in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2015
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
É nele que guardamos a moeda de troca que nunca mudou e será sempre suprema em todo o universo: A moeda Emoções.
As Emoções são talvez a moeda mais usada no mundo e com uma taxa de câmbio sempre muito elevada. Talvez por ser tão elevada passa despercebida na bolsa, contudo, até nesse contexto tão material do existir, se atentos, percebemos o quanto é focada a taxa dessa moeda: quando os braços dos investidores se elevam, quando os rostos se moldam consoante é o preço e o valor que dão à vida material. Vêem-se gritos, sorrisos, gargalhadas, rostos de raiva, de desilusão, rostos confiantes e assim, se fosse possível transformar a moeda emoções em notas e moedas físicas, o mercado das bolsas seria uma tempestade de notas e moedas a tilintar e a voar pelos ares.
O mesmo se passa no mundo inteiro, passamos a vida a trocar emoções. Muitas vezes, da mesma forma que acontece com o dinheiro, nem nos apercebemos do quanto as estamos a gastar, sem as qualificar em valor nas nossas vidas. Quantas vezes é desperdiçada a moeda Desespero, quando deveríamos trocá-la por Esperança? Na verdade 1 Moeda de Desespero, pode ser trocada por várias de Esperança, mas há quem teime em mantê-la, por ser maior e mais fácil de segurar.
Quantas vezes nos iludimos no Casino da Vida, em busca de milhões em Amor e apenas conseguimos sair com alguns trocos de Paixão? Os trocos de paixão satisfazem muitas vezes os caprichos dos que se contentam com momentos de esbanjamento, sem necessidade de poupança ou segurança na sua conta bancária emocional. É na verdade uma opção de vida, ir vivendo com trocos, no que o dia-a-dia trouxer, sem vínculo a nenhum projecto de poupança emocional.
É precisamente o pouco valor que damos a esta moeda que muitas vezes nos leva a um vazio de Existência, centrado nas outras moedas, as menos importantes. Por isso existem muitos milionários de dinheiro, mas completamente empobrecidos de emoções e também existe o inverso, verdadeiros milionários de emoções, que normalmente se caracterizam por serem Pessoas de partilha.
Uma das formas nobres de duplicar as emoções no nosso Banco Emocional é precisamente o contrário do que se faz com a moeda monetária, não a devemos fechar a sete chaves para render juros, mas sim partilhar e só assim, dando-a aos outros, recebemos os juros dessa troca. Mas também é por esta razão que devemos ter cautela, na forma como procuramos duplicar os juros emocionais, pois os juros, num mecanismo circular de partilha, são proporcionais às moedas que partilhamos. Ou seja, se partilhamos moedas escuras (como a raiva ou a tristeza), os juros emocionais render-nos-ão contas emocionais ricas em Notas de Ódio ou Infelicidade. Se pelo contrário, partilharmos moedas douradas (como a alegria ou a paixão controlada), os juros emocionais render-nos-ão Notas de Felicidade ou Amor.
Há no entanto uma questão importante a reter, na gestão das nossas Finanças Emocionais: As Notas (sejam negativas ou positivas) são resultado da troca de várias moedas. Uma Nota nunca pode ser trocada por apenas um tipo de moeda. Por isso, se um dia quiser trocar uma Nota de Amor, verá que ela lhe devolverá moedas de emoções como a Alegria, a Esperança, a Paixão, se trocar uma Nota de Ódio, verá que ela lhe devolverá moedas como a tristeza, a Raiva, a Dor.
Deixo então a questão: Que Notas temos no nosso Banco Emocional? Se hoje fossemos fazer um câmbio dessas Notas, que moedas levaríamos no coração?
Façamos uma boa gestão da nossa Economia dos Sentimentos.
PROFESSOR NA UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA (ICS – PORTO)
ESCRITOR
www.facebook.com/escritorpedromello
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