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Por Raquel Shakti
in REVISTA PROGREDIR |DEZEMBRO 2019
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
É a coragem a grande companheira do medo. É um par, como tantos outros, que caminha lado a lado e que espelha a grande dualidade que é a própria condição da criação. E é com a coragem que podemos unir o que nos parece separado.
Ter medo é um estado perfeitamente normal e que auxilia bastante a nossa sobrevivência. Mas o medo não necessita ser limitador.
A maior expressão da inteligência humana é observar sem julgar a impermanência da vida e as próprias sensações individuais. É saber conviver com estas adotando um estado de presença, de consciência.
O medo pode ser indicador de inseguranças e bloqueios e se se tiver a coragem de prestar realmente a atenção pode-se evoluir e quebrar vários padrões que podem estar há muito tempo presente na nossa linhagem. Coragem é então uma manifestação ou um estado de ação-não ação independentemente e apesar da circunstância.
Ter coragem requer muitas vezes loucura. É caminhar às escuras, é atirar-se ao desconhecido.
Quem é aquele que não anseia a liberdade? Se estivéssemos sozinhos nos Himalayas sem nada nem ninguém, estaríamos bem? Há que ter coragem. Há que ser louco! Porém, o Ser humano tanto anseia ser e estar livre como estar vinculado ou apegado a algo, ou alguém. Não é isto Ser humano? Estar bem onde não se está e querer ir onde não se vai? Lá dizia o Variações.
Às vezes há que ponderar o significado da palavra coragem e da sua ação. Se ser corajoso é achar que ser honesto implica pisar o outro (que, no fundo somos nós também), então não é ser corajoso. Se ser corajoso é achar que o ser humano é a melhor manifestação da Natureza e que pode fazer o que bem entende com ela, então não é ser corajoso. Mas há que ter coragem para humilhar o outro. Há que ter coragem para queimar a grande mãe que é a nossa casa. Mas não será esta “coragem” atos de covardia também?
A maior coragem que eventualmente o Ser humano pode cultivar é aquela de se auto-observar, de se autodescobrir. É ter a coragem de observar os seus pensamentos, as suas emoções, a sua comunicação e as suas ações. É ter a coragem de não se esconder de si próprio É ter a coragem de se autorresponsabilizar por tudo o que acontece. Pois, tudo o que acontece, acontece bem dentro de cada um de nós. Ilude-se aquele que pensa que tudo acontece fora de nós e que a responsabilidade é do outro. É ter a coragem de se manter no centro. Pois, a única coisa que podemos por ventura ter controlo é sobre o nosso centro. Presta bem a atenção. O teu centro é a tua liberdade. Não deixes que ninguém a roube. Não percas o teu centro. Tem a coragem de Ser.
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YOGA, TERAPIAS, DOULA
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in REVISTA PROGREDIR |DEZEMBRO 2019
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