Por Cristina Leal
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2016
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A verdade é que apesar delas, todos sem exceção viemos à terra somente para aprender a amar. Nada mais.
Amar é muito simples. Tão simples que se a humanidade tivesse desperta para essa simplicidade, apenas num segundo o mundo mudaria.
Quando nascemos expressamos com pureza e naturalidade a sua vibração. Depois ao longo do nosso caminho, entramos no processo relacional e aí começam as nossas confusões. Muitas vezes chamamos amor a carências e julgamos amar só porque dependemos ou estamos apegados.
Com a vida e especialmente com as perdas, vamos percebendo que apesar das nossas relações poderem um dia terminar, pois estão sujeitas a inúmeras condições, o amor é eterno em nós e não tem, nem pode ter qualquer rutura. Talvez por isso, seja comum verbalizarmos com frequência a expressão “o amor é incondicional”.
Amar não impõe qualquer condição, relacionar sim.
As nossas relações são como motores de busca interna, capazes de trazer à luz partes de nós escondidas, sombras que precisam de se revelar para que possamos cumprir na terra o nosso processo de transformação.
A verdade é que não só são condicionais, como tantas vezes nos condicionam também. Uma das provas disso, são as “regras” impostas, de senso comum e padrões de pensamento, que em nada tocam a sua essência.
Um destes padrões é, que só devemos amar quem nos ama.
Ora sendo o amor que sinto é uma expressão de mim e não do outro, nada mais desajustado do que este “conselho”. Na realidade posso escolher relacionar-me com alguém que queira também relacionar-se comigo, mas nunca posso escolher amar em função de ser ou não amada(o).
Ao contrário do que muitas vezes pensamos, numa ruptura o que nos dói não é, não nos sentirmos amados (as), mas sim não podermos mais expressar o nosso amor com aquela pessoa, da forma como concebemos a sua expressão.
O nosso próprio processo de incarnação, leva-nos para um querer materializar tudo. Aqui nasce mais uma vez a distorção, quando confundimos a expressão espiritual e mais elevada do amor com o toque, o cheiro, o corpo e a presença física.
Ora nada disto tem a ver com amor, mas sim com apego.
Amar não supõe nada que não seja tão-somente amar.
Ao integrarmos esta verdade a vida passa a ter um brilho diferente, uma magia especial, que ultrapassa qualquer romantismo e anula qualquer ilusão.
Deixar de confundir amor com apego, amar mesmo sem se sentir amado, é abrir um espaço amoroso dentro do nosso coração que irá guiar-nos em direcção à verdade da vida, que nada mais é que aprender e integrar a sagrada dimensão do AMOR.
AUTORA, TERAPEUTA, CONFERENCISTA
www.entrenos-livro.blogspot.pt
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2016
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