in REVISTA PROGREDIR | DEZEMBRO 2014
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Em ambos os casos existe uma necessidade inata de “colocar fora algo que está dentro”, e nesse sentido todos somos seres “partilhadores”! A grande diferença reside na qualidade do que verbalizamos e como o fazemos (em silêncio, através do corpo, e das palavras utilizadas, do tom usado, e outros detalhes que criam o significado).
A partilha de qualidade dá-nos sentido de vida e tem um efeito realmente terapêutico. Beneficiam as relações intra e interpessoais. Ajuda-nos a ganhar novas perspetivas diante um determinado desafio e permite-nos sentir pertença a algo. Já Maslow[1] fundamentava que a necessidade social, de pertencer e ser aceite, ao ser colmatada poderia impulsionar o individuo para os patamares da autoestima e autorrealização.
E como podemos saber se é uma partilha de qualidade? Nas nossas partilhas profissionais como terapeutas e trainers, sentimos que a qualidade não pode ser medida por uma fórmula matemática mas pode ser sentida pela escuta activa do outro, pelos momentos de silêncio adequados entre o diálogo e sobretudo pela identificação do outro à minha partilha.
Falamos de emoções e da sua expressão adequada. Na vida profissional, independentemente da profissão exercida, o sucesso de uma partilha tem como origem a identificação emocional com o que é transmitido.
Como definir partilha? A palavra vem do latim “partícula” que significa parte de um todo, repartir, e tradicionalmente em linguagem jurídica corrente indica a divisão de bens. Porém aqui temos um conceito em transformação! Se partilha significa divisão um outro significado tende a impor-se: o de comunhão.
O termo evoluiu de um sentido egoísta para uma nova vida de significado, altruísta e rica. Na economia tradicional diz-se que “quem parte e reparte, fica com a melhor parte”, na economia emergente a partilha é a inclusão de outros humanos, que não eu, na fruição de um bem, de um conhecimento, de uma emoção.
Num Darwinismo[2] significante a palavra assegura a sua sobrevivência recriando-se com um sentido mais profundo, mais comunitário e vivencial.
Ser Biocêntrico. A nova arte de viver biocêntrica (centrada na vida – bio-) procura esse sentido da partilha, propondo a distribuição em vez da tradicional acumulação.
No âmbito profissional e como terapeutas partilha significa cooperação, processo de criação de valor para todos os envolvidos, através de atos de inclusão e de divulgação, de ligação a outros e a outras instituições, de abertura e preocupação com o cliente (ou paciente.)
Como seres “partilhadores” iremos procurar semear ideias e emoções, e utilizar os nossos recursos emocionais, relacionais, intelectuais e físicos no respeito e amor pelo outro (filosofia da alteridade.) As interdependências são assim potenciadas para um bem comum. O outro, o diferente é um enorme recurso que vem enriquecer pela partilha o que sei, o que sinto e o que posso fazer.
[1] Abraham Maslow (1 de Abril de 1908, Nova Iorque — 8 de Junho de 1970, Califórnia) foi um psicólogo americano conhecido pela Hierarquia das Necessidades Humanas.
[2] Charles Darwin, (1809 - 1882) foi um naturalista britânico que propôs a teoria da selecção natural e sexual nas espécies. Simplesmente dito: evoluindo há sobrevivência; estagnando há desaparecimento.
HIPNOTERAPEUTA, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, MENTOR EM EMPREENDEDORISMO
www.souterapeuta.com
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