
Por Maria Veiga
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A sua missão estará traçada. A partir desse momento valem todos os segundos, os minutos, as horas e os dias. Até que se chega à Vida. A esta vida, que diariamente o convida a ser o melhor que conseguir, a ser o melhor que acredita ser, a ser aquilo que (talvez) imaginavam ainda nos sonhos.
Mas o mundo, muitas vezes, não permite que o caminho seja uma viagem, onde a paisagem se depare deslumbrante e onde o rascunho seja colorido. Muitas vezes, a vida, escapa-lhe por entre os dedos, como grãos de areia que jamais conseguirá agarrar. Mas, também, de repente, ela vira de novo, e mesmo de cabeça para baixo, volta a pousar-lhe na mão, como que a pedir, só mais uma vez…
Sabemos. Vive-se de forma atribulada, onde a quantidade de estímulos e obrigações, com pouca facilidade, parecem querer fazer um puzzle perfeito e completo. Muitas vezes, este desequilíbrio (que não estava previsto!) é gerador de mal-estar e angústia diversa. E começa a perceber que toda a circunstância em seu redor irá colocar em causa o seu bem-estar não só físico, mas também psicológico. Falamos da ausência de bem-estar psicológico. Da ausência da sensação de satisfação, na sua plenitude.
Este bem-estar está relacionado com o modo como conseguirá desconstruir e integrar tudo o que a vida lhe oferece. Essa capacidade irá dar origem a uma sensação de tranquilidade, conforto e segurança.
É esse o seu momento. Agora o caminho será seu.
Seja optimista. Acredite em si (como todos acreditavam, lembra-se?). Tenha presente, objectivos. Faça listas, sublinhe, escreva de várias cores. Focalize no essencial. Afaste e vire as folhas daquilo que não interessa e que já passou. Fale com as pessoas que lhe segredam ao coração. Cante aqueles refrões que o fazem sorrir e olhe ao espelho, sempre, como se fosse a primeira vez. Acredite nas suas competências. Na sua sabedoria. Na sua história de vida e em tudo o que com ela aprendeu. Seja genuíno. Simples. Natural. Ria de si próprio. Não tenha medo. Abrace. Toque. Corra e invista em tudo o que o faz sentir feliz. Perca tempo com o essencial. Afaste o que o atrasa. Construa laços e desaperte aqueles nós. Crie pontes para caminhos felizes. Tire fotografias das suas viagens, mesmo que sejam a pé. Memorize lugares, sons e cheiros. Viva cada segundo. E por cada segundo que passar, irá perceber que cada um pode ser eterno. Seja eterno.
Olhe o céu e caminhe sem olhar para o chão. Respire pausadamente. Seja independente. Determinado. Autónomo. Adapte-se. Observe. Questione. Se não perceber, questione outra vez. Se ficou na mesma, insista. Avalie-se. Fique em silêncio. Escute. Escute-se.
Com as crianças, faça rodas como fazia antigamente. Sente-se no chão e invente histórias de princesas e castelos, em terras distantes. Arrisque. Sente-se na relva. Na areia. No chão. (Há quanto tempo não o faz?). E fique. Escreva finais felizes e desenhe com caminhos em direcção ao sol. Olhe, com elas, o céu. À noite, desenhe a lua e faça estrelas. Escute o que dizem sem interromper…
A sensação de bem-estar, na sua plenitude, depende do modo como organiza dentro de si, toda a sua circunstância, tudo o que o rodeia. A forma como pega em cada peça, a forma como a coloca, como a enquadra e como a vai colorir.
Faça dessa tela, o que o melhor o representa.
Faça de um simples rascunho, a sua melhor arte final.

PSICÓLOGA CLÍNICA
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in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2017
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