATUROPATA E TERAPEUTA HOLÍSTICA www.naturalmentezen.jimdo.com [email protected] in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2015 (clique no link acima para ler o artigo na Revista) |