in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2021
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É crucial celebrar tanto os nascimentos como as mortes, os inícios e os finais, os fechos e os recomeços. A morte e a vida são como uma dança cíclica, sem fim, em contínua expansão. Quando passamos a considerar que tudo é banal, perdemos a capacidade genuína de nos encantar com as coisas e a necessária reflexão pessoal para aprendermos com as experiências.
Quando celebramos, damos informação ao nosso cérebro de que determinado acontecimento ou feito é bom para nós.
Ora, quando não fazemos isto, não estamos a dar esse tipo de informação. Pelo contrário, estamos a dizer ao nosso cérebro que, façamos o que fizermos, nunca chegará, nunca será bom o suficiente.
Por isso, quanto mais e melhor o fizermos, mais o nosso sistema vai querer esse estímulo, esse reforço positivo.
Então o que será que o leitor quer comunicar internamente? “Eu alcanço isto só que não é importante para mim?”. Ou será que prefere passar a seguinte informação: “eu vou alcançar uma coisa, trabalhar para isso e, por muitos desafios que tenha, no final, eu vou poder celebrar”?
A meu ver, Celebrar é quase obrigatório. É profundamente espiritual, na medida em que ao estar de mãos dadas com a gratidão e sendo esta uma energia de abundância tão poderosa, não o fazer é aniquilar possíveis resultados futuros e assim nos tornaremos, certamente, pouco ambiciosos, por sentirmos que de nada vale celebrar.
O sucesso advém de uma atitude celebrativa e a celebração tem origem no sucesso.
É importante contextualizar a origem das nossas crenças limitadoras, dos nossos complexos, traumas e condicionamentos, que acompanham a nossa história pessoal, familiar e coletiva.
Além da sexualidade (infelizmente muito maltratada na nossa sociedade), outra grande repressão de culpa e vergonha, que está interiorizada no minset deste mundo, é a permissão para o sucesso!
O nosso grande medo não é o de sermos incapazes.
Por incrível que pareça, o nosso maior medo é o de sermos poderosos para além da medida e o que isso implica. Muitas vezes, achamos que o sucesso pode representar uma ameaça para os outros e que, por isso, passarão a gostar menos de nós.
Convenhamos que, para quem sente a toda a hora a necessidade de justificar a sua existência na Terra, não desejará sentir-se ainda mais excluído, como alguém com um certo destaque, pois isso representaria para si, ser o tal perigo para o outro.
É a nossa luz que mais nos amedronta e não a nossa escuridão.
Perguntamo-nos assim: “quem sou eu para ser essa pessoa brilhante, atraente, talentosa e incrível?” ou “quem sou eu para se quer ter a pretensão ou o mérito para celebrar”?
Na verdade, quem é você para não ser tudo isso? Ser o(a) pequenino(a) não ajuda o mundo. Só o desajuda no processo evolutivo da sua alma, que se quer feliz, cumprindo com o seu propósito de vida.
Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras ao seu lado ou ameaçadas por si. À medida que deixamos a nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos permissão às outras pessoas para fazerem o mesmo.
Muitas vezes, não celebramos porque esperamos que alguém perceba os nossos esforços. Exatamente pelo fato de raramente o fazermos isso connosco, estamos sempre à procura de aprovação, de reconhecimento. Procurar preencher essas necessidades pelo exterior só nos frustra, dececiona e, muitas vezes, acabamos por desistir dos nossos próprios sonhos, objetivos, vontades… Enfim, de nós mesmos.
Na cultura ocidental, os motivos de celebração marcam datas especiais comemorativas (como os aniversários, Dia do Pai/Mãe/Criança, Dia dos Namorados etc) e acompanham rituais religiosos (Natal, Páscoa, etc) e rituais de passagem (Casamento, Passagem de ano, Formações terminadas, Celebrações Fúnebres, etc).
Estamos sempre à espera da tal data comemorativa para celebrar, porém, a vida celebra-se todos os dias: a cada conquista, a cada vitória do dia-a-dia, por muito insignificante que seja o motivo para si.
Ao invés disso, focamo-nos no que nos faz falta, naquilo que não estamos a conseguir resolver, no que ainda não atingimos e esquecemo-nos de celebrar as bênçãos - “count the blessings”.
Sinta-se merecedor de ter sucesso e celebre a vida, pois o presente é uma dádiva.
Até porque, reconhecer as conquistas e sinalizar o que deu certo, reforça a atitude e aumenta as hipóteses de voltar a acontecer.
É natural que, para algumas pessoas, a celebração de algumas datas comemorativas poderá ser frustrante ou pesado. Especialmente aquelas que as façam recordar um familiar que já cá não está, nesta dimensão física. Se assim for, recorde os momentos inesquecíveis que viveu com essa pessoa e celebre a figura incontornável que ela representa na sua vida e o enorme legado que deixou no seu coração. Celebrar a existência dos que partiram também é uma forma de os honrar. Em vez de serem uma ausência morta, passam a ser uma presença viva, na nossa vida.
Embora ninguém nos ensine a lidar com a morte, ela própria é um ritual de passagem e, em muitas culturas, celebra-se de uma forma festiva.
Só o leitor é que sabe, melhor do que ninguém, o quanto se superou para chegar até aqui. Celebre-se!
A nossa saúde agradece, já que celebrar reduz a ansiedade, melhora a auto-estima, reforça o sistema imunitário, estimula a produção de dopamina e serotonina (responsáveis pela sensação de bem-estar e felicidade). Quando acompanhada de um contacto social, também estimula a oxitocina e endorfinas, responsáveis pelo vínculo e pelo amor.
As celebrações são oportunidades que a vida nos dá para pararmos, refletirmos e valorizarmos o que temos e quem temos à nossa volta.
Isso dá-nos ânimo e confiança para enfrentarmos os desafios do dia-a-dia e dá-nos mais do que motivos para nos sentirmos especiais e para expressarmos, às pessoas que amamos, o quão especiais elas são para nós, estreitando assim os laços afetivos.
Agradeça cada amanhecer e reforce as suas forças!
Agradeça pelo dom da vida e por todos os que cruzam o seu caminho!
Celebre a pessoa que foi, a que é e aquela melhor versão de si próprio em que se tornará!
Seja feliz!
PSICÓLOGA COMUNITÁRIA, TERAPEUTA HOLÍSTICA E FORMADORA EM COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO NÃO - FORMAL. REALIZA PALESTRAS, WORKSHOP´S E RETIROS NA ÁREA DO DESENVOLVIMENTO PESSOAL
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