Por Diana Fonseca
in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2018
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Porém, este caráter sócio económico e motivacional associado ao trabalho nem sempre se faz cumprir e é possível que possa sentir verdadeiras dificuldades na conexão com o conteúdo do mesmo, com o espaço, com os colegas, chefia, etc.
Vivemos numa sociedade cada vez mais crítica, onde o ato de julgar se torna cada vez mais frequente!
Já parou para pensar no que obtém para si próprio quando critica? Dizia Rousseau “Não julgue e você nunca estará errado.”
Julgar é um vício! Desfoca a imparcialidade e leva-o no sentido contrário das relações saudáveis no trabalho.
Julgar significa crer, supor, sentenciar, quando no limite, muitas das vezes, não tem sequer nas suas mãos factos que sustentem tal ideia.
Julgar é um comportamento errado do ser humano (e todos nós erramos) mas que para muitas pessoas é impulsivo, não dando conta que o estão a fazer.
Ao julgar os outros está a descentrar a atenção dos seus próprios erros e falhas. Em momento algum as está a combater, corrigir ou resolver. Numa reflexão profunda, pelo contrário, julgar deve acrescentar-lhe a culpa, por ser um comportamento prejudicial aos outros...e a si!
Quem julga no trabalho poderá sentir frustração e foca a sua atenção nas pessoas e não nas ideias ou conteúdos do seu trabalho. Poderá também ter pouca capacidade de autoanálise e autocrítica e níveis significativos de irritabilidade. Julgar pode ser uma via alternativa para se sobressair profissionalmente, anulando o outro.
Julgar é o alimento para o seu ego!
Molière também dizia “Deveríamos olhar demoradamente para nós próprios antes de pensarmos em julgar os outros.”. Esta frase mostra que o ato de julgar é enganador, no sentido em que o impede de progredir, de florescer, não cria novas oportunidades...é um obstáculo ao seu desenvolvimento pessoal e profissional. A compreensão pelo outro torna-se difícil e a sua consciência profissional diminui. Automaticamente, desenvolve atitudes negativas no trabalho, e pode adotar comportamentos errados como a ironia ou o sarcasmo. A sua produtividade pode consequentemente estar comprometida.
Algumas dicas devem ser consideradas, no sentido de o ajudar a julgar menos, treinando em simultâneo a sua capacidade de autocontrolo:
- É obrigatório a consciência lhe dar a nossa noção de que somos seres humanos e como tal todos erramos. Para errar basta viver!
- Pense concretamente na utilidade de julgar alguém. Não ajudará a pessoa a resolver os eventuais problemas e atitudes profissionais. Nem se está a ajudar a si, mas sim a enganar.
- Pergunte...! Procure entender e não julgar.
- Boas atitudes profissionais estão diretamente relacionadas com o espírito de equipa e interajuda. Disponha-se a ajudar, para crescerem mutuamente, ao invés de criticar, julgar, condenar.
- Para manter um ambiente de trabalho saudável é importante que entenda que é parte integrante do mesmo e que, como tal, tudo o que fizer de positivo ou negativo terá consequências. Julgar os colegas, é abrir caminho para o julgarem a si também.
- Não temos o direito de magoar os outros! Não temos o direito de ser maus colegas. Quando os mesmos se sentem atacados, poderá gerar problemas maiores para si.
- A empatia e a assertividade são competências fundamentais nos relacionamentos profissionais (e pessoais também). Conseguir transmitir um problema ou situação de uma forma respeitosa e clara contribuiu para um ambiente melhor. Permite igualmente perceber a perspetiva do outro, perceber como se sentiria no lugar da pessoa julgada. Tomar essa consciência verdadeira, ajuda a eliminar a atitude negativa.
- É importante que a nossa vida seja levada na ótica do desenvolvimento e crescimento pessoal. Não somos perfeitos! Nesse sentido, torna-se fundamental olhar para si próprio, fazendo uma análise da sua vida, tomando consciência dos seus comportamentos, sentimentos e atitudes. Devemos a partir de aí procurar progredir nessas descobertas!
PSICÓLOGA CLÍNICA CENTRO CATARINA LUCAS – PSICOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
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in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2018
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