Por Ana Paula Rodrigues
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Em todos conflitos há pessoas envolvidas e onde há pessoas, há emoções.
Tipos de conflitos:
PESSOAIS
Este tipo de conflito surge dos próprios pensamentos, emoções, ideias e valores. É uma luta interna e envolve o próprio indivíduo, pode ocorrer quando estamos em conflito entre o que “queremos fazer” e o que “devemos fazer” e podem surgir todos os dias, aprender a gerir estes conflitos ajuda a desenvolver o pensamento crítico e a capacidade de tomada decisão. Como gerir estes conflitos?
Avalie como este afeta os seus valores fundamentais e o que é importante para a sua vida nesse momento. Considere apenas soluções que se alinhem com as suas crenças e motivações.
Siga os seus valores.
Escreva: Reveja os prós e os contras relacionados com o seu conflito e antecipe os resultados das várias decisões que poderá tomar. Fixe um prazo para assegurar que o conflito seja resolvido rapidamente.
Seja gentil consigo mesmo – perdoe-se, não se coloque sob pressão, descanse um pouco. O ritmo e a firmeza ganham uma corrida!
Celebre todas as suas vitórias – aprecie todas as suas vitórias, incluindo as mais pequenas. Vai ajudá-lo a perceber que a sua vida não tem sido apenas uma série conflitos e necessidades. Isso vai dar-lhe esperança quando passar por outros momentos difíceis.
INTERPESSOAL - Este conflito entre duas ou mais pessoas. Pode resultar do choque de personalidades ou perspetivas diferentes sobre como atingir objetivos.
INTRAGRUPAL - Este nível de conflito ocorre entre membros de uma única equipa quando há várias pessoas com opiniões, antecedentes e experiências diferentes a trabalhar para um objetivo comum.
INTERGRUPAL - Este nível de conflito ocorre entre diferentes equipas dentro de uma organização maior ou entre aqueles que não têm os mesmos objetivos comuns.
COMPETÊNCIAS TRANSVERSAIS NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
Face à crescente importância das competências transversais que ajudam a diferenciar um estilo de liderança inclusivo, há que considerar a capacidade de identificar os conflitos para os gerir com sucesso, deverá estar disponível para:
- Agendar uma hora e local apropriados para reunir – Pedir a todos os envolvidos que reservem tempo para resolver o conflito. Encontre um lugar calmo e confortável onde possa falar abertamente sem interrupções;
- Permanecer calmo e ser objetivo – Manter a calma durante toda a reunião e concentrar-se em resultados tangíveis. Discutir os detalhes específicos de um conflito para que possam ser abordados abertamente; sem julgamentos pessoais, seja objetivo.
- Usar escuta ativa e empatia – Considere parafrasear a perspetiva da outra parte para mostrar compreensão quanto às suas preocupações e necessidades. Se estamos a mediar o conflito, este passo pode ajudara compreender o conflito;
- Celebrar o progresso e os sucessos – Reconhecer os esforços dos membros da equipa para mudar o comportamento ou a estratégia. Quando a equipa atingir objetivos, reconheça essas vitórias e celebre-as!
Conflitos, desafios, sonhos e conquistas fazem parte do nosso percurso de vida, como seres humanos, tanto a nível pessoal, sociais e profissionais, para compreender este caminho Maslow desenvolveu uma teoria e representou-a num esquema, bastante simples.
A hierarquia de necessidades (desejos) de Maslow baseia-se na ideia de que cada ser humano esforça-se muito para satisfazer as suas necessidades pessoais e profissionais, organizadas numa divisão hierárquica em que as necessidades de nível mais baixo devem estar satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto.
Segundo esta teoria, cada indivíduo tende a realizar uma “subida” hierárquica suprimindo as suas necessidades para atingir a sua autorrealização, como definiu, nas cinco necessidades do ser humano, dispostas numa pirâmide.
Esta teoria ajuda-nos a compreender o nível onde se encontra, e o que realmente é importante para aquela pessoa, nos momentos de conflito.
