Por Júlio Barroco
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2017
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Infelizmente, para a maioria das pessoas que neste momento habita este planeta, a sua visão da vida fica-se por aqui. A incerteza na concretização dos resultados que gostariam de saborear alastra para uma atitude que limita em muito o alcance das ferramentas que as colocaria em condições de os manifestar. Como dizia a famosa canção de Rui Veloso “Não Há Estrelas No Céu”, parece que o mundo inteiro se uniu para os tramar. E têm razão, é a sua verdade: é a realidade que vigora no seu mundo.
Mas chega de impossibilidades: o que quero mesmo é falar-lhe de possibilidades. Para isso, vou usar uma imagem que, na minha visão, nos pode ajudar bastante.
Vou falar-lhe do Trevo dos Resultados.
O Trevo dos Resultados é um esquema das dimensões universais adaptado à visão do que deve ser uma vida profissional plena. Quando o usamos, ele facilita-nos atitudes e perspetivas sintonizadas com o pequeno-grande resíduo de responsabilidade que podemos e devemos exercer. Ele orienta-nos no piscar de olhos à sorte e estrutura a nossa visão em quatro folhas. Elas são:
A folha do Prazo Curto;
A folha do Prazo Longo;
A folha do Mundo Externo; e
A folha do Mundo Interno.
A folha do Prazo Curto é a folha do que está à vista de todos nós. Todo o tipo de necessidades que o nosso corpo ordena (oxigénio, alimentação, higiene, vestuário, abrigo, movimento, descanso, etc.) são tipicamente de curto prazo (ainda que por vezes não as consideremos como tal). Para além destas, a nossa civilização ainda nos apresenta outras que tendemos a encaixar aqui: todo o tipo de compromissos, responsabilidades e obrigações, e, também, diversões, prazeres e distrações (também fazem parte). O que cai nesta folha por norma tem um fim bem à vista, e somos capazes de perceber rapidamente as suas consequências. Quanto maior for a pressão para resultados imediatos, mais alta tende a ser a atenção que damos a esta folha.
A folha do Prazo Longo é uma abstração. Esta folha pede-nos que vejamos o arco da história maior e de que forma ele utiliza os seus tijolos, qual a base das nossas ações e metas lhe que são subordinadas, refletindo sobre o que foi para melhor orientar o que será. A este nível, a distância entre causas e efeitos é a regra, cujo alcance em termos de carreira se mede em semanas, meses, anos e até décadas ou séculos. A atenção que lhe damos tende a variar em sentido inverso ao da folha anterior.
A folha do Mundo Externo inclui tudo o que se manifesta, material ou fisicamente. É o produto acabado, a manifestação visível de tudo o que combinou nos níveis anteriores e agora conhece a luz. Uma das expressões que melhor representa o que se pede de nós nesta dimensão é a da Ação Iluminada: uma ação presente e ciente, por dentro e por fora, do que pretende alcançar e do que deve abraçar, aderente aos princípios da Vida e discernidora do que nos pede, em cada momento. Por entre a ação massiva e a pausa consciente, a ativação e a suspensão, o reforço e a afinação, assim se aprende a dança, com e por ela.
A folha do Mundo Interno abarca tudo o que ainda não se manifestou fisicamente. É o mundo no qual a massa da realidade se molda, forma e ganha cores, antes de ver a luz do dia – por vezes, muito antes. A humanidade já procurou e produziu, e ainda procura e produz, todo o tipo de teorias, ferramentas, meios e métodos de se encontrar neste mundo, de entrar, moldar e ficar em posse dele.
Gnothi Seauton, “conhece-te a ti mesmo”, é a chave mestra. A mensagem, repetida ao longo das eras e civilizações, pode ser escutada como uma voz suave, em pano de fundo, que nos diz: «encontra-te, pois na posse desta chave, saberás os segredos deste e de outros mundos. O teu humano brilhará Sublime: tornar-te-ás no que nasceste para Ser, à imagem e semelhança d’Ela». A porta a abrir para receber as maravilhas deste mundo é a mais valiosa que pode existir nesta vida: a porta da Presença.
E assim se completa o nosso Trevo.
A realidade é regida pelo princípio do holograma: tudo está em tudo, e o que faz parte de cada mundo não é estanque e encontra-se também em todos os outros. O que nos é pedido é que saibamos considerar as várias dimensões e com elas formar uma sinfonia afinada, que toca uma música harmoniosa, mesmo que com uma outra nota perdida pela meio. É isso que nos faz pertencer ao grupo dos portadores do Trevo, que sabe conciliar a estratégia com a tática, dentro e fora de si, e dá o seu melhor para estar ao leme da sua consciência de forma o mais próxima possível da sua melhor visão e potencial.
E isto, cara leitora, pretende ser uma representação de um bom augúrio de plenitude em si, para que toque naquilo que de melhor pode aspirar. Termino com a intenção de que, esteja onde estiver e faça o que fizer, que a vida a use em Pleno Emprego: que a luz brilhe por todo o seu Ser, seja na profissão, nos negócios ou noutra área qualquer. Que encontre e crie a vida que merece: uma vida com V.
DREAMER & CHANGER, EVENTOS, FORMAÇÃO, CONSULTORIA
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“Sonhar Sem Agir É Como Amar Sem Cuidar.”
in REVISTA PROGREDIR | MARÇO 2017
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