Por Sofia V. Martins
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2017
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Contemos a história de Miguel, nome fictício. Miguel entrou para um grande multinacional na área da cosmética como moço de recados. Pouco mais tinha do que o 9º ano. Mas Miguel tinha um sonho. Ele queria subir na vida. Discreto, mas atento, juntando a tudo isto um sorriso cativante, Miguel tratou de se tornar indispensável. Fazia o que lhe competia e adivinhava as necessidades de quem lhe era superior hierarquicamente, sempre com delicadeza e com uma firmeza que só o foco permite. Aos poucos, foram-lhe dando mais responsabilidade. Miguel aproveitava todas as oportunidades para estudar e aprender um pouco mais do seu ofício. A verdade é que, ao fim de alguns anos, Miguel chegou a Diretor Geral. Foi neste cargo que o conheci. Um homem que mantinha um sorriso tranquilo, justo, atento, um verdadeiro líder. Estava sem dúvida no lugar certo. Poderá o leitor dizer que não há muitas pessoas com a mesma “sorte”. Não há dúvida de que ela existe sim, mas só a reconhece quem nunca desiste de lutar. Quem é fiel aos seus valores, aos seus ideais. À sua luz pessoal. Nesta história verdadeira, reconhecemos o sonho. A paixão. O foco. A vontade que nos ajuda a aguentar as tempestades. E a saber que a paciência tem outro valor se trabalharmos ao mesmo tempo os nossos objetivos.
Por isso, não nos peçam para ter paciência por si só. Porque não há paciência nenhuma para a urgência cega de ter paciência.
A paciência deve ter os seus limites impostos por nós. Aguentar em nada nos fortalece. Bem pelo contrário. Gera doença. Todos podemos ir mais longe. Seguir os nossos sonhos. Mas há que termos a serenidade necessária para aceitar as nossas fases. Podemos sempre integrar as circunstâncias num lugar especial dentro de nós, onde a frustração do momento, a esperança, o amor e a convicção daquilo que queremos dar ao mundo se encontram. Então nasce a cumplicidade interna que nos prepara para o que der e vier. Porque um dia os ventos mudam. E só os pacientes focados estarão no ponto. Os outros, já terão caído para o lado de cansaço e desmotivação. A resistência também tem limites e quando são ultrapassados, o corpo sofre a sério.
Somos pacientes por um objetivo maior. Então o nosso brilho terá a capacidade de sobrevoar o tempo. Estaremos atentos às circunstâncias. Às oportunidades. Tal como Miguel que se recusou a acomodar-se ao rótulo de “rapaz dos recados não vai a lado nenhum”. A paciência precisa do reforço do nosso trabalho interno. Então seremos nós a definir os limites, não ela.
TERAPEUTA E COACH
www.sofiareiki.wordpress.com
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2017
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