Necessidades podem ser geradoras de conflitos: (quando são negadas ou não estão a ser reconhecidas, ou supridas)
NECESSIDADES FISIOLÓGICAS - São as mais importantes: necessidades de manter-se vivo, de respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais, etc. No trabalho: necessidade de horários flexíveis, conforto físico, intervalos de trabalho etc.
NECESSIDADES DE SEGURANÇA - Sentir-se seguros: sem perigo, em ordem, com segurança, etc. No trabalho: emprego estável, assistência à saúde, seguro de vida, remuneração justa, condições seguras de trabalho etc.
NECESSIDADES SOCIAIS - Manter relações humanas com harmonia: sentir-se parte de um grupo, receber carinho e afeto dos familiares, amigos e pessoas. No trabalho: necessidade de conquistar amizades, manter boas relações, ter superiores gentis etc.
NECESSIDADES DE ESTIMA - Existem dois tipos: o reconhecimento das nossas próprias capacidades e o reconhecimento dos outros. É a necessidade de sentir- se digno, respeitado, ter reconhecimento, poder, orgulho e autoestima. No trabalho: Responsabilidade pelos resultados, reconhecimento por todos, promoções ao longo da carreira, feedback etc.
NECESSIDADES DE AUTO REALIZAÇÃO - Crescimento pessoal, realização, utilizar todo o potencial, ser aquilo que se pode ser, fazer o que gosta. Necessidade de contribuição, autonomia, independência e autocontrole. No trabalho: desafios no trabalho, necessidade de influenciar nas decisões, autonomia.
Quando uma etapa está satisfeita ela deixa de ser o elemento motivador do comportamento do ser, fazendo com que a próxima necessidade tenha destaque como motivação. Compreender as necessidades e motivações é fundamental para que compreendamos atitudes e sentimentos – tanto as nossas e como as dos outros – durante um conflito. No entanto, na maioria das vezes, essas necessidades e sentimentos estão ocultos e é preciso utilizar técnicas para trazê-las à tona e caminharmos em conjunto para a resolução dos conflitos.
Deixo-vos com uma pequena história
Certa vez, dois irmãos moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, partilhando ferramentas e cuidando um do outro.
Durante anos percorreram uma estreita e comprida estrada ao longo do rio para, no final de cada dia, poderem desfrutarem da companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam-no com prazer, amavam-se.
Mas agora tudo estava mudado. O que começara com um pequeno mal-entendido, explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.
Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta. Ao abri-la, viu um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na mão, que lhe disse:
- Estou à procura de trabalho, talvez tenha um pequeno serviço aqui e ali. Posso ajudá-lo?
- Sim! - disse o fazendeiro. - Claro que tenho trabalho para si!
Vê aquela fazenda além depois do riacho? - É do meu vizinho, na realidade, meu irmão mais novo. Estamos zangados e cortamos relações e não consigo suportá-lo.
Consegue ver aquela pilha de madeira perto do celeiro? - Quero que me construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não precise de voltar a vê-lo.
- Acho que entendo a situação, respondeu o carpinteiro… mostre-me onde estão o martelo e os pregos que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito.
Como precisava ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu. O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia.
Já anoitecia quando terminou a sua obra, entretanto o fazendeiro voltava da cidade. Os seus olhos não podiam acreditar no que viam! Não havia nenhuma cerca!
No seu lugar estava uma ponte que ligava um lado ao outro do riacho. Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou:
- Que falta de Respeito! como foi capaz de construir esta ponte depois tudo que lhe contei!!!
E as surpresas ainda não tinham terminado… Ao erguer os olhos para a ponte mais uma vez, viu o seu irmão na outra margem, correndo com seus braços abertos. Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram na direção um do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte.
Emocionados, viram o carpinteiro a arrumar as suas ferramentas e a partir.
- Não, espere! - disse o mais velho. Fique connosco mais alguns dias, tenho muitos outros projetos para si.
O carpinteiro respondeu: - Adoraria ficar. Mas, tenho muitas outras pontes para construir!
Na resolução de conflitos, sejam quais forem, construa pontes.
YBICOACH - SUCCESS CAREER & LIFE STRATEGY COACH
www.ybicoach.pt
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