in REVISTA PROGREDIR | ABRIL 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Como sabemos, ao longo do nosso percurso de vida, são muitas as vezes que surge em nós a necessidade de mudar ou começar algo novo. Contudo, neste contexto tão exigente e desafiante que estamos a atravessar, carregado de incerteza e ambiguidade, este processo pode ser ainda mais complexo, pois, se por um lado somos dominados pelo medo e preocupação que nos impede de agir perante o desconhecido, por outro somos frequentemente convidados a sair da nossa, tão familiar, zona de conforto.
Por zona de conforto, de acordo com a literatura, podemos entender “um conjunto de ações, pensamentos e comportamentos que fazem parte de uma rotina e que conseguem manter um nível baixo de ansiedade, medo ou perigo de riscos”.
Ou seja, é uma zona importante que nos dá uma sensação de conforto e segurança. Mas será isto verdadeiramente positivo? Será a zona de conforto realmente confortável?
Por mais agradável que pareça, chega a uma certa altura em que sentimos que não estamos a avançar, que é preciso mais. O que acontece, na grande maioria das situações, é que se nos limitarmos a permanecer dentro dessa zona confortável, poderemos desenvolver, em determinados momentos da vida, uma sensação de insatisfação e de vazio existencial que se traduz muitas vezes em stress ou mal-estar e que nos impede de encarar os desafios e melhorar a nossa qualidade de vida. Isto é, impossibilitamos o nosso crescimento pessoal e/ou profissional e o nosso desenvolvimento como seres humanos.
Podemos pensar então: Mas afinal o que nos impede de arriscar? O que é necessário para nos permitirmos tentar o novo, vivermos experiências diferentes ou abraçarmos novas oportunidades?
Em geral, para além da ansiedade associada ao processo de mudança, é o medo de fracassar ou a nossa incapacidade de lidar com os erros e as frustrações que nos impede de arriscar, ou de tomar algumas decisões na nossa vida, principalmente quando as mesmas podem incluir outras pessoas ou o custo de alguns empregos, alguns relacionamentos, algumas certezas.
Porém, a vida começa no momento em que termina a nossa zona de conforto e para isso, precisamos de cultivar a coragem para sair da mesma, para irmos mais além e encontrarmos o nosso lugar no mundo. Desbravar o novo pode parecer algo assustador, mas, se realmente queremos viver uma vida de interesse e cheia de entusiasmo, precisamos de enfrentar os medos e os desafios das mudanças. Substitua o medo de errar pela coragem de arriscar.
Como disse Nelson Mandela: “Eu nunca perco. Ou eu ganho, ou aprendo!”
Isto porque, fez-nos perceber que até nas duras derrotas, aprendemos alguma coisa.
Neste sentido, arriscar é provavelmente cometer novos erros e aprender com eles, mas é também gerar a confiança necessária para acreditarmos no nosso potencial e assumirmos as nossas decisões independentemente do que aconteça. Claro que, sentir algum medo ao longo deste processo é normal desde que não nos impeça de viver de acordo com o que realmente somos ou desejamos.
Por isso, vale a pena lembrar, deixe a zona de conforto e entre na zona de coragem. Se vai sentir algum desconforto ou insegurança em situações de incerteza? Muito possivelmente vai. Mas também vai crescer, aprender, progredir.
Talvez outro dos grandes desafios dos novos começos seja justamente abdicar do que temos ou deixar para trás o que atualmente é o nosso presente. Mas, à semelhança das estações do ano, a nossa vida também é composta de ciclos, etapas, fases. Tudo começa e acaba. Portanto, devemos aceitar que cada fim é também um novo começo, um novo caminho que se abre, uma nova forma de vida ou oportunidade. E saber que nada dura para sempre talvez seja a melhor forma de vivermos e aproveitarmos os momentos verdadeiramente.
Importa referir que a nossa atitude é a força que impulsiona a vida, a mudança, os novos começos. Graças ao poder da nossa atitude conseguimos escolher como ultrapassamos as nossas dificuldades. Permite-nos compreender que não existem limites. Que os únicos limites que existem são aqueles que a nossa mente impõe a nós próprios.
Não sabe por onde começar?
Lembre-se: o melhor momento para um novo começo, pode ser agora.
Deixo-lhe algumas sugestões que podem ajudar:
- Saia da zona de conforto: esteja disposto(a) a assumir riscos.
- Desafie-se: confie na sua capacidade de fazer diferente.
- Acredite no seu potencial.
- Enfrente os seus medos.
- Pense positivo.
- Medite: no silêncio encontra as respostas que procura.
- Se precisar de ajuda, procure um profissional.
PSICÓLOGA CLÍNICA
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