
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2025
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Existe independência quando se fala de espiritualidade? A independência espiritual refere-se à capacidade de uma pessoa encontrar a sua ligação ao divino, em que a própria espiritualidade ganha um rosto, o da própria verdade interior, independente de religiões, líderes religiosos, ou instituições. Num encontro de mesa redonda sobre religião perguntaram a Dalai Lama qual era a melhor religião? Ele percebeu a falácia e em vez de dizer; o Budismo Tibetano ou as religiões orientais, referiu o seguinte; “é aquela que te faz ser melhor; e a religião que o conseguir, é essa a melhor”. O silêncio que provocou, foi depois aplaudido.
A procura intrínseca leva ser humano a viver um processo de autodescoberta, em que se torna mais consciente de si mesmo, mais capaz de dar os primeiros passos no seu caminho espiritual, na sede de uma liberdade de transcendência e fome de realização pessoal.
Deepak Chopra, escritor e médico, defensor do bem-estar e da consciência holística destaca que a liberdade espiritual vem da ligação do indivíduo à sua essência, sem as limitações da sociedade e experiências passadas. Enfatiza a importância do desapego do Ego, permitindo que a pessoa viva de acordo com seu verdadeiro Eu, guiada pelo espírito e não por fatores externos. “Quem se deixa levar por aquilo que é exterior toma como ponto de referência o seu Ego, a máscara social”. Para Chopra o desapego do Ego é a consciência pura de um “eu maior” que se mostra e sabe guiar, é a verdadeira independência pessoal e espiritual.
A independência espiritual é um caminho solitário? Existe a ideia de que a procura por uma independência espiritual possa ser uma jornada solitária. Muitas pessoas que descobrem que precisam de momentos a sós, de ligação a si mesmos para refletirem sobre as suas crenças e valores, para encontrarem respostas dentro de si. A independência espiritual não implica isolamento, é um caminho que pode ser realizado junto de comunidades com os mesmos interesses. Donald Walsh fala da lei da unidade através do amor e explora o sentido filosófico da vida. Nos seus livros, Conversas com Deus, o escritor obriga a refletir sobre a interação do homem com todas as coisas do Universo, na medida em que ele se transcende ao questionar a sua própria realidade de forma autêntica, sem medos admitir que é parte integrante de um todo. É possível estar-se sozinho, mas é impossível estar-se só.
O livre arbítrio é uma dádiva de Deus? Dizer que o homem não tem livre-arbítrio, pode soar estranho e contraditório, afinal, fazemos escolhas todos os dias. E somos moralmente responsáveis por elas. Fazem-se escolhas, mas isso não quer dizer que a nossa vontade seja completamente livre de influências. A liberdade de escolha é um ideal desejável, mas na prática poderá ser condicionada por diversos fatores; as pessoas podem sentir que o exercício da sua vontade é limitado devido às suas próprias inseguranças, sentir que a sua liberdade individual é ameaçada pelo contexto social, cultural e até mesmo psicológico em que se insere e vive. O “velho” debate entre cristãos sobre o sentido bíblico de “livre arbítrio”, assunto que não se resume ao Cristianismo, aliás principalmente debatido pela teologia, filosofia, psicologia e ciência, levanta o problema da absoluta liberdade da vontade.
A Presença e a Liberdade do Amor. A incerteza e a dúvida muitas vezes levam as pessoas a refletir e procurar por respostas. Contudo, a identificação excessiva com esses sentimentos de dúvida e insatisfação, pode indicar uma dependência ao seu Ego. Eckhart Tolle, autor de "O Poder do Agora", destaca a importância de viver no momento presente para superar a dúvida existencial e o sofrimento. Procurar um propósito de vida fora de si mesmo, gera apenas ansiedade e um ciclo de pensamentos compulsivos. Tolle propõe que a libertação está em vivermos plenamente o agora, onde passado e futuro não existem. Para ele, a verdadeira Existência é Presença, e essa Presença é Amor Próprio.
Na área da espiritualidade, muitos autores falam sobre o Amor. Thich Nhat Hanh, monge budista e autor dos livros, A Arte de Viver e O Milagre da Atenção Plena, vem justamente falar sobre o estado de “plena consciência” e a “prática do amor” como exercício de compaixão na relação com os outros. Também o amor como forma de expressão divina e espiritual, surge na poesia de Rumi do sec XIII. David Hawkins, no seu livro O Caminho para a Libertação discute a consciência e a evolução espiritual com base no amor, por ele considerada uma das mais altas formas de energia. Autores oferecem importantes perspetivas sobre a Presença e o Amor, considerando-as interligadas, um elo que fortalece os laços de união com uma natureza superior que transcende as diferenças e promove o entendimento entre todos os seres. Não há limites, crenças, juízos ou religiões, há uma expressão única, transcendente, criadora de Amor que traz a verdadeira independência ao Ser.
Por Fim. A espiritualidade está ligada à liberdade de pensamento e à ideia de que o ser humano é mais do que seu corpo ou suas relações sociais e religiosas. Essa liberdade é interpretada de formas diferentes com base em culturas e experiências pessoais. A jornada espiritual é única para cada pessoa e envolve transformação e evolução, permitindo que a humanidade viva de forma mais autêntica, significativa, com isto dizer-se; mais independente e livre para se amar.

TERAPEUTA DE DURA - SISTEMA DO CORPO ESPELHO | ASTROLOGIA
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