in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2022
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Estamos também muito habituados a culpar e a julgar o mundo à nossa volta, mas é apenas uma forma de libertarmos a frustração que sentimos por não nos sentirmos bem com quem somos. E mais uma vez, quanto mais o fazemos, mais reforçamos a ideia de que a culpa pelo nosso estado, é do que está lá fora.
Sem nos apercebermos, retiramos a responsabilidade de nós e entregamos a responsabilidade pela nossa vida e pela forma como nos sentimos, aos outros. Entregamo-la de bandeja. Foi essa a nossa aprendizagem. Não fomos treinados para assumirmos as rédeas da nossa vida, e esperamos que os políticos, os pais, os maridos ou as mulheres, os amigos, façam alguma coisa e só assim nos vamos sentir bem. Acontece que, isso não tem nenhum poder, e deixa-nos numa posição extremamente dependente dos outros e das circunstâncias.
Então, o nosso bem-estar fica dependente do que acontece no exterior. Se as condições forem as ideais então sentimo-nos seguros, se não forem sentimo-nos deprimidos ou ansiosos. Damos prioridade à segurança em vez da liberdade. A liberdade para vivermos a vida que realmente queremos e com quem escolhermos. A liberdade para criarmos as nossas próprias regras. A liberdade para sentirmos amor, alegria, tristeza, medo, e tudo aquilo a que temos direito.
Para que isso aconteça, é necessário assumirmos cada vez mais a responsabilidade pela nossa própria existência. Ninguém é responsável por nós, nem nós somos responsáveis por ninguém. Os nossos filhos sim, quando são pequenos, o seu grau de autonomia não existe ou é muito limitado, e nós somos a sua ancora. Mas se queremos sentir-nos mais livres, é importante que olhemos de frente para a verdade, nua e crua, de que somos responsáveis pelo nosso bem-estar, mais ninguém. Os outros podem dar opiniões, dar-nos atenção, dar-nos carinho e por aí fora. E nós podemos fazer o mesmo. E é nesta interação que vamos progredindo, vamos crescendo e vamos experimentando.
Não é um processo de tudo ou nada, nem tanto de tentarmos nos tornar perfeitos. É sim, um caminho de progressão, em que estamos a sair cada vez mais dos hábitos de vitimização, para nos tornarmos cada vez mais líderes de nós mesmos. Um passo de cada vez, cada um ao seu tempo e ao seu ritmo.
E sim, vão existir momentos em que podemos sentir desconforto. São as chamadas dores de crescimento.
as ficar onde estamos e não querermos mudar, é muito mais desconfortável e muito mais doloroso.
Procurarmos constantemente segurança e conforto dói muito mais. A vida acontece entre o conforto e o desafio. Existem momentos para recolher e momento para nos expandirmos. Querermos contrariar a nossa expansão e crescimento, leva ao sofrimento. Isto porque todo o universo está em expansão, então, toda a dor que possamos sentir agora, é uma consequência de não estarmos alinhados com quem realmente somos e com a nossa expansão natural. E para que isso possa começar a acontecer, é necessário tomarmos a decisão consciente de que só nós podemos fazê-lo acontecer, responsabilizando-nos um pouco mais a cada momento. Responsabilizando-nos pelo que sentimos, pelo que dizemos pelo que fazemos e não fazemos. Ao assumirmos as consequências das nossas decisões, sejam elas quais forem, estamos a dizer que sim à liberdade que já somos. E ao dar espaço para que essa liberdade seja possível, começamos a ver a vida com outro olhar e não de uma forma distorcida. Só assim é possível ver as coisas como elas são, e passarmos a criar a vida que realmente queremos. Afinal de contas, não recebemos nenhum email a dizer como a vida deve ser vivida.
ESPECIALISTA EM TRANSFORMAÇÃO PESSOAL E PROPÓSITO DE VIDA
www.paulocordeiro.pt
[email protected]
in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2022
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