
Por Rute Calhau
in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2016
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Podemos caminhar sozinhos ou com alguém ao nosso lado, sendo que, na realidade temos sempre alguém ao nosso lado. Pode ser um amigo ou amiga, um familiar, ou simplesmente um conhecido. Mesmo os corações mais frios e mais feridos, amam sempre alguém e gostam de partilhar momentos.
O caminho é aquilo que cada um traça para si. Depende das escolhas de cada um, porque as escolhas que cada um de nós faz irá ter percussões. Tudo tem uma razão e um momento para ser.
Há relações que simplesmente nascem para nos trazer certas aprendizagens e trazer-nos assim crescimento pessoal. Todos nós já fomos magoados, de uma forma ou de outra, mais ou menos, e apesar dos danos que isso possa causar e nos afastar da nossa verdadeira essência, mais tarde ou mais cedo, iremos florescer de novo, trazendo ao de cima toda a pureza do nosso Ser e voltando a acreditar assim no amor e em tudo aquilo que o amor nos faz acreditar. As fantasias… as ilusões… tudo faz parte.
Quando conhecemos alguém, sentimo-nos fascinados. Isso mesmo chama-se fascinação, que por sua vez atrai a paixão e por consequência pode atrair amor. Mas nem sempre é assim. A paixão pode apagar e nem se quer vir a ser amor. Ou o amor florescer e crescer ou morrer. Na realidade todas as relações têm data e hora marcada.
É nas relações com os nossos pais que vamos ver um pouco daquilo que queremos ou não construir numa relação. Se formos afastados dos nossos pais, seremos afastados de nós mesmos, criando um mundo de ilusão não só à nossa volta como no nosso interior. Se tivermos uma relação de ausência, seremos carentes. Vamos procurar no outro aquilo que não encontramos em nós mesmos, o mimo, a atenção, o colinho que não tivemos. Se fomos mimados em crianças, então seremos pessoas na vibração da cobrança. Eu dou-te mais espero que.
Na grande maioria das relações, as pessoas entram sempre na vibração da cobrança. Espera-se sempre que o outro adivinhe o que se quer ou se pensa. Espera-se sempre do outro aquilo que não se espera de nós mesmos. Queremos liberdade, sem mesmo dar liberdade. Um pouco paradoxal.
Essa mesma liberdade deve ser manifestada por cada um de nós para que depois entremos inteiros numa relação. Nessa relação, devem ser estipulados limites para que ambos saibam os limites de cada um e haja assim compreensão e cumplicidade em cada tomada de decisão. Os limites são definidos por aquilo que transmitimos aos outros, ou seja, quanto mais transparentes somos, melhor a outra pessoa vai entender os nossos limites ou limites da relação.
Uma relação baseia-se sempre na honestidade e no respeito.
É certo que nos tempos que correm, estes valores estão um pouco apagados. Mas acreditemos que há pessoas que ainda permitem que estes mesmos valores residam no seu interior, pois vale sempre a pena acreditar que existe sempre alguém em quem confiar.
Para caminhar lado a lado, devemos criar uma boa estrutura inicial, de confiança, cumplicidade e amizade. Devemos fazer pelo outro aquilo que gostaríamos que fizessem por nós, mas não por uma obrigação, e sim porque simplesmente nos dá prazer de satisfazer o outro e vê-lo feliz.
Numa relação, nada deve ser feito por obrigação, principalmente quando é exigência do outro ou auto punição. Devemos ser Seres livres na entrega ao amor, pois com transparência iremos chegar ao cume da felicidade a dois.
Caminhar lado a lado é compreender o outro mesmo em situações que às vezes possam parecer incompreensíveis. É saber dar espaço para o outro Ser simplesmente aquilo que é. Uma relação só pode ser saudável quando ambos aprenderem a ser aquilo que são quando estão juntos e saberem respeitar o espaço de cada um, pois todos nós temos a necessidade de estar isolados por alguns momentos. Podem ser minutos, horas ou dias, mas por vezes existem circunstâncias da vida que nos fazem querer estar sós e devemos respeitar essa solidão.
Amar é saber estar em liberdade mesmo estando com o outro. É saber dar liberdade e respeitar o outro.
Para se construir uma boa relação, existe uma série de pequenos grandes pormenores que fazem parte. São os pormenores da vida que fazem de nós aquilo que somos e dos outros aquilo são. Juntos somos Um, mas antes éramos um. Por isso, um mais um dá dois, mas um mais um não deixa de ser um. Quando um não dança, dois não dançam. Será sempre assim a dança da vida.
Abraço Luminoso,

NATUROPATA E TERAPEUTA HOLÍSTICA
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in REVISTA PROGREDIR | SETEMBRO 2016
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