in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2014
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Quem quiser dispor-se a entrar nesta carreira de mágico dos orçamentos e finanças pessoais deverá ter consciência de que os passos nesta carreira terão de ser dados com cautela e muita paciência, não vá dar-se o caso de querer colocar-se num nível que está desajustado à sua realidade e daí advir o fracasso e desânimo. É preciso ter uma real consciência da nossa situação atual para que as determinações sejam motivadoras e não nos levem ao fracasso, pois isso deixaria cair por terra um eventual percurso de sucesso.
Para muitos a magia é a arte da ilusão, mas neste caso a magia de que iremos falar vai leva-los a perceber como, possivelmente, estava iludido ao assumir como certo que já não é possível fazer mais com o pouco dinheiro que tem. Ora veja:
Mágicos de nível Trainee Este tipo de mágicos tem como principal característica a vontade de melhorar a sua vida financeira, mas não pôr os meios necessários. Está consciente da regra de ouro de não gastar mais do que recebe, está disposto a poupar porque sabe que é mais fácil deixar de gastar €1,00 do que ganhar mais €1,00, mas ainda não percebeu o valor mais ajustado de poupança mensal. Faz controlo das contas, mas ainda não adquiriu o hábito de elaborar um orçamento familiar todos os meses. É um início, pois já adquiriu a consciência de que tem de fazer uma poupança mensal. Agora, ao passar para o nível júnior terá outros desafios!
Mágicos de nível Júnior Os mágicos de nível júnior são aqueles que não dispensam a elaboração de um orçamento mensal e que já conseguem hierarquizar corretamente as despesas que incorrem. O controlo através do orçamento deve ser feito tendo como base as receitas, pois aqueles que constroem um orçamento ao olhar para as despesas ainda não adquiriram os ensinamentos do nível anterior. A base de construção de um orçamento são sempre as receitas. O orçamento permite identificar com clareza os gastos que temos ao longo do ano e assim transmitir o retrato de quais os meses em que posso fazer determinados gastos e em quais é que não posso se quer pensar em ir ao cinema.
Este tipo de mágicos sabe quanto totalizam as despesas essências (alimentação, despesas com a casa, transportes, creche) e não tem medo de assumir que há despesas que tem e que pode cortar (pacote completo de telecomunicações, telemóvel topo de gama, aquela despesa pequena mas diária no café à frente do trabalho, etc.). Percebe que a expressão “é impossível apertar mais o cinto” não o ajuda a ser exigente com ele próprio, pois se parar com honestidade reconhece que há hábitos que adquiriu que não são essenciais para viver e que, o que realmente lhe custa é assumir que não terá o mesmo estilo de vida que em tempos ambicionou.
Outra característica importante nos mágicos deste nível é que percebem que para o dinheiro ter melhor uso é fundamental estender à família estes comportamentos e conversar em casa sobre as melhores formas de cada um gerir as contas pessoais. Não trata o dinheiro como um tema tabu e assume como um desafio positivo a gestão com o pouco que tem!
Mágicos de nível sénior Quem chega a este patamar vive com outro conforto. Não necessariamente um conforto financeiro, mas um conforto de quem sabe o que realmente tem para gastar e consegue dar à poupança o 1º lugar do pódio das despesas. Ao colocarem a poupança como a prioridade das despesas, percebem que esta é a despesa mais inteligente. Uma família que coloque a poupança neste patamar está a assumir que a prioridade das suas despesas é o pagamento a eles próprios. Pense nisto: quando gasta dinheiro a fazer uma poupança está a pagar a quem?!
Para além do mais, vive no conforto de saber que quando surgir um imprevisto (doença, desemprego, reparação do automóvel) tem onde recorrer. Este conforto estende-se necessariamente a toda a família, pois quando falam sobre o orçamento familiar é uma conversa livre de tensão e assim contribui para um maior bem-estar dentre de casa.
Os mágicos de nível sénior levam tão a sério a gestão do seu dinheiro que recorrem a apoios para renegociar os seus contratos de crédito, de seguros, de telecomunicações, etc. A competitividade do mercado nacional abre oportunidades para que os clientes encontrem soluções mais baratas e com igual qualidade oferecida pelos diferentes com correntes de quase todos os setores da economia nacional.
Mágicos no topo da carreira Estes mágicos são aqueles com quem mais temos a aprender. O modo de atuar deles desmascara todos os que se refugiam em afirmações como “Ó… só os ricos é que conseguem poupar!” ou “não tenho conhecimentos para gerir bem o meu dinheiro”.
A gestão das finanças pessoais não é algo para os experts e mais letrados. Desde que há o homem na terra que ele tem de saber gerir os recursos que estão ao seu dispor. Não vale a pena complicar o que é simples. Quem quer gerir o seu dinheiro de modo a que o dinheiro não seja uma dor de cabeça deverá procurar respeitar os seguintes ensinamentos que estão acessíveis a todos nós:
1) Humildade – Isto é, aceitar a nossa realidade. Não querer viver acima das possibilidades nem deixar que a comparação com os hábitos de vida dos outros seja algo que nos afete. Não devemos ter vergonha do que não temos e devemos estar sempre disponíveis para aprender com as lições que a vida nos vai dando;
2) Pragmatismo - Os nossos mágicos mostram que são pragmáticos a cortar custos e a decidir. E ao pragmatismo vem associado um cada vez maior rigor e exigência na procura de informação;
3) Valorização da família – A família é o mais importante que temos. Podemos zangar-nos com os amigos e ter más relações no trabalho mas é em casa que devemos procurar o nosso porto-seguro e a força para ultrapassar todas as dificuldades. As famílias dos nossos mágicos – em especial os seus filhos – são o local onde buscam o alento para encarar os sacrifícios de cabeça erguida.
4) Criação de hábitos – A criação de hábitos de poupança é meio caminho andado para o sucesso. Muitos dos problemas financeiros das famílias portuguesas resultam de maus hábitos de consumo e da ausência de hábitos de poupança e corte de custos. A poupança não se reduz ao dinheiro que coloco no topo das prioridades da despesa. Estou a poupar quando tenho lâmpadas economizadoras, desligo os stand-by dos aparelhos eletrónicos, conduzo de forma suave, utilizo com critério a máquina de lavar, não desperdiço água e a tão popular forma de poupar como o famoso “porquinho mealheiro”!
Os portugueses estão habituados a atuar de forma assertiva e com grande coragem, resolvendo os problemas que muitas vezes parecem impossíveis de solucionar. A capacidade de superação do nosso povo deixa-nos muitas vezes surpreendidos. De facto, mesmo com toda a grave crise que atravessamos, podemos verificar que é possível entrar nesta lógica de mágico do orçamento.
Os verdadeiros mágicos são aqueles que utilizam todos estes truques de forma a conseguir algo que à partida diríamos ser impossível, mas que eles conseguem provar que afinal não é.
É que afinal… o dinheiro também estica!
DIRETOR COMERCIAL DA REORGANIZA
www.reorganiza.pt
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