Por Jorge Boim
in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Escolhe um trabalho que gostes e não terá que trabalhar nem um dia na tua vida - Confúcio
Quando falamos em apego, ou desapego, pensamos quase de imediato em pessoas e relações, já que o mais comum é sermos apegados às pessoas, às relações que temos. No entanto, o apego a situações profissionais também existe, e é tão importante e limitador quanto o apego a outras pessoas.
O apego profissional – à falta de melhor expressão – é semelhante ao emocional. No fundo, estamos agarrados a algo que nos limita o desenvolvimento e o crescimento. É fácil ficarmos presos numa situação confortável em que, apesar de tudo, podemos não ser felizes. Quantas são as pessoas que, em prol de uma “boa” situação financeira, de uma estabilidade profissional que julgam ter, vivem infelizes e presas num casulo de insatisfação constante?
Apesar da insatisfação e infelicidade reinantes em muitos casos, não arriscamos em procurar a nossa felicidade porque, quase sempre, estamos conformados com o facto de recebermos 10 e não queremos passar a receber 5. Afinal, passar a receber 5 em vez de 10, impede-nos de ir jantar fora 2 vezes por mês, impede-nos de comprar aquela camisola, de ir de férias para fora, de ir ao cinema, impede-nos de… tanta coisa.
Embrulhados numa rotina que nos vai deixando andar, pensamos na casa, no carro, e em todos os outros bens que pensamos nos vão fazer falta. Sim, porque isto de nos apegarmos à nossa vida profissional tem influência no resto, no que essa mesma parte da nossa vida nos permite ter. E aqui é que está o cerne: Ter. Porque este apego permite-nos ter muita coisa, mas impede-nos, em muitos casos, de Ser. Felizes, Realizados.
O apego tem sempre associado um medo. O medo da perda. Seja de perder uma pessoa, uma relação ou, como aqui se pretende abordar, uma profissão, um estatuto social. E com este medo da perda vem, também, aquele vazio que nos faz sentir que falta algo. Esse vazio até pode fazer com que vá à procura de algo que traga a realização profissional… só que, aquele apego está lá a minar, de dentro para fora, a impedir de dar aquele passo, tomar aquela decisão de mudar de vida – ou apenas mudar de emprego.
Como diz a frase que dá título a este texto, se fizer algo que gosta, não terá que trabalhar nem mais um dia na vida. Só que, para lá chegar, para dar esse passo, é preciso retirar medo e apego desta equação. Como, então? Trabalha-se o apego e o medo na vida profissional da mesma forma que na vida pessoal, relacional. Estes 2 exercícios pretendem ajudar a desapegar-se e viver sem medo… se, depois, a sua decisão for mudar, mude. Se for ficar, fique.
Apego
Sente-se confortavelmente e feche os olhos. Imagine à sua volta tudo o que está relacionado com a sua vida profissional. Empresa, colegas, ordenado, etc.
Imagine que, de si até à imagem correspondente a cada uma das coisas que tem à sua volta, se encontra um cordão/corda/ligação – o que melhor servir e aparecer. A largura/grossura poderá variar de acordo com o “grau” de apego a cada uma das coisas.
Em seguida, corte cada uma dessas ligações. Poderá ser mais ou menos difícil, de acordo o apego que sente. No entanto, corte essa ligação.
Repita tantas vezes quantas as necessárias, até essas ligações desaparecerem ou as conseguir cortar facilmente.
Medo
Pode fazer este exercício logo a seguir ao anterior. Visualize, à sua frente, uma bifurcação. Para um lado, fica tal como está agora, nada muda. Para o outro, tem a possibilidade de mudar (não é uma obrigatoriedade, claro). Agora, repita para si: Seja qual for o desfecho, tudo será perfeito.
Quando sentir em si que esta frase está enraizada, escolha um caminho e percorra-o, limpando e ultrapassando todos os obstáculos que possam existir.
Repita o exercício até não precisar dizer a frase e o caminho escolhido não apresentar qualquer dificuldade.
Quando o medo e o apego desaparecerem, a oportunidade aparece e, aí, poderá decidir tranquilamente e de acordo com o que entende ser melhor para si. O despego permite-lhe isto: Liberdade para escolher.
HIPNOTERAPEUTA
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in REVISTA PROGREDIR | NOVEMBRO 2017
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