
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Do ponto de vista orgânico e biológico estamos capacitados para realizar diversos movimentos que são rotineiros, muitas vezes inconscientes, fazendo com que raramente se pense sobre a sua importância no desenvolvimento da nossa atividade profissional. Esses movimentos, mesmo sendo semelhantes são totalmente distintos no que diz respeito à intenção com que os utilizamos, ao sentido, contexto e significado que lhes atribuímos.
Ora vejamos, por exemplo, o ato de escrever é utilizado na maioria das profissões, porém a forma como escrevemos (técnica, equipamento utilizado) é totalmente diferente de profissão para profissão, apesar de utilizarmos os mesmos movimentos, os mesmos mecanismos orgânicos.
Um outro simples aspeto a refletir está relacionado com alguns movimentos, gestos do nosso dia-a-dia, que quando são utilizados na nossa profissão têm uma função e um sentido totalmente diferente, como por exemplo, o pegar ao colo, tocar, abraçar, que no contexto da saúde (enfermagem, entre outras profissões) são utilizados terapeuticamente.
Existem muitos mais exemplos que podiam ser referidos, o nosso corpo é o potenciador da harmonização da nossa vida profissional, que é a utilização das nossas mãos. Utilizamos as nossas mãos para inúmeras tarefas, sendo algo inato e quando refletimos sobre o seu uso reparamos que são ferramentas importantes em diversas profissões permitindo o toque, a cura, a realização de movimentos dos mais exímios aos mais grosseiros.
Assim acontece com todos os movimentos que executámos diariamente, através do comando do nosso Corpo que nos permite adaptar a diferentes situações estimulando a aprendizagem e desenvolvimento de capacidades. A nossa vida profissional desenvolve-se harmoniosamente acompanhando o nosso entendimento sobre o nosso corpo, sobre a melhor forma de o cuidarmos e potenciarmos.
Em algum momento pensou sobre a importância do corpo no desenvolvimento da sua atividade profissional? O que o levou a fazer essa reflexão?
Quando olhamos atentamente para o nosso corpo, somos capazes de observar alguns sinais emitidos que funcionam como alertas para potenciarmos os nossos cuidados corporais, transformarmos alguns comportamentos para que o nosso corpo se mantenha estável e assim nos permita desenvolver eficiente e eficazmente a nossa profissão.
Esses sinais são deveras importantes pois quando o nosso corpo é atingido por alguma doença ou fator externo a nossa vida profissional é igualmente afetada pela diminuição do nosso rendimento, pelo absentismo, pela nossa incapacidade de executar as tarefas que sempre executámos de forma eficiente e eficaz, tal como é impeditivo de desenvolvermos as nossas capacidades através da aprendizagem.
A postura que adotamos no nosso local de trabalho e como nos movimentamos ao executar diversas tarefas, é uma das maiores causas do absentismo e que pode ser aperfeiçoada com a alteração da forma como nos sentamos, como levantamos e transportamos cargas. Também a voz, utilizada em todas as profissões é outro aspeto que devemos cuidar, aumentando o consumo hídrico, evitando mudanças drásticas de temperaturas e não menos importante, transformar a forma como falamos com as pessoas com quem trabalhamos e nos relacionamos profissionalmente.
A melhor forma de cuidarmos do nosso corpo é apostarmos na prevenção, escutando atentamente as mensagens que nos envia, para que possamos estabelecer as mudanças necessárias para enaltecer a importância do nosso corpo para a nossa vida profissional. Potenciando as capacidades do nosso corpo estamos a potenciar a nossa profissão, com o aperfeiçoamento das nossas tarefas, das nossas funções, enaltecendo o nosso magnífico alicerce de vida.
O nosso corpo é o nosso alicerce! É a embalagem que guarda a nossa essência que é de extrema importância na nossa vida profissional, com todas as emoções, os sentimentos, os sentidos, os significados.
Não é de todo suficiente cuidarmos apenas do corpo se não cuidarmos do nosso interior, das nossas emoções. Cada ato tem que ter uma intenção, um objetivo consciente e sincronizado com o nosso sentir, com o nosso campo emocional, pois quando exercemos uma determinada profissão, só estaremos a enaltecer a importância do nosso corpo, quando potenciamos as emoções associadas a cada ato desenvolvido.
É preciso estarmos mais atentos ao nosso alicerce, à forma como vivemos a nossa profissão e como desenvolvemos as nossas tarefas, otimizando a nossa consciência, interpretando conscientemente os sentidos e os significados dos atos, das emoções e assim promovendo a máxima do “saber ser, saber fazer, saber estar”.

ENFERMEIRO, ESCRITOR E TERAPEUTA
ricardosousafonseca.pt.to
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in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2014
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