
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2025
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Fizeram-nos crer que precisamos do outro para sermos efetivamente completos.
E assim nasce a ideia que somos dependentes de alguém fora de nós.
Isto não quer dizer que nos deveríamos isolar ou apartar da sociedade na qual estamos inseridos. Até porque seria contra as leis instituídas como grupos sociais que somos. No fundo, somos dependentes das regras, das leis, da economia da mesma. Somos obrigados se queremos subsistir. Neste contexto, haverá alguém absolutamente independente e, consequentemente, livre?
A um nível mais pessoal, como indivíduos, deveríamos refletir mais sobre os nossos relacionamentos. Estes têm um papel importantíssimo em relação a esta questão. São eles, em especial, que determinam o nosso lugar como dependentes ou independentes enquanto seres conviventes e sociais.
É necessária uma reflexão constante sobre esta questão emocional que nos afeta tanto na vida. O autoconhecimento é muito importante neste aspeto.
Entre as tais crenças limitantes que foram implantadas, fizeram-nos acreditar que o outro tem de mudar para vir de encontro às nossas expetativas. A verdade é que nunca poderemos mudá-lo para que nos sintamos bem e completos.
Enfrentar o relacionamento como oportunidade de evolução da nossa alma é o caminho.
Temos que nos sentir completos. Esse conceito de que para completar o nosso vazio precisamos do outro é falso. Todos os que se aproximam de nós devem somar, acrescentar alguma aprendizagem, não subtrair. Jamais encontraremos” a outra metade”, como nos fizeram crer desde crianças, quando nos contavam histórias de príncipes e princesas encantados.
Essa metade está dentro de nós como somos seres completos.
Deixar de ser quem se é, anular-se em prol do outro, é permitir afastar-se do seu plano de alma. É deixar de ser livre, independente.
Essa independência emocional é, pois, uma condição crucial para que as pessoas conquistem os seus objetivos e limitem as suas frustrações.
Atingir a liberdade em diversos âmbitos requer que não se atrele as suas conquistas e felicidades a uma união. Nascemos livres.
Seremos independentes quando nos conseguirmos libertar das dores de infância, fortalecer a nossa espiritualidade e mergulhar no caminho do autoconhecimento.
Todos carregamos em nós uma bolsa de dor que contem memórias de abusos, negligências, abandono ou rejeição. Somos também dependentes desta bolsa de dor. Por isso procuramos o outro que nos cure e salve deste afundamento em que vivemos.
Mesmo que um acontecimento traumático não tenha acontecido na realidade, a memória da criança reteve-o como trauma/marca. Esta dependência tem raízes profundas na infância, como já foi dito. É o reflexo da nossa criança ferida, abandonada por nós mesmos.
Quando tivermos a coragem de mergulhar em nós próprios, curar a nossa criança interior, reconectar com a nossa essência divina, atingiremos a plena liberdade como seres que somos – independentes e, por isso, livres.

REFORMADA/ESCRITORA
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