Por Flávia R S S corachio
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2022
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Com/Fiar =Tecer com um fio.
Então, vamos começar a fiar, a tecer uma história sobre confiar. Com fiar, tecemos a vida. E com fiar você pode tecer a sua história. Tecer laços, entrelaçar vidas.
Vamos partir de um ponto único, universal. Onde vários pontos unidos formam um fio. O fio da vida. Desde a matéria primária, até o fio umbilical.
Então, se tudo parte da fonte criadora que liga, forma, transforma, conectando tudo e todos com essa fonte, formamos uma grande teia, uma grande engrenagem divina. Mesmo que não percebemos, este fio está sempre presente, cabe a cada um tomar ciência, desse fato.
Se partimos de um mesmo ponto, essa fonte está em nós. Somos uma parte dela, e saber disso, já poderia ser suficiente para confiar em si mesmo como uma força potente e criativa, gerando bons resultados nas suas ações.
Mas acontece que aos poucos, desde a infância vamos sendo encaminhados para deixar de acreditar em nós mesmos, no que sentimos e no que nos guia internamente. Outras vezes, sentir amor, pelos nossos entes mais próximos e queridos, pode nos traumatizar, gerar dor, e, assim, vamos desconectando das nossas emoções, as sensações do corpo e a nossa capacidade de confiar no que sentimos. Vamos criando também medos que nos impedem de avançar com confiança. Vamos nos tornando frágeis em relação a esta capacidade natural do ser, que é a fé em si mesmo.
Talvez possamos refletir também, de um ponto onde Fé, Religião e Espiritualidade, podem ainda ser tabus. Muitas vezes associados a confiar na separação entre Criador e seres criados. Então, talvez seja preciso desfiar. Desmanchar, alguma ideia equivocada. É preciso, tecer a ideia sobre sermos seres físicos, emocionais e espirituais. Sobre não sermos separados uns dos outros, ou separados de partes de nós mesmos, ou separados de Deus, ou como queiram chamar essa centelha, essa força de amor e criação Universal.
A fé e a confiança, estão muitas vezes ligadas à religião. Assim, crer em si passa a ser secundário. Mas a espiritualidade, não depende de religião. Embora, (rel)igar seja objetivo de ambas. Estamos acostumados, a confiar em algo fora de nós, fomos treinados e ensinados a isso. Dessa forma, entregamos o nosso poder para outras pessoas, para alguma instituição, para algum mestre que julgamos serem capazes de fazerem por nós aquilo que temos dificuldades. E não conseguimos, justamente por não confiarmos em nós. Por não conseguirmos enxergar essa força que habita em cada ser.
Quando estamos nesse modo de funcionamento, entramos num círculo vicioso de desvalorização pessoal, baixa estima, impotência, conflitos internos, estagnações. Então, será preciso unir as partes dentro de si mesmo, harmonizar internamente os seus pensamentos, sentimentos e ações externas.
Essa reorganização interna, torna possível a (re)conexão, com a espiritualidade, que se se dá a partir desse fio subtil e poderoso da fé. Da confiança em si mesmo, ao mesmo tempo que compreende que não age sozinho, há sim uma força maior em ação contribuindo consigo.
Ter fé, ou confiar é acreditar não apenas num nível racional. É da ordem do sentir, do saber internamente. Sentimos através das sensações subtis do corpo. Para isso, é preciso manter o estado presente, estar entregue.
Uma vez que você sente essa confiança, você se reconecta. E medos, ansiedades, conflitos, inseguranças, deixam de assombrar os seus pensamentos e as suas escolhas, fazendo com que você ganhe uma força, uma confiança para lidar com os desafios e fraquezas que surgirem pelo caminho.
Uma pessoa confiante, confia na inspiração que recebe. Sabe que não está sozinha, que há uma força invisível a ampará-la e entra num círculo virtuoso de confiança. Pois sim! A confiança é uma virtude latente ou potente em todos nós.
Mas o que fazer, quando essa virtude está latente? Desejando ser acordada?
É preciso treina-la diariamente. Você pode começar a fazer isso, a partir de pequenos atos que são mais fáceis pra você treinar a sua confiança, como, por exemplo: “vou fazer um bolo que nunca fiz”, para depois ir fazendo com a mesma confiança adquirida por esta experiência em eventos que requerem maior confiança.
Para o seu cérebro, não importa muito qual o desafio que a ele foi lançado. A partir de uma nova experiência, ele cria novos caminhos de conexão neural, com estímulos à confiança. Caso, a sua experiência com o bolo, não atinja o resultado desejado, por ser uma experiência onde você não se sente tão desconfortável em fazer, você terá condições de analisar o resultado e elaborar uma nova maneira de realizar a mesma tarefa com melhores resultados. Ou seja, você sente-se capaz de se fazer uma crítica, uma auto-observação para colher um melhor resultado, sem que isso lhe cause mal à sua estima, e sim mais capacidade de lidar com situações desafiadoras, ou que não saíram conforme o esperado. E é isso que vai-te trazendo mais confiança no seu dia a dia.
Depois que você treinar bastante o seu cérebro para confiar nas suas capacidades de solucionar problemas, você pode começar a soltar, a desfiar o que te fez perder a confiança. E fiar novamente a confiança. Esperançar novamente sentir a força da fé que vive em si.
Confiar, não significa que você nunca mais sentirá medo, duvidas ou não terá precaução diante das suas escolhas. Significa que você já sabe internamente o caminho que precisa percorrer, e então, em posse dessa confiança interna, se prepara para os desafios do caminho.
Confie em si e vá aprendendo a cada passo, as virtudes que precisar.
TERAPEUTA INTEGRATIVA E CORPORAL PÓS GRADUADA EM ARTETERAPIA/PSICOTERAPIA INSTRUTORA DE YOGA/MEDITAÇÃO
www.flyvivoconsciente.com
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