in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2019
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Na prática xamânica, por exemplo, em que o trabalho de cura e transformação é feito ao nível do espírito, é necessário lançar primeiro as sementes que, mais tarde, se podem materializar. Não é um trabalho individual, é um trabalho de parceria. Cada um faz a sua parte para depois entregar à Vida, ao Universo, a Deus, ao Grande Espírito (dependendo da crença de cada um) a respetiva manifestação.
Para tal, é preciso ser claro e definir o que se quer exatamente, começando por perceber se o que se intenciona Cocriar está alinhado com o nosso ser e vai servir o que achamos ser o nosso propósito. Se assim não for, por uma questão de verdade e respeito próprio, o melhor é abandonar o projeto a Cocriar.
A Cocriação ao nível do espírito
O ponto de partida de qualquer trabalho de Cocriação deve ser a intenção. Defini-la é como decidir em que alvo atirar. É fazer jus à expressão “cuidado com o que pedes, pois podes ser atendido”. O definir da intenção leva a que todas as energias e forças se foquem na mesma direção e que cada pessoa se alinhe verdadeiramente com o que quer manifestar. E esse alinhamento faz-se a um nível profundo, a nível espiritual.
Em práticas como o Xamanismo, para algumas culturas o contacto profundo com o mundo espiritual é induzido pelo toque ritmado de um tambor ou de uma maraca. Em estado alterado ou xamânico de consciência, é possível entrar em realidades não visíveis, no mundo espiritual, onde se começam a produzir as verdadeiras mudanças.
Todos os que não se dedicam a esta prática, mas também Cocriam ao nível do espírito, sabem que há uma ligação profunda, uma convicção desmedida, uma chama que é alimentada a partir de dentro que leva a que se corra numa direção e não noutra. Seja através de práticas como a xamânica ou através de uma prática muito própria e pessoal, o passo a seguir à intenção é entrar em ressonância com o que ser quer Cocriar.
O poder de Cocriação está também no facto de a pessoa se sentir, com o corpo todo, na situação ideal. Não é só imaginar. É colocar-se no lugar de quem já ultrapassou a fase delicada ou o desconforto. É alinhar-se com outra vibração, entrar em ressonância e senti-la como realidade. Deve repetir-se a prática até que se torne natural. Aos poucos, a mudança vai-se manifestando.
E se não se manifesta?
Um dos defeitos das sociedades atuais é quererem tudo para ontem e da exata maneira que idealizaram. Ora, o processo de Cocriação exige a tal dose de humildade para entregar e confiar no desconhecido, naquilo que já não depende de nós. Quando já se fez tudo o que se podia para materializar o que tanto se deseja, há uma parte muito forte que já não depende de cada um.
Se não se manifesta, pode dar-se o caso de não ser a altura certa, de não se ter colocado uma intenção muito forte ou de não se ter acreditado e sentido, profundamente, que isso seria possível. Na maior parte das vezes, estamos demasiado envolvidos para ver com os olhos do espírito e de uma perspetiva mais elevada. Poderá haver planos, que se desconhecem, que são os mais indicados para cada um a cada momento. Por isso, que cada um intencione, cuide do seu espírito e jardim interior, sinta-se como se já estivesse a acontecer e largue. Entregue o resto à Vida, Universo, Deus ou Grande Espírito. Quando e como se vai manifestar, já não é da sua conta.
TERAPEUTA, FORMADORA, COMUNICADORA (XAMANISMO, MEDITAÇÃO, FEMININO E ESTUDOS DE GÉNERO)
www.caminhosdaalma.com
[email protected]
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2019
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)