Por Paulo Marques
in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2016
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Em criança, corremos, saltamos, rimos e choramos. Não precisamos de caminhar, pois acreditamos que conseguimos voar e como é belo assim sonhar. Mas a vida limita-nos e apenas os corajosos mantém as suas asas. Aqueles destemidos que não temem cair e se isso acontecer, sabem que se irão reerguer. As pessoas mandam-nos parar, ter calma, oh mas como é bom ser livre de sonhar. Não nos importamos com o que os outros pensam ou dizem, queremos apenas brincar, divertir. Soltar gargalhadas profundas e sinceras, como se todas as estrelas brilhassem apenas para nós.
Mas continuamos a caminhar… vamos crescendo e as emoções tomam conta de nós de forma exacerbada. O zero e o oito mil, apenas vivemos nos extremos, mas faz parte, pois assim iremos um dia reconhecer o equilíbrio do meio termo. Apenas no amor nada se torna demais! E na juventude, amamos muito, amamos tudo e odiamos outro tanto, mas somos felizes. Porém, vem a sociedade, insiste em que temos de ser controlados, atentos, basicamente eu diria, manipulados. Já em criança se ouvia o “não chores que é feio”, então na adolescência é criado um rótulo de infantil, imaturo, criança… seja o que for, se virmos bem, é apenas um impeditivo inconsciente, ou não, para não sentirmos a vida fluir.
O caminho continua… escolher o curso, a profissão, até uma relação séria. São inúmeras as escolhas que são necessárias realizar mesmo sem a nossa vontade, “tem que ser” … podemos chamar a isso a “robotização social do nosso coração”, onde se opta tendo tudo em consideração, menos aquilo que sentimos, que nos faz sorrir. Alguém disse um dia, “onde fores feliz, fica…”, mas nós insistimos em caminhar… caminhamos tanto e por vezes com tanta pressa, que nem sentimos a vida fluir por nós. E chega a velhice, mais rápido do que se esperava, mas também esperar para quê, temos de caminhar! Mas é nessa fase da vida que por norma nos vemos obrigados a abrandar o nosso passo. O corpo já não acompanha, a mente torna-se débil, ou seja, quase como em bebé, ficamos de novo apenas a sentir. Mas agora, gostávamos de caminhar para trás. Fazer o que não fizemos e desfazer outras centenas de atitudes. Mas não podemos, não é permitido, apenas porque nessa altura, a cada momento, não quisemos parar e seguimos caminhando rumo a “nenhures”. Mas deixa, o que foi já foi, certamente fizeste tudo quanto sabias e conseguias.
Agora, apenas aprende com o ocorrido, cura as feridas e arregaça as mangas, pois nada tem na verdade um fim, tudo pode ser um constante começo. Caminha, não apenas porque alguém te ensinou a andar, mas sim porque sentes que um dia ainda podes voar. Afinal, o que é viver sem observar, sem sentir o sabor, o toque, o cheiro e o sabor de amar.
MILITAR, FACILITADOR E AUTOR
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in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2016
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