
Por Vera Faria Leal
in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2013
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Amar é unir; unir é curar, restabelecer, acreditar, é criarmos relacionamentos mais criativos e plenos e recriarmo-nos na crescente liberdade de sermos irradiadores de amor, à imagem e semelhança da Fonte. A forma como amamos está dependente do nosso nível de consciência, da nossa qualidade vibratória (que é a soma da qualidade dos nossos pensamentos, intenções, emoções, atos). Se vibrarmos numa baixa frequência, se nos sentimos sobreviventes do amor, carentes e vazios, tendemos a projetar nos outros esse vazio e passamos a chamar “amor” a essa carência. Neste estágio, o sentimento de posse é dominante e as pessoas ferem–se umas às outras ”por amor”; a verdade, é que se magoam mutuamente por desespero, quando quem pensavam que “possuíam” começa a revoltar-se.
A esmagadora maioria dos relacionamentos humanos começa assim, com este “equívoco” que fazemos do amor. Ele é na verdade um estado interior crescente de abundância que produz estabilidade emocional e real felicidade, construídas pro nós mesmos, através da alquimia da transformação. Só quem se aceita transformar, se pode realmente amar, só quem se ama, pode amar os outros.
Quando caminhamos no sentido da liberdade interior, da maturidade, do assumir responsabilidade por nos amarmos a nós mesmos, sentimos que o amor nos expande e acrescenta, nos torna melhores pessoas porque nos oferece a oportunidade de nos doarmos incondicionalmente, como escolha consciente e não moeda de troca para cobranças e chantagens emocionais. Quanto mais amadurecidos e firmados no auto-respeito e amor-próprio, mais o amor é uma experiência que nos liberta para os sins e os nãos, sem nos sentirmos culpados por nos afirmar; mais amamos com respeito pela liberdade de escolha do outro. Quanto mais amadurecemos no Amor, mais libertamos quem amamos para o seu próprio projeto de vida, mais queremos para o outro o que for melhor para ele, mesmo que isso por vezes ainda nos traga alguma insegurança. O caminho faz-se caminhando.
O amor, quanto mais evoluído, mais se torna uma escolha da inteligência amorosa do coração. O amor não é cego: ele relaciona-se com a qualidade de cada ser. O amor como vivência entre seres conduz ao processo de individuação – saber quem somos, o que queremos e o que não queremos, os preços que pagamos e aqueles que nunca mais vamos pagar, porque aprendemos um dia que é melhor pagar o preço para evoluir do que para não crescer emocional e espiritualmente.
O Amor ensina-nos a ser sóis irradiadores da luz da consciência, não meramente satélites a orbitar na dependência do outro.
Temos a responsabilidade de descobrir quem somos – caminho de construção da felicidade - e a vida, através dos relacionamentos e das circunstâncias onde temos que fazer escolhas, está-nos sempre a ensinar isso mesmo. Neste processo, o amor torna-se uma irradiação natural do nosso estado de liberdade interior, liberdade dos medos, dependências, apegos e ilusões. Torna-se mais tolerante, generosa, grata, pacificada e realizada.

Escritora, Astróloga, Pesquisadora Sagrado Feminino
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REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2013