Por Carla das Estrelas
in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2023
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Ao longo das nossas vidas, crescemos com as pessoas que se cruzam no nosso caminho. Umas vão ficando connosco, outras vão deixando a sua marca e ficam para trás. Independentemente da duração de uma relação de amizade ou amorosa, nem sempre tudo corre bem. Muitas vezes somos espelhos uns dos outros, o que nos faz ter menos paciência, responder mais rispidamente e surgirem atritos. O outro vai-nos mostrando o que temos de bom e o que não gostamos de observar em nós. Nesta última situação… é que vem o desafio. Quando o outro espelha o que não gostamos de ver em nós. Aqui está uma oportunidade de cura, tanto da relação como dos indivíduos.
As relações são janelas de oportunidade para que nos olhemos e para nos curarmos a nós mesmos, pois antes de sermos um ser em relação somos um ser individual. E há que lembrar esta ordem, o Eu, enquanto indivíduo vem antes do Eu, enquanto ser social. Assim, há que olhar primeiro para as emoções do indivíduo. Quando, individualmente, conhecemos as nossas emoções, o que nos move no mundo, os valores que sustentam a nossa personalidade, aí conseguimos compreender os outros, as suas seguranças e inseguranças, as suas questões e situações. Passamos a agir de maneira mais consciente, clara, tolerante e com uma visão mais abrangente sobre o que significa compreender as emoções, os pensamentos, as reações e as atitudes do outro. Passamos a ter a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, como observadores desapegados. Sem critica e sem julgamento. Sem desejarmos que o outro sinta, pense e entenda como nós. Passamos a ser empáticos. Comunicamos de forma mais afetiva e com maior acolhimento. Sem nos anularmos, colocamo-nos numa posição de entendimento profundo e genuíno. Para tal… é necessário o trabalho enquanto ser individual.
O mesmo raciocínio poderá ser aplicado para relacionamentos amorosos.
Pensar em restabelecer ou recuperar alguma coisa, quando o tema são os relacionamentos, remete-nos para a cura de algo no casal. Algumas questões se levantam: O que pode o casal fazer? Como se poderão ajudar? Que medidas a tomar para ultrapassar o ou os desafios pelos quais estão a passar e a viver? Certamente, muitos serão os conselhos que se poderão dar de modo a encontrar uma solução ou resposta a estas perguntas: procurar fazer terapia de casal; abrir o coração num diálogo franco entre os dois; estipular limites; chegar a um acordo sobre o que cada um pretende da relação; rever os objetivos que tinham e que ainda permanecem; entre tantas outras dinâmicas e soluções que possam existir de modo a acertarem agulhas e decidir o melhor.
“Para se dançar o tango são precisas duas pessoas” e para que uma relação tenha fluidez e resulte é preciso que exista vontade de ambas as partes. Mas também aqui, antes de serem duas pessoas unidas pelo laço da amizade e do amor, são um individuo único que se deverá conhecer e trabalhar independente do outro.
Cada um de nós traz a sua bagagem familiar com as suas histórias, onde adquirimos as nossas crenças, experiências, limitações, sonhos, conquistas, ganhamos força, etc. E é com todas estas características que nos tornamos únicos e distintos uns dos outros.
Quando nos cruzamos com os outros são as bagagens e histórias conscientes e inconscientes de indivíduos únicos que se cruzam e se adaptam. Mas é trabalhando em nós como indivíduos, é curando-nos a nós mesmos que facilitamos a existência de relações mais saudáveis e mais empáticas. Antes de sermos duas pessoas em relação (amorosa ou de amizade) somos um ser individual e há que seguir esta ordem também na cura. A cura do indivíduo será a cura das suas relações atuais ou futuras. E o que cura o individuo… é o Amor.
“O Amor é terapia, no mundo não há nenhum outro tratamento senão o Amor. É sempre o Amor que cura, porque o Amor faz você inteiro.” Bert Hellinger
TERAPEUTA HOLÍSTICA
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in REVISTA PROGREDIR | JANEIRO 2023
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