in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2015
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Em conversa recente sobre o amor, o meu interlocutor ofereceu-me provavelmente a melhor definição que já ouvi desse sentimento. Tão simples, como são as coisas certas - Amor é quando tu queres que a outra pessoa seja feliz, independentemente de estar ou não contigo.
É verdade. O amor é isso mesmo. É querer toda a felicidade do mundo para o nosso amor, mesmo que não seja possível partilhá-la com ele. Amor não é "e agora que já não estás comigo, quero que ardas no inferno.", como tantas vezes acontece. O amor é gratidão.
Sabemos que amámos quando passam os anos, passam as pessoas e, no entanto, aquela permanece. Não se trata de uma escolha. Não fazemos para que isso aconteça, ou que não aconteça. É assim. Simplesmente. Também não seremos masoquistas ou mártires. Isso não nos impedirá de amar outras pessoas. E mesmo voltando a amar com a mesma intensidade, isso não apagará nunca esse amor. Amámos aquela pessoa, amamo-la e amá-la-emos para o resto da nossa vida. Sabemos isso, como sabemos que respiraremos até ao dia em que morrermos. Não é uma tragédia. Pelo contrário. O amor é eterno e infinito. É com ele que continuamos a aprender isso todos os dias.
Outras pessoas passaram pelas nossas vidas. Outras passarão, certamente. Umas são-nos agora indiferentes. Pouco nos importa se serão felizes ou não. As outras desejamos-lhes que alguém brinque com a sua vida exatamente como brincaram com a nossa, quando por ela passaram. Nada de hipocrisias, ou de falsas dignidades. Porque nos magoaram. Porque não as amámos, é simples. Nem elas a nós. Que a roda da vida lhes dê o que merecem. Para essas pouco nos importará a gratidão. Também nós teremos magoado quem não amámos. E a vida já se encarregou ou encarregará de nos relembrar.
Ao nosso amor, porém, desejamos-lhe tudo de bom que a vida lhe puder oferecer. Ao nosso amor desejamos-lhe outro amor, a felicidade e a alegria, a abundância, a paz, a serenidade, a excitação, o melhor da vida. Mesmo que não connosco. Sabemos que também ele nos deseja igual. E sabemos que o nosso desejo é irreal, utópico, ingénuo. Porque a vida é sofrimento, com lampejos de felicidade. E sabemos que quando ambos nos tivemos próximos, éramos talvez demasiado cegos ou ingénuos para entender a raridade do que tivemos. Julgávamos que iria acontecer mais vezes, poucas talvez, mas algumas. Amadurecemos e percebemos que não. Que fomos uns felizardos. Que tivemos aquilo que muita gente procura por vezes uma vida inteira, sem nunca o encontrar. E que se acontecer de novo, é uma sorte, uma bênção preciosa.
Por isso, ao nosso amor, estas deveriam ser as palavras que sempre lhe diremos, quer as leia ou não, quer as ouça ou não:
“Que te amei, que te amo, que te amarei, haja o que houver. Que sempre me deste tudo o que pudeste e sabias. Que eu sempre te dei tudo o que pude e sabia. Que sempre que de ti me recordo é com o sorriso mais doce e palpitante como o mar, sem qualquer mágoa, ou dor, ou amargura. Que quanto mais vida passa por mim, mais certeza tenho disto. Que não me esqueço do que via sempre que mergulhava nos teus olhos - o amor. Que o meu coração transborda ainda com esse amor. Que te desejo toda a felicidade do mundo. Que te agradeço com o mais profundo do meu ser tudo o que me proporcionaste.
São estas, meu amor, as palavras que sempre te direi.”
MARTA NOGUEIRA
VIAJANTE DO MUNDO E DAS PALAVRAS
www.andromeda-news.blogspot.com
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