Por Pedro Midões
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Esta é a dificuldade nos dias de hoje, equilibrar a emoção e a razão na arte dos estímulos. Mas difícil, não significa impossível. Acredito que mesmo que lhe dissessem que era impossível, iria tentar, iria acreditar que conseguiria. É um trabalho que depende de si, do seu esforço, dedicação e disciplina. É como querer fazer uma dieta alimentar. Às vezes custa tanto fechar a boca a um dos nossos petiscos preferidos ou ir ao ginásio, mas se pensar que amanhã o corpo e o organismo agradecem. Em relação ás nossas finanças é o mesmo, ter o objetivo definido, tomar consciência de alguns hábitos e começar a dizer que não. Isto pode ser sinónimo de começar a construir a sua poupança.
Uma sugestão, passe todos os seus rendimentos e despesas que tem durante o mês para um “papel”. O seu rendimento não é fixo, faça uma média dos últimos tempos e fixe por baixo. Agora tente organizar todos os gastos que considera indispensáveis - despesas de casa, alimentação, seguros – e todos os outros que considera “dispensáveis”. Mesmo que não tenha valores concretos, não se preocupe, faça uma estimativa, irá ajudar no passo seguinte. Some todos os rendimentos e todos os gastos. O primeiro passo está dado. Já tomou consciência do que ganha e do que gasta num mês.
Avance mais um pouco, guarde todos os talões das suas compras. Das revistas aos cafés, da roupa a prendas que comprou para oferecer. Das vezes que foi ao supermercado. Do cinema e pipocas para si e para a sua namorada. Dos copos, jantares e saídas com os amigos. Todos sem exceção.
Ao final do dia, da semana ou do mês, agrupe os talões por cada categoria e volte ao papel, ao Excel ou às aplicações nos telemóveis. Está a investir poucos minutos do seu tempo na sua saúde financeira. É hora de somar. Deixou de ter uma estimativa sobre os seus gastos e está a passar para a realidade dos seus gastos. Agora que organizou os talões, veja onde estão os excessos e onde poderá cortar mais alguns “quilos” nos próximos dias. Se for necessário, verifique novamente os talões e veja se realmente foi tudo necessário. Aposte no que é necessário e indispensável para si e para o seu bem-estar.
Os cartões de crédito são hoje uma facilidade para a maioria das pessoas. As instituições de crédito oferecem cartões com plafonds pré-aprovados. As lojas têm dias de desconto, têm cartões de fidelização com descontos acumuláveis no futuro, com campanhas de pagamentos a 3, 6, 9 meses e por aí fora, sem qualquer juro adicional.
Antes de cair na emoção, pare, pense e faça a pergunta para si mesmo - é mesmo necessário? Provavelmente não. Se mesmo assim o fizer, sabe que está a fazê-lo em consciência e com capacidade para assumir a responsabilidade que advém desse ato. Não se esqueça que nos cartões de crédito, pagamentos à vista ou faseados terá sempre que pagar essa compra. Não fazendo o esforço agora, o que está a fazer é a adiar a divida. Mas no final, a conta terá sempre que ser liquidada. As instituições de crédito nunca são as prejudicadas. Conseguem sempre reaver o valor creditado, nem que seja através da penhora do vencimento.
Outra maneira de muitas vezes engordar a carteira, é deixar de andar com notas e moedas na carteira ou no bolso. Somos seres emocionais e como tal queremos as coisas, na grande maioria das vezes, no imediato. A não racionalização no momento da compra, pode ser travado pelo facto de não termos o dinheiro disponível no momento. Quantas vezes deu por si a querer comprar uma revista, um café ou umas meras castanhas na rua para aquecer as mãos? E nunca aconteceu dar por si a por a mão na carteira ou no bolso e lamentar-se porque afinal não vai poder ser, pois não tem dinheiro. O multibanco é a meia dúzia de metros, mas aquela vontade imediata foi travada e como tal “ficará para outra oportunidade”. Ao final do mês serão uns pequenos-grandes quilos.
Planear, ajuda na persecução dos objetivos. Estipule todos os meses quanto quer poupar por mês. Não deixe para o final do mês quando a balança ainda está equilibrada. Aí, será meio caminho andado para o gastar com facilidade. Faça ao contrário, comece por colocar logo uma pequena quantia de lado e já não faça mais conta desse valor para o resto do mês. Os cortes efetuados e as poupanças criadas estão a começar a dar frutos.
Quando olhar para trás e perceber todo o caminho que percorreu, irá sentir que o mais difícil já foi feito. O tempo, esforço e dedicação foram obra sua. Orgulhe-se disso! Agora que conseguiu redefina novos objetivos.
DIRETOR FINANCEIRO E CONTABILISTA CERTIFICADO
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in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2017
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