Por Elisabete Rodrigues
in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2017
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A compaixão é uma componente importante da inteligência emocional do ser compassivo, envolvendo a capacidade de monitorização das emoções e de orientar os pensamentos e comportamentos.
Ao por em prática a compaixão, outras virtudes evidenciam-se paralelamente, tendo em conta que se demonstra para com quem sofre, uma atitude paciente, compreensiva e tolerante, não se permitindo julgar ou criticar o outro pelas suas atitudes, decisões e comportamentos, nem invadir o seu espaço.
É propósito de um ser compassivo, que a sua atitude para com os outros possa de alguma forma contribuir para um mundo melhor.
Ser compassivo é, assim, colocar-se incondicionalmente lado a lado de quem necessita de apoio, sem qualquer outro intuito que não seja o de propiciar o alívio das sensações de angústia, dor e infelicidade.
É normal que, quem carece de ajuda, tenha entrado numa espiral de pensamentos negativos “bloqueadores”, quer ao nível das ações, quer ao nível das emoções e sensações, alimentando a falta de esperança no futuro. Aqui entra a disponibilidade e a ação do ser compassivo, que oferece o seu apoio emocional, partilha a sua boa energia, procurando a busca conjunta de uma reorientação dos pensamentos e comportamentos.
Não deixa de ser muito gratificante para o ser compassivo, ainda que não pretenda nada em troca, quando os alívios das más sensações do outro emergem. Com efeito, nada melhor para alma e para o coração que sentir o sorriso de quem já havia perdido a esperança.
“Amor, compaixão e preocupação pelos outros são verdadeiras fontes de felicidade” – Dalai Lama.
O ser compassivo, ao prestar auxílio, sente também que se está a ajudar a si próprio, quer pelos resultados positivos da experiência vivenciada, quer pelo aumento do seu bem-estar geral, por se sentir útil e contribuir de forma marcante na vida de outro ser humano. Ao praticar uma boa acção, o ser compassivo aumenta a sua autoestima e fortalece o seu estado emocional, iluminando de uma forma positiva o seu ego, motivando-o também na manutenção das suas boas ações.
Se todo o ser humano tivesse a capacidade de sentir compaixão pelo próximo, desfrutaríamos de um mundo em Paz.
A compaixão revela-se assim, quer para quem a recebe, quer para quem a presta, uma característica bondosa e altamente gratificante para o ser humano.
Sendo a compaixão tão importante, não menos importante é a autocompaixão, devendo esta ser valorizada por nos permitir abrir a mente ao nosso “eu interior”.
É muito frequente o ser humano ser crítico e duro consigo próprio, recriminando-se por erros cometidos. Por vezes, e quando nos apercebemos que podíamos ter agido de forma diferente, entramos numa espécie de “luta interna” emocional. Nestes casos, a meditação pode ser um meio facilitador ao caminho do conhecimento de nós próprios, permitindo que possamos interiorizar a ideia de errar, sem críticas ou julgamentos.
Ao possuirmos a capacidade de nos ajudar a nós próprios, teremos maior facilidade em demonstrar compaixão para com os outros.
Se as pessoas forem auto compassivas perante experiências de fracasso ou inadequação, conseguirão ter uma atitude compreensiva e tolerante, reconhecendo que ser-se imperfeito e cometer erros faz parte da experiência humana comum.
Esta capacidade de sermos capazes de analisar e encarar a nossa experiência como parte da condição humana protege-nos do egocentrismo, dos nossos problemas e experiências internas menos bem-sucedidas, permitindo-nos lidar melhor com o sofrimento e manter o sentimento de ligação e conexão com nós próprios e, consequentemente, com os outros.
Sabe-se que a personalidade dos seres adultos passa pela infância a que foram sujeitos. Crianças que foram ameaçadas, criticadas, que se sentiram inseguras, desprotegidas e mal amadas, apresentam um sistema de defesa mais estimulado, com a ativação de afeto negativo. Ora, a continuidade neste pensamento de ameaça e defesa, leva a que a vulnerabilidade aumente e dê lugar ao isolamento, rejeição, sensação de derrota e inferioridade.
Estas crianças terão poucas probabilidades de virem a revelar-se ser humanos auto compassivos e/ou compassivos.
Assim, urge a importância de entender, em adulto, as experiências tidas na infância e caso necessário, trabalhar de uma forma terapêutica, no desenvolvimento de novos padrões de organização da mente, reestruturando os pensamentos disfuncionais negativos e encontrando novos recursos positivos.
Revela-se assim, de uma importância extrema, a inclusão na educação de uma criança, do ensinamento da partilha, da ajuda ao próximo, do reforço da autoestima e autoconfiança, da segurança, proteção e amor, uma vez que só desta forma poderá vir a ser um adulto feliz com ele próprio e ter influência ativa na felicidade de outras pessoas, ou seja, SER COMPASSIVO!
Frases:
1 - Como é que ajudando os outros nos ajudamos a nós próprios?
2 - Se todo o ser humano tivesse a capacidade de sentir compaixão pelo próximo, desfrutaríamos de um mundo em Paz.
3 - A meditação pode ser um meio facilitador ao caminho do conhecimento de nós próprios, permitindo que possamos interiorizar a ideia de errar, sem críticas ou julgamentos.
4 – Ao possuirmos a capacidade de nos ajudar a nós próprios, teremos maior facilidade em demonstrar compaixão para com os outros.
5 - “Amor, compaixão e preocupação pelos outros são verdadeiras fontes de felicidade” – Dalai Lama.
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