in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2016
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A abordagem da questão etimológica é relevante quando pretendemos fazer um balanço, uma avaliação. Como é que sei se progredi? E se progredi, em que dimensão foi? De que forma? Com que recursos? E como comparo a minha progressão com as minhas necessidades? Com as minhas expectativas? Com os meus desejos? Como é que incluo o que me rodeia na análise da minha evolução?
A progressão nem sempre é uma linha reta, por vezes tem curvas, oscilações, altos e baixos. A progressão funciona aparentemente num sistema dinâmico com a regressão, em que há avanços e recuos. No entanto, essa é apenas a aparência. Em boa verdade, vistas as coisas à luz do Ser Espiritual que somos, todos os avanços e recuos são progressos. Os obstáculos, as dúvidas, as decisões “incorretas”, os enganos, as patifarias ou os falhanços, nada são mais do que progresso. Creio que é muito fácil de perceber isso com um bebé. Há uma certa fase, em que iniciam o processo de aprender a andar. Normalmente, começam por gatinhar, depois dão uns passos agarrados pelos pais, depois tentam sozinhos, desequilibram-se, caem, tropeçam, levantam-se. Ficam hesitantes umas vezes e noutras arriscam mais, até que dão o 1º e o 2º passo, veio o 3º e as mãos ao chão. No dia seguinte dão 4 passos. Depois 10, até que um dia já nem precisam de pensar em como é que se anda, que é preciso por uma perna primeiro, outra depois, os pés virados para a frente, utilizar os braços para dar equilíbrio, respirar ao mesmo tempo, torna-se normal e automático. Progrediram. Mas será que gatinharem foi uma experiência falhada, que no dia em que deram 2 passos quando já tinham dado 5 noutro dia foi um retrocesso? Ou fez tudo apenas parte do processo progressivo de aprender a andar?
A nossa evolução pessoal é, exatamente assim, que se caracteriza, por medos, por desequilíbrios, avanços e conquistas, seguidas de novos desafios. Para sabermos se estamos a evoluir, se estamos no caminho do progresso, devemos perguntar qual foi a última vez que caí? Qual foi a última vez que me enganei? Qual foi a última vez que arrisquei? Qual foi a última vez que fiz algo melhor do que fazia há uns meses ou anos? Se as respostas forem temporalmente próximas do tempo presente, provavelmente será um bom indicador, se já não se lembrar ou for algo que está lá muito atrás no passado, talvez a sua vida esteja estagnada. No entanto, esta análise é incompleta ou superficial se não se perguntar: Progredir porquê? Progredir para onde? Pode ano após ano estar a “progredir” na carreira, na quantidade de amigos que tem, no tempo de voluntariado que faz, a sua conta bancária pode estar a crescer e você estar a “progredir” no nível de vida que tem… mas isso significa que está mesmo a progredir? Talvez sim, talvez não. Depende do seu propósito de vida. Imagine que o seu propósito de vida e desafio pessoal passa por escutar o seu interior, aprender a estar confortável no silêncio, buscar mais a introspeção porque é aquilo que necessita para evoluir. No entanto, a cada ano que passa tem mais amigos, tem uma vida social mais preenchida, mal tem tempo para descansar, está sempre ativo e envolvido em novos projetos. Então espiritualmente, não está a existir evolução, está-se a afastar daquilo que é o seu ponto de progressão. O que já seria totalmente diferente, se o seu propósito fosse dar-se a conhecer, sair da sua concha privada, ultrapassar a timidez e aprender a construir uma vida com base na energia das interações de grupo.
Para saber se está realmente a progredir, precisa de escutar o seu EU. Pode fazê-lo de diversas formas, dando mais atenção à sua intuição, procurando práticas que estimulem o lado espiritual e emocional, como terapias energéticas e/ou que trabalhem as emoções, meditação, yoga, passear na natureza, procurando tempo para estar consigo em comunhão interna, lendo livros, ouvindo música ou audiobooks, vendo filmes que despertem o seu lado mais sensível, mas sobretudo levando uma vida de maior consciência sobre o que acontece na sua vida, o que sente, o que experiência, o que pensa, o que cria…
Não julgue o seu progresso pela aparência ou pelo que lhe diz a mente, avalie antes o progresso pelo que a sua sabedoria interior lhe transmite quando se dispõe a escutá-la.
TERAPEUTA DE REIKI
www.essendi.com.pt
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in REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2016
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