in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Casais discutem e não discutem pouco, segundo o estudo realizado pela Esure. O número atinge 2.455 discussões, por ano, sendo em média de 7 discussões ao dia. As razões são várias, desde: detalhes de convivência, o que comer para o jantar, estacionar o carro; as de sobrevivência, como o dinheiro; até as comunicacionais e emocionais como não ouvir, não agradecer, ou dizer eu amo-te. Com tanta discussão, quer dizer que mais cedo ou mais tarde se divorciarão? Sim e Não. Na verdade, a frequência ou a quantidade das discussões não é o que dita o divórcio, e, por outro lado, aplacar o conflito rapidamente, ou calar-se para resolvê-lo, pode ser ainda pior para o relacionamento.
Por experiência profissional sei que, quando um casal discute várias vezes pela mesma razão, quando repetidamente o mesmo assunto vem à tona, é porque algo na base não está resolvido, restaurado. É na arte da restauração que se encontra o segredo deste “negócio”.
Já viu uma peça de arte a ser restaurada? É um processo que tem como objetivo trazer de volta o potencial da obra de arte que foi danificada. Num relacionamento, por haver duas pessoas com diferentes ideias e visões da realidade, duas personalidades que coabitam juntos, o casal terá de lidar com muitos aborrecimentos diários, naturalmente irão ocorrer danos, rachaduras, carunchos, fragmentações, perda de cor, da obra inicial do amor. Como ser humano, é natural que procuremos viver em harmonia no relacionamento e cada vez que há uma discussão, ou uma “guerra” silenciosa, ou um evitar falar com a esperança que o assunto se resolva por si, a harmonia é quebrada. Na tentativa de restabelecer rapidamente a harmonia, não restauramos o que tinha de ser resolvido e, logo, repetimos o que não foi restaurado. Por isso, repetem-se as brigas pelos mesmos motivos e, com o tempo, são-lhe ajustadas as ‘taxas de juros’, que são aqueles detalhes que há dois anos não eram um problema, mas que agora se tornaram difíceis de engolir.
Com o advento do COVID -19, o casal tem vindo a ser confrontado em dois aspetos: 1 — o isolamento social que traz consigo um olhar de cada qual ‘para dentro’ de si, para as suas próprias fragilidades e os seus pontos fortes; 2 — o modelo de relacionamento que possuem. Dependendo do funcionamento prévio da relação, as decisões pessoais que estavam adiadas, os problemas pendentes do casal ou situações não processadas e faladas, vão emergir. Quando a situação é favorável financeiramente, ou os parceiros estão mais tempo, focados no trabalho e no exterior, do que na relação, tudo corre (relativamente) “bem”. Mas, perante as dificuldades, as pessoas são testadas e o seu relacionamento também.
Então, qual é o instrumento preciso e indispensável para a restauração, que eu referia, a ser usado em circunstâncias normais e nos tempos da pandemia? A comunicação. E questiona-me — Karina, a comunicação? Sim! A comunicação pode levá-lo à felicidade ou a destruição e perda total da relação.
De acordo a um estudo (publicado no TheGuardian) com cerca de 1,000 adultos, os casais que discutem com eficácia são 10 vezes mais propensos a ter um relacionamento feliz do que aqueles que evitam enfrentar um problema difícil. Logo a discussão em si não é o problema, mas o que, como e para quê se discute. É no aprender como comunicar num relacionamento, que reside não só o X mas também Y da questão. A comunicação é o que irá nutrir a intimidade, a confiança e a conexão.
Para apoiá-lo a estabelecer uma melhor comunicação no seu relacionamento, partilho consigo 10 dicas:
1 – Evite críticas. Aponte factos, o que pensa, mas não sob a forma de crítica.
2 – Assuma a responsabilidade dos seus sentimentos.
3 – Evite julgamentos.
4 – Ouça de forma aberta a opinião do seu parceiro/a.
5 – Fale o que realmente pensa de modo assertivo.
6 – Expresse as suas expectativas de forma objetiva.
7 – Remova a acusação do seu discurso.
8 – Enfrente a discussão com o objetivo de ter uma solução para ambos.
9 – Quando o tom de voz subir, peça pausa para que possam se acalmar.
10 – Entenda que não há um vencedor e um perdedor. Ambos têm pontos de vistas diferentes a serem respeitados.
Trabalhando a comunicação podemos aprender não a lutar um contra o outro, mas a lutarmos juntos por um objetivo maior que é o relacionamento. Todas as relações atravessam o inferno, mas os casais que aprendem como crescer com as experiências difíceis e transformá-las em aprendizagens, são aqueles que fazem do relacionamento a sua fortaleza.
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in REVISTA PROGREDIR | JUNHO 2020
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