Por Mafalda Sousa
in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Mas ambas as ideias colidem com o resultado de diversos estudos. A verdade é que o dinheiro não é bom nem mau, é simplesmente um meio de troca. Se este o poderá fazer feliz ou não, dependerá da forma como o vai usar.
A investigação nesta área é clara. Quando comparamos os habitantes de países muito pobres, com os dos mais ricos, os segundos são em média mais felizes. Já dentro de um país desenvolvido os mais ricos são mais felizes, mas apenas ligeiramente. Isto porque nem sempre usam o dinheiro da melhor maneira.
Ter pouco dinheiro pode causar stress, preocupações e infelicidade. Ter demasiado, por vezes, faz exactamente o mesmo!
Com alguma frequência, o dinheiro é alcançado à custa da vida familiar, da saúde e de uma série de ingredientes essenciais para a felicidade. Por outro lado, quando satisfeitas as necessidades básicas, o seu efeito positivo é relativamente fugaz, devido a três processos psicológicos:
- a habituação – os efeitos positivos de ser promovido, ganhar a lotaria ou adquirir um objeto muito desejado, desvanecem-se com o tempo e voltamos ao estado de felicidade habitual;
- as aspirações crescentes – as nossas aspirações materiais tendem a aumentar a par do aumento da riqueza. Quanto maior for a diferença entre o que temos e os nossos desejos, maior a probabilidade de nos sentirmos infelizes;
- a comparação social – as pessoas tendem a comparar-se com os outros e para se manterem felizes precisam de sentir que ganham valores semelhantes ou superiores. Por exemplo em países como o nosso, onde existe desigualdade na distribuição da riqueza, o nível médio de felicidade tende a ser menor do que em países mais igualitários - como os do norte europeu.
As boas notícias são que 40 % da nossa felicidade, depende unicamente da nossa forma de agir e de pensar. Assim, desde que use sabiamente o dinheiro, este poderá ser um dos recursos para aumentar a sua felicidade. Eis 10 sugestões que o poderão ajudar:
1 – Tenha um orçamento e livre-se das dívidas – Para sentir menos ansiedade, controle as suas finanças. Registe todos os seus ganhos e gastos e descubra onde pode poupar e investir. Com base nisso elabore um orçamento mensal. Pesquise e crie também um plano para se livrar das dívidas.
2 – Diga não ao materialismo – As pessoas materialistas são, em média, menos felizes do que aquelas que se concentram noutras prioridades. Não viva só para pagar uma série de objetos. Se tiver o suficiente, terá menos trabalho, mais tempo e ainda poupará dinheiro.
3 – Não se compare com os outros – Primeiro porque haverá sempre alguém mais rico e em melhor situação, segundo porque as aparências enganam e por detrás do que parece uma vida de sonho, podem existir uma série de problemas. Opte por comparar-se a si mesmo. Lembre-se dos objetivos que já alcançou e do que pode fazer para melhorar.
4 – Evite influências alheias – Por vezes o que é «suficiente» não é determinado pela quantidade de dinheiro que precisa ou pelo que deseja, mas pela quantidade que as outras pessoas esperam de si. Preocupe-se menos com o que os outros possam pensar. Se necessário, diga que assumiu uma nova filosofia de vida menos materialista.
5 – Valorize o que tem – Certamente tem coisas boas na sua vida: uma família linda, uma casa onde morar, um automóvel para se deslocar, um talento especial. Se valorizar o que tem, sentir-se-á mais satisfeito com a vida.
6 – Considere o dinheiro um «meio» e a felicidade a «meta» - Tenha em mente que a maior riqueza é ser verdadeiramente feliz. Por isso, ganhe dinheiro e use-o preferencialmente nas suas necessidades básicas e em experiências positivas.
7 – Tenha objetivos pessoais – Não se sinta escravizado pelas aparências ou desejo de agradar. Trace um plano e divida-o em tarefas menores, para alcançar os seus próprios sonhos. Quanto ao seu emprego, tente encontrar-lhe um significado mais profundo (por exemplo, irá empenhar-se porque sabe que está a melhorar a vida dos clientes ou a dar um contributo para a sociedade).
8 – Reorganize a sua agenda – Reveja os vários compromissos e elimine os supérfluos. Reserve tempo para atividades que o fazem feliz e para estar com quem mais ama.
9 – Invista mais em experiências positivas e menos em objetos – A ciência concluiu que são as experiências que nos fazem mais felizes. Invista tanto em atividades ocasionais (viajar, receber uma massagem num spa, fazer uma formação do seu agrado) como noutras mais frequentes, que tragam pequenos prazeres ao seu dia-a-dia (fazer uma caminhada ao ar livre, tomar o pequeno-almoço numa esplanada solarenga, ver o pôr-do-sol, meditar, fazer exercício físico, ler um bom livro). Só não se esqueça de ir variando as experiências, para não criar habituação.
10 – Use o dinheiro para fazer o bem – Ser generoso com os outros, aumenta a felicidade pessoal. Por isso, ajude alguém que necessita ou contribua para alguma causa social.
A verdade é que o dinheiro pode ajudá-lo a ser mais feliz, desde que não se esqueça de outras prioridades na vida (saúde, relações sociais, objetivos pessoais, etc.). Use-o sabiamente e seja feliz!
TÉCNICA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO SOCIAL, AUTORA DO BLOG:
“A FELICIDADE É O CAMINHO”
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