Por Sofia Frazoa
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2012
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Mas porquê a necessidade de falar em feminino?! Deixando para trás o desfasamento que a História e a educação foram provocando entre papéis sociais para homens e mulheres, centremo-nos no que tem sido a vida destas nas últimas três décadas. Lutar pelos mesmos direitos que os homens trouxe às mulheres a possibilidade de se emanciparem, mas não sem custos acrescidos. Além de manterem o que se chama de “dupla jornada de trabalho” - porque depois do emprego continuam a cuidar dos filhos e da casa -, do ponto de vista energético as mulheres foram perdendo contacto com o seu divino feminino. Ter os mesmos direitos que os homens tornou-se numa batalha pela igualdade que levou as mulheres a tentarem ser uma coisa que não são nem nunca poderão ser: homens. O preço a pagar, nalguns casos, foi uma perda de identidade e, a um nível global, a destruição gradual do planeta, que também necessita do princípio feminino para se manter equilibrado. O resultado é que, cada vez mais, sejam quais forem as correntes e abordagens, se ouve falar de resgatar o feminino perdido. O que significa isto? Uma nova revolução das mulheres? Não exatamente. Falamos de um movimento individual e profundo que vem de dentro para fora e já é muito mais de atitude e postura de vida do que social e culturalmente construído. Significa que, em primeiro lugar, as mulheres precisam de resgatar dentro de si esse feminino perdido (ou esquecido), curá-lo e equilibrar as duas energias. Em segundo lugar, como ninguém pode ficar indiferente a esta mudança de paradigma, os homens também são chamados a encontrarem em si a energia feminina que nunca tiveram necessidade (ou sempre foram impedidos) de desenvolver. Imagine-se o feminino como a intuição e o masculino como a ação. Assim entendidas estas duas forças, têm tanto mais a ganhar quanto melhor harmonizadas estiverem. Uma ação guiada pela intuição tem muitas mais probabilidades de sucesso, da mesma forma que uma intuição que não passe a ação fica presa e sem hipótese de atingir o seu potencial. Este raciocínio é válido dentro de cada um de nós e nas relações entre as pessoas. A ideia é que não temos de ser iguais uns aos outros, temos de nos complementar e enriquecer com as nossas diferenças.
Não há nada mais livre para cada ser humano do que conseguir cumprir-se e atingir, aqui e agora, todo o seu potencial. O mesmo será dizer “ser quem na realidade é”. Como esperamos consegui-lo ignorando uma parte importante de nós? Voltar a fazer a ligação com o feminino, de certa forma, remete-nos para a origem de quem somos, fazendo as pazes com o passado, mudando o presente e preparando um futuro melhor. Como estamos em mudança profunda de paradigma, é normal que nos sintamos perdidos e perdidas. Por isso criámos estes Desafios do Feminino. Uma reflexão para homens e mulheres, sobre todas as áreas de vida (desde a sexualidade à saúde, do trabalho à família) e numa perspetiva de integração, que conduza à tomada de consciência e à transformação.
Terapia Xamânica e Trabalho com o Feminino
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REVISTA PROGREDIR | MAIO 2012