in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2017
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Temos dinheiro e pagamos a renda, a água, a luz, compramos roupas, gastamos no supermercado, entre outras coisas. E porque é que o fazemos? A resposta é simples, embora muitas vezes não esteja clara na nossa mente: queremos satisfazer as nossas necessidades.
Muitos de nós pensamos simplesmente que precisamos de dinheiro, mas o dinheiro é apenas uma ferramenta utilizada para satisfazer as nossas necessidades ou interesses, e é essa é uma perspetiva que pode fazer toda a diferença, pois quando falamos de necessidades já estamos a falar de algo muito mais do que material, e, portanto, um campo no qual já pode surgir compaixão.
Sim, é verdade que a maior parte de nós tem dinheiro limitado e, portanto, existem muitas necessidades e interesses que não são satisfeitos, mas isso já é uma questão de prioridades, e é sempre algo que pode ser melhorado, pois podemos trabalhar para ter mais recursos disponíveis.
Primeiramente falo de auto compaixão. Sim, é ótimo ter uma conta bancária gigante e ter muito dinheiro guardado, mas se não o for utilizar para que é que ele serve, não passa de papel num “buraco”. E sim, também concordo que o facto de termos algum dinheiro guardado dá-nos conforto e segurança para fazer face a uma emergência, mas temos que manter o equilíbrio. Se tem dinheiro e não o aproveita, será mesmo feliz? A felicidade trata-se por cuidar de nós mesmos, por isso não perca a sua própria pessoa só para ter mais umas notas na carteira. Mime-se! Você merece! (somente não abuse!).
Agora falando de compaixão para com os outros. Hoje em dia, e devido a uma cultura pelo individualismo, as pessoas sentem-se desconectadas umas das outras, mas a verdade é que o ser humano é um ser social e que vive em comunidade. Pensar nos nossos atos de forma a não só obter benefícios para nós, mas também de não prejudicar ninguém é o começo de uma compaixão para com os outros. No entanto, podemos não ficar por aqui…
Muitas vezes pensamos que temos de escolher entre nós e os outros. A realidade é que podemos ter uma visão coletiva sem nos prejudicarmos a nós, afinal também nós pertencemos ao coletivo.
Adam Smith, considerado por muitos o “pai” da economia moderna, disse que os melhores resultados para um grupo surgem quando cada um faz o melhor para si, e daí advém a procura pelo individualismo.
Contudo, John Nash contrapôs que os melhores resultados para um grupo surgem quando cada um faz o melhor para si e para o grupo, promovendo assim a cooperação, uma visão coletiva.
Nesta perspetiva, ter compaixão para com os outros pode efetivamente ser o melhor para nós, a nível imediato, e especialmente a nível de médio-longo prazo. Aliás, é do senso comum de uma sociedade capitalista que esta é mais rica quanto o maior número de trocas comerciais existirem entre os seus membros, logo, quantas mais pessoas mais tiverem mais rico cada um é, pelo que eu também me devo preocupar com o outro, e não só comigo.
Por fim, e agora só para alguns, a nível espiritual, existe uma correlação entre o dar e o receber. Aquilo que damos ao universo ele retribui, nem sempre da mesma maneira, nem sempre quando queremos ou da forma que esperamos, mas certamente da forma e no momento que precisamos.
Portanto, se à primeira vista as finanças nada têm haver com compaixão, a forma como escolhemos fazer uso das finanças tem tudo haver com compaixão.
MEDIADOR FAMILIAR E DE CONFLITOS
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