in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
PLANEAR
A primeira etapa passa pela necessidade de um correto planeamento das suas férias. Possivelmente já se encontra em período de férias pelo que espero que tenha feito um planeamento rigoroso. Falamos da orçamentação das férias e da procura por alternativas de entretenimento gratuito ou a utilização de vales e outras ferramentas que proporcionam descontos expressivos em hotéis e restaurantes. Antes de ir questione-se sobre os gastos que realmente necessita: é necessário deslocar-se de carro? Tem de ter acesso à internet diariamente? Como fazer refeições mais económicas?
PERCA A VERGONHA
Muitas pessoas são levadas a tomar decisões contrárias aos valores que consideram como válidos, simplesmente por vergonha ou por pressão social. Alugam casas de férias em sítios mais caros para “não parecer mal” ou para não mostrar fragilidade financeira. Pois bem, causa bastante mais vergonha e problemas infindáveis não conseguir suportar as despesas, ter de se endividar e cortar mais à frente em algo considerado essencial. A alegria está mais no “ser” do que no “ter”: ter uma casa de prestígio, ter refeições em restaurantes conceituados, ter os “gadgets” da moda, etc, não é forma de alegrar as férias. Ser responsável com as contas, ser simples no estilo de vida, ser disponível para estar com os outros, isso sim, é uma forma de alegrar a sua vida!
NÃO SE ENDIVIDE
O mês de Setembro costuma ser um mês de grande procura por serviços de aconselhamento financeiro e não é por acaso. Muitas pessoas voltam de férias com os plafonds dos seus cartões de crédito ou das suas contas-ordenado esgotados e têm a necessidade de fazer um “emagrecimento forçado” nas suas finanças pessoais.
Não se endivide para pagar as férias. O endividamento serve para suportar despesas essenciais à sua vida, como uma habitação, um carro de família ou despesas de saúde/emergências. Não serve para pagar produtos ou serviços que podemos viver muito bem sem eles.
Os juros destes créditos são demasiado elevados e claramente injustificados face ao prazer pontual que uma compra proporciona.
ENVOLVA OS SEUS FILHOS
As férias são um período extraordinário para toda a gente mas especialmente para quem tem filhos. Se é o seu caso, aproveite bem as férias e dedique-lhes muito tempo. Dedique também algum tempo para a sua educação financeira.
Pode envolver os seus filhos no planeamento das férias e na sua orçamentação. Não só tem uma boa oportunidade de educação como também pode acontecer que este ano a família tenha de efetuar algum corte de despesa a que não estavam habituados. Este envolvimento acaba por ser um ótimo momento para lhes explicar os motivos e procurar alternativas.
O comércio aproveita-se muito da fase mais relaxada em que as pessoas estão quando se encontram de férias e muitas vezes o marketing é direccionado para as crianças. Repare como os seus filhos vão ser impelidos para aquilo a que se chama de “venda por impulso”. Saber dizer que não pode ser muito educativo e ajudá-los a perceber que, por exemplo, comprar um gelado na praia pode não se justificar quando ao voltar para casa poderá comprar o mesmo gelado por menos 30, 40 ou 50 cêntimos.
NÃO DEIXE QUE O DINHEIRO TOME CONTA DE SI
O período das férias deve ser vivido como tempo de descanso, pelo que não deixe que o dinheiro seja motivo de tensão. Procure que o dinheiro não tome conta de si, pois nós é que somos donos dele e não contrário. É importante ter prazeres na vida e as férias são momento de excelência para os usufruir. Procure dar-lhes a importância devida tendo em conta o seu estilo de vida. Adapte as suas férias à sua realidade, de forma que os prazeres e o descanso que precisa sejam mais duradouros do que apenas um momento esporádico, mas que no longo prazo se traduz em maiores sufocos. A alegria financeira não se improvisa… é algo que terá de ir construindo ao longo de todos os dias.
RECORDE-SE DO QUE É MAIS IMPORTANTE
Por último, e não menos importante, um apelo à reflexão. Se há alguma coisa que os últimos anos nos mostraram foi que viver acima do nosso orçamento não é o melhor caminho. Gastámos de mais na procura de alguma coisa. Procura de afirmação pessoal? Procura de satisfação de curto prazo? Compra de produtos ou serviços com um valor efémero, muitas das quais já nos arrependemos?
Parando um pouco para pensar, as melhores coisas da vida não têm um preço. Não temos de pagar para nos divertirmos em família. Não temos de gastar “rios de dinheiro” para ter bons jantares com os amigos. A criatividade e o amor que colocamos na preparação das coisas ajudam-nos a usufruir ao máximo daquilo que mais valorizamos.
CONSULTOR E FORMADOR DE FINANÇAS PESSOAIS NA REORGANIZA
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www.reorganiza.pt
in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2014
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