in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Sabia por exemplo que o rabanete é antioxidante e diurético e que as pétalas dos girassóis se podem comer?
Como os indivíduos que as compõem, as civilizações e sociedades nascem, transformam-se e apagam-se. Todas únicas, nunca são iguais entre si, e nem sequer a si próprias nos diferentes momentos da sua vida. Mas têm uma característica comum: a dependência da terra sobre a qual florescem, vivem e morrem.
Há cerca de 12 mil anos, ocorreu a revolução provavelmente mais significativa para a Humanidade desde o início do uso do fogo: a utilização planeada dos solos e sementes para produzir alimento, que conhecemos por agricultura. (Fernando Naves)
Trabalhar a terra, como todos sabemos é uma forma de nos aproximarmos da mãe natureza, de nos integrarmos, de nos sentirmos parte desse todo que nos compõe, dessa história ancestral que está no nosso ADN, que nos está gravada na pele. Ao longo da História e sobretudo nos últimos 100 anos, depois da revolução industrial, que estranhamente surge quase em paralelo com a indústria dos agro-químicos, o ser humano tem vindo a tornar-se cada vez mais sedentário e urbano com todas as consequências nefastas que isso tem para a sua saúde e para a saúde do planeta em que vivemos.
O afastamento entre o homem e a Natureza está na origem de muitos dos grandes conflitos mundiais.
Existem vários estudos científicos que vêm comprovar o que intuitivamente já sabemos: a proximidade com a natureza causa alterações eletromagnéticas no cérebro que são de extrema importância para o bem-estar físico e emocional.
O British Journal of Sports Medicine realizou estudos sobre o aproveitamento das crianças, chegando à conclusão de que as crianças e adultos que passam mais tempo ao ar livre, em parques, jardins e espaços verdes em geral, têm um desenvolvimento cognitivo mais apurado.
Quando falamos de sustentabilidade, (palavra muito badalada e talvez muito pouco entendida) estamos a falar, entre muitas outras coisas de um retorno ao verde que nos rodeia, pois só reintegrando a Natureza em nós, a poderemos verdadeiramente amar e por consequência cuidar e preservar para as gerações vindouras.
Sem a conhecermos não a poderemos preservar, como podemos nós cuidar de uma coisa que não conhecemos?
Infelizmente o estudo das plantas que é feito nas escolas é lastimável, praticamente ausente, estuda-se um pouco da morfologia vegetal e das funções da clorofila e pouco mais.
Mas esta parte do programa é feita quase sempre com pouco interesse e nenhum entusiasmo ou fascínio por parte de quem “ensina”, eles próprios vitimas de um sistema que não incentiva um estudo mais aprofundado do que realmente são as plantas, esses seres únicos e maravilhosos. Senão, imagine-se que não existe nenhum outro ser vivo capaz de produzir o seu próprio alimento apenas transformando a luz do sol.
Mas as crianças, essas ficam com os olhinhos a brilhar ao sentir o toque aveludado de uma malva, cheirarem a frescura de uma hortelã ou provarem uma infusão de cidreira. Eles querem saber mais, eles precisam de ativar esse elo que os une ao mundo das plantas. Esse elo existe, é um fino fio luminoso que facilmente se acende, basta levá-las para a rua e convidá-los a tocar, cheirar e observar para perceber que há um despertar a acontecer quando entramos em contacto com a nossa Grande Mãe.
ESCRITORA E FORMADORA NA ÁREA DAS PLANTAS MEDICINAIS
www.malvasilvestre.blogspot.pt
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2014
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