in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2020
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Quando uma criança acorda de manhã, independentemente da noite difícil que teve, acorda cheia de vida, cheia de presença. Incrivelmente cada um de nós já foi assim, então em que momento da nossa vida é que perdemos a alegria genuína, aquela que nos enraíza ao agora, e nos dá vontade de estar cá, presentes em corpo e alma? E como podemos voltar a recuperar a ânsia de querer viver?
Enquanto cresce vai experienciando eventos que o marcam emocionalmente: perdas, percas de confiança, rejeição. Foco-me nos eventos de dor, porque são aqueles que mais intensificam as experiências.
Ao viver estes eventos de dor, automaticamente retira deles um significado. Imagine que um amigo seu da escola o goza enfrente a toda a turma, sente tanta vergonha e rejeição que diz para si próprio que não pode confiar, ou que as pessoas não são de confiança, ou que não existem amigos verdadeiros. Este é só um evento, mas fica registado na sua mente, a dúvida instalou-se. Ao longo da vida vai vivendo mais eventos que o marcam emocionalmente, e que reforçam a dúvida inicial, transformando essa dúvida numa crença. A estrutura base do funcionamento e comportamento.
Como é natural, vive dezenas de eventos que o marcam negativamente ao longo da sua vida, inconscientemente isso cria dentro de si um sentimento de retração. Sente mais medo em viver, mais receio de se magoar. Então fecha-se mais, arrisca menos. E não, não tem a ver com a idade, tem a ver com o significado que atribui aos eventos que acontecem na sua vida.
Repare, existem pessoas que experienciam uma perda de emprego e escolhem criar uma nova carreira, analisam o despedimento como uma oportunidade. Contudo, existem outras que na mesma situação, escolhem ficar agarradas ao emprego que tiveram ao medo que sentiram. O que difere?
Os significados que foram retirando ao longo das suas vidas. Esses significados criaram a base dos seus comportamentos!
Quando está mais retraído perante a vida, ou fechado tem uma maior dificuldade em aceder a sentimentos como a alegria genuína, ou a paixão. Ou quando consegue aceder a eles, logo a seguir a sua mente pede para que volte ao padrão normal, aquele que lhe diz que as coisas boas da vida são só para alguns, que as pessoas o vão trair ou que querem sempre alguma coisa de si. Estes padrões estão tão enraizados que o colocam numa postura de sobrevivência. A paixão e o prazer por estar cá, por estar vivo ficam adormecidos.
Sente-se inspirado quando ouve ou lê a história de uma pessoa que apesar das dificuldades conseguiu aproveitar o melhor da sua vida?
Sente essa inspiração porque existe uma parte sua que sabe que consegue fazer o mesmo, que tem a mesma capacidade, independentemente dos desafios que passou. Reconhece essas proezas no outro porque uma pequena parte sua conhece esse lugar dentro de si. Sabe que em algum momento você já sentiu essa paixão e prazer pela vida. Existe uma parte sua que quer ferozmente agarrar essa parte, então luta dentro de si para que não se esqueça disso. Para que não esqueça que merece o melhor da vida. Essa parte sua sabe que existe paixão e magia no seu dia-a-dia.
Então como alterar?
2020 será sem dúvida um ano que ficará para a história, como sendo provavelmente um dos anos com mais surpresas. Repare como têm reagido os seus padrões: está com mais medo, encolhido? Ou sente-se mais recetivo?
Este ano é possível de uma forma muito prática perceber quais os padrões que estão mais presentes no inconsciente, são esses padrões que impedem que a vida seja mais leve e com mais paixão.
Então qual é o convite que está a ser feito?
Transmutar as mágoas. Largar a luta pela razão interna. Perdoar de coração. Largar a culpa. Assumir a vergonha.
1. Consciência
O primeiro passo para qualquer cura é a consciência, a resistência apenas atrasa o processo. Consciência pelo que cria na vida, consciência pelo que transporta no coração. Não se pode alterar nada vivendo o mesmo estado de consciência, olhe para a sua vida de fora, sem julgamento e perceba o que é necessário alterar.
2. Auto-responsabilização
Este é um dos maiores desafios que pode encontrar neste processo. Assumir a responsabilidade pelo que criou e pelos comportamentos que escolhe viver diariamente. Este não é de todo um processo fácil, exige coragem e verdade. Contudo, posso garantir-lhe que este passo é fundamental para que sinta novamente alegria genuína, e acima de tudo que sinta prazer e paixão por estar cá nesta vida. Lembre-se que a escolha consciente do que sente afeta as pessoas que estão à sua volta, este é o maior legado que pode deixar: um legado de sensações positivas.
3. Transmutação
Enquanto adulto a mochila está muitas vezes cheia de mágoa e de feridas emocionais. O ressentimento e a mágoa bloqueiam a paixão e alegria, a transmutação dessas emoções implica realizar a escolha consciente que já não quer ficar agarrado a essas sensações.
4. Paixão
Para sentir, paixão pela vida necessita de olhar para ela e reconhecer o seu valor, valide diariamente os pequenos prazeres da sua vida. Para ela se encher de magia, os seus olhos precisam de estar com essa intenção.
COACH ESPIRITUAL
www.ligiasilva.com
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