por Natália Rodrigues Porto
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Habitamos um lugar maravilhoso que nos acolhe a todos, independentemente da nossa condição, raça ou ideologia. Mas isso não parece chegar-nos para querermos aprender com a Mãe Terra os seus grandes ensinamentos. Aqueles que tornam possível o grande milagre que é o ciclo da natureza, e do qual somos (fazemos) parte.
A sabedoria da Mãe Terra é indelével e mesmo assim ela passa por nós como se fosse invisível. As estações, as marés, o vento, a chuva e os animais (aos quais chamamos irracionais), convivem em uníssono e parecem perceber com muita facilidade quais são as suas competências, prioridades e limites. Mas nós, que estudamos e somos importantes, não agimos deste modo. E a Terra tal como uma Mãe, a tudo isto assiste, e às vezes sacode-nos. O seu colo estremece para nos ensinar o valor daquilo que parecemos não valorizar. A isto costumamos chamar tragédias, mas maior tragédia que o nosso comportamento não há.
À Terra que é Mãe, cobre-a um Céu que é Pai. E dele nos chegam inúmeras influências. Esta harmonia que ocorre entre as “peças” da natureza é o maior espetáculo a que algum dia poderemos assistir.
Ao Pai Céu cabe a gestão desta casa onde moramos. E quando nos ajoelhamos sobre a Terra, é para ele que conduzimos as nossas preces. Precisamos da Mãe para chegar ao Pai. E do Pai para entender a Mãe.
Mãe é um ser que acolhe dentro de si a oportunidade de se transformar. Ter um filho é um dos meios de ser Mãe, mas há mais.
A grande qualidade que é experimentada quando a maternidade nos acolhe é a aceitação. Uma Mãe aprende de forma muito rápida a aceitar e cedo descobre, que amará o seu filho independentemente do que ele escolha ser, parecer, dizer ou fazer. Porque o sentimento que a Mãe nutre pelo seu rebento, será sempre maior do que as diferenças entre ambos.
No momento em que se pega o bebé ao colo, acontece um milagre, um batismo que une aqueles seres para toda a eternidade. Por ele podemos dar a vida, e com isso transformamo-nos em seres imortais. Saber aceitar, é o treino recomendado para quem quer ser Mãe, sem experimentar o aumento do seu ventre. A felicidade dos pais passa a ser diferente, porque a felicidade deles contém a felicidade do seu filho.
Com o parto, chegam muitas outras coisas. Talvez pudéssemos dizer que ter um filho é também um nascimento para a Mãe, dá-se a partida da menina e filha, para nascer a mulher mãe.
E com isso nascem muitas outras preocupações, motivações e opiniões.
Entre muitas, consideremos a alimentação, pois ela faz parte das necessidades básicas de todos os seres que habitam a Terra Mãe.
O principal alimento de uma criança é o Amor. E o Amor cuida. Por isso se amamos, teremos todos os cuidados. Naturalmente que estes gestos dependem dos nossos conhecimentos e informação. Mas mesmo incompletos, se amarmos terão tempero. Procurar o melhor não é um trabalho para a Mãe, é uma oportunidade. Alimentar um filho é, sem dúvida, algo que encerra uma grande responsabilidade. Os filhos (ou aqueles de quem cuidamos) são quem nos fazem crescer em diferentes direções. Por eles esticamo-nos e aprendemos a olhar o mundo de forma mais alargada.
Amamentar um filho é um prolongamento da maternidade. Nenhum outro alimento se compara ao leite materno. Nem o contacto que é estabelecido entre ambos pode ser substituído. Quando começam as refeições, a procura de alguém em que se confie é essencial para despistar algumas dúvidas. Iniciar como? E quando? São questões que devem ocupar a nossa procura do melhor.
Sugerimos que a Mãe cozinhe sem temperos, com Amor e de forma simples, introduzindo aos poucos os diferentes grupos de alimentos, sempre atenta às reações do bebé. Desta forma, simples, e lentamente, se conduz o bebé ao mundo vasto dos alimentos.
Os primeiros dois anos de vida são extremamente importantes para a formação da criança, eles têm uma influência decisiva no seu desenvolvimento. Por tudo isto vale a pena o tempo que investimos na procura de uma alimentação saudável para o nosso filho.
Tal como acontece com a Terra, ser Mãe é por vezes uma tarefa de bastidores. A grande importância não está na visibilidade, mas na grandiosidade que reside nas nossas ações. Podemos nunca ser homenageados, mas se sentirmos que fizemos e demos o nosso melhor, valeu a pena de certeza a vida que vivemos.
Ser Mãe é sentir e pensar mais além, e ser semelhante à Terra, que tudo nos dá, e que tudo nos pode tirar sempre que não a estamos a respeitar.
Porque o Amor não é só dar. Reside também no saber educar, aconselhar e por vezes também negar.
in REVISTA PROGREDIR | MAIO 2014
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