Por Pedro Rui Carvalho
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2015
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É uma escolha muito limitadora fazer escolhas para a nossa vida baseadas inteiramente em ir atrás dos sonhos dos outros, portanto se estás numa fase de transição, de mudança, se queres mudar de carreira , se queres ir atrás da tua paixão profissional, da tua realização, sugerimos uma coisa se fizer sentido para ti: identifica e percebe com quem partilhas parte da tua história, essas pessoas revelam a sua própria natureza quando partilhamos alguns dos nossos sonhos, porquê? Porque quando se trata de nos reinventarmos a nós próprios, de mudar nomeadamente de profissão, a opinião de algumas pessoas é mais limitadora do que possibilitadora. Alguns tendem a preservar o medo, a alimentar o desespero , a continuar a alimentar velhos padrões, a decidir sobre pressão familiar, sobre pressões económicas ou até sociais, que a partir de um determinado momento nos propomos destruir ou abdicar.
Esta pode ser a diferença entre um trabalho e uma carreira, entre estar dependente ou ter um propósito, entre ter uma vida semipreenchida ou ser bem-sucedido.
Pessoas que descobrem ou querem descobrir a sua paixão, o seu talento, o seu propósito, uma forma de através da sua vida profissional contribuírem para algo maior do que a si mesmas, não dependem da aprovação dos outros para perseguir os seus objetivos, as suas causas, as suas vocações, a sua vida. São pessoas que não abdicam, que se alinham ao seu talento, à sua paixão.
Se a melhor profissão fosse aquela que não é paga, quanto estaria disposto a trabalhar? E se a verdadeira profissão de cada um de nós fosse encontrar o caminho para si mesmo, até onde estaria disposto a ir dentro de si?
Atualmente, pensamos que a definição tradicional de “sucesso” está a mudar. A riqueza, só por si já não descreve o que o sucesso significa para muitos de nós. Muitos consideram ser bem sucedidos quando marcam a diferença, quando criam impacto no exercício da sua vida profissional, quando se sentem empenhados não em ter uma vida, mas a sua vida de realização pessoal e profissional, seja lá o que isso for para cada um de nós.
Gostar daquilo que se faz é uma condição necessária para ser bem sucedido. Não se trata apenas de uma necessidade, é uma vantagem competitiva, um fator diferenciador para aqueles que procuram um lugar no mercado de trabalho, mas também para aqueles que nele se querem manter. Uma coisa que temos observado é que pessoas que não gostam do seu trabalho são mais inseguras e tendem a agradar a todos, bem como em desenvolver uma necessidade extrema de parecem boas em tudo aquilo que fazem.
Qual é o perigo de trabalhar naquilo que não se gosta? Numa economia global e num mercado de trabalho cada vez mais pequeno e competitivo, talvez ser ultrapassado por pessoas que se sentem apaixonadas em fazer aquilo que outros não gostam de fazer.
Acreditamos que não há obstáculo, que não há desafio que resista à nossa verdadeira viagem, ao nosso verdadeiro trabalho, à nossa viagem interior, ao talento que cada um de nós tem, à paixão que cada um de nós tem e principalmente ao que estamos dispostos a fazer para que isso aconteça. A vida profissional deve ser uma forma de prazer e de preenchimento interior, deve ser algo que contribui para o nosso crescimento pessoal e profissional e onde cada um de nós possa contribuir para o crescimento de outros também.
Não tem de ser obrigatoriamente um caminho solitário, bem pelo o contrário. São pessoas que procuram grupos de influência, pessoas que querem conseguir o mesmo que elas querem, pessoas que já conseguiram o que elas querem ou que se inspiram em alguém que pelo exemplo os contagiou. São pessoas que têm a crença que nada se consegue sozinho, são pessoas que reconhecem a importância de aprender, de adquirir novas competências, que estão dispostas a abraçar novos desafios e, principalmente, que reconhecem a importância de contribuir com aquilo que aprendem, que reconhecem a importância da partilha, das relações e do como é importante estar envolvido com os outros.
Mas será a nossa vida profissional reflexo da nossa vida pessoal? Em grande parte pensamos que sim. Seja no nosso contexto pessoal ou profissional tendemos a vibrar com grande intensidade em três dimensões: significado (o que é importante fazermos); pensamento (o que pensamos sobre as coisas que fazemos, se acreditamos no que estamos a fazer) e de que modo as vamos conseguir fazer acontecer, a ação.
Quantos de nós já encontrámos o desequilíbrio precisamente naquilo que a sociedade considera ser equilibrado fazer, arranjar um trabalho e ganhar dinheiro para sobreviver?
Quantos de nós já encontrámos o nosso equilíbrio quando recorremos ao nosso catálogo de paixões, pessoais e profissionais onde encontrámos o significado que alimenta e organiza os nossos pensamentos de forma a que nos convidam a entrar em ação?
Pode esperar por concretizar todos os seus sonhos profissionais quando se sentir mais confiante, quando as condições forem mais favoráveis ou então apostar na preparação, criar oportunidades, partir para ação e obter experiência, só assim surge a confiança, pelo esforço. Vai cometer erros quando procura mudar de vida profissional, vai falhar os seus objetivos em algum ponto, mas isto terá de acontecer no seu percurso para o sucesso, sendo que sucesso não é uma obrigação, mas um direito.
Este é um critério que se aplica na nossa vida pessoal ou profissional, sinta o melhor de si, faça o melhor que sabe fazer e obtenha o melhor possível, empenhe-se ao ponto de sentir orgulho naquilo que faz, queira ver o seu nome associado a coisas com significado. Seja resiliente. Adquira novas competências, redefina objetivos, continue apesar de todas as contrariedades, encontrará aí o significado e permaneça fiel a esse objetivo. Lembre-se: A sua vida pessoal ou profissional não são tentativas de ser feliz para sempre, mas a capacidade de estar feliz a cada momento com aquilo que está a fazer.
Pergunte-se se fizer sentido para si:
Quem sou eu? O que represento? Qual a razão da minha existência? Como posso manter a minha individualidade, os meus sonhos, no contexto atual? Como posso atribuir significado à minha vida pessoal e profissional? O que tenho de fazer para me manter apaixonado pelo meu trabalho, renovado, envolvido e motivado?
Se for o caso (re)comece essa viagem interior consigo próprio e crie uma nova vida que valha a pena ser vivida.
Se for suficientemente corajoso para ganhar a vida a fazer o que o apaixona, corre de fato um risco: vir a ter uma vida com sentido porque faz algo de significativo. É para isso que está vivo, isso é viver.
FORMADOR DESENVOLVIMENTO PESSOAL
www.pedroruicarvalho.com
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