Por Emídio Ferra
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2021
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
A nobreza é um dote, na atualidade em estado pervertido, pelas consequências nefastas dos últimos séculos da história da humanidade, mas contínua na sua essência, a ter o significado da inocência do serviço desinteressado, mas comprometido pela abnegação à tribo e ao seu bem-estar.
A relação dos detentores do poder com os recursos monetários e financeiros em geral, tendo-se vindo a subjugar à subversão dos valores essenciais, sociais e humanos, pelo corrompimento dum sentido maior da existência, é fundamental que se elabore uma religação à integridade que as Finanças carecem e, sobretudo merecem.
Na esperada revolução do século XXI, a era de Aquários, no universo financeiro (e também económico), determina a recuperação e a revitalização, essencialmente, dos valores de nobreza, tais como a respeitabilidade, a dignidade, o brio, a honra, a decência e a grandeza de alma e das atitudes perante os outros em geral e particularmente na sociedade.
Portanto, a nobreza monetária (que aqui representa a gestão dos recursos criativos e empreendedores, no universo das trocas e da procura de equidade), é uma inevitabilidade social, e comitativamente a reparação histórica necessária para a revolução de recriar uma sociedade equitativa e responsável, capaz de gerar desenvolvimento económico, social, ambiental e sustentável.
A capacidade de gerar uma visão holística, tendo como ponto de partida, as Finanças (e até mais especificamente o Dinheiro), requer uma reparação conceptual, emocional e espiritual das sociedades globais, tendo como princípio a inclusão de todas as classes e minorias sociais e também a revisão dos valores integrais, exacerbando, num momento inicial, a redistribuição e equidade monetária, e assim revigorando e capacitando os membros de cada família e organização.
Essa é uma revolução que implica uma vitória individual sobre o medo e a apatia cultural, pessoal e comunitária, que se poderá traduzir no conceito do “Florescimento Humano”, impelindo-nos para a comunicação pró-ativa na comunidade e pela assunção da cidadania participativa e responsável.
As relações interpares, tendo em especial atenção à cultura vigente e as instituições do poder contemporâneas, carecem urgentemente de profundas reflexões e da capacidade dos decisores e influenciadores terem a coragem de enfrentar o Status Quo e os paradigmas instituídos, recomeçando uma nova era nas questões pragmáticas e basilares da gestão e cuidados pessoais, comunitários e socias.
Também para atingirmos níveis de transparência e de relações cooperativas e institucionais verdadeiras, é importante focar atentamente os fatores principais da vida e do planeta, priorizando o que há de mais célere e digno à vida e nas relações de proximidade complacentes.
É fundamental, que com a maior brevidade possível, os recursos monetários disponíveis, e a disponibilizar pelas mega organizações globais, sejam convertidos em fundos de participação e de promoção para empreendimentos e empreendedores capazes de fazer acontecer o milagre de uma sociedade saudável e de frutificar projetos com arquétipos adequados às novas realidades humanas e sociais, com o respeito pela natureza e o ambiente e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 2030 (ONU), que possam se tornar numa referência para o modelo das novas entidades económicas e jurídicas de suportes às comunidades e à estrutura organizativa e política.
Nesta visão a integridade financeira, para ser alcançada, implica uma completude dinâmica interpares conjuntamente com uma forte coesão social, para que antes de mais, sejam respeitados os valores pessoais, comunitários, empresariais e também os de abrangência global e planetária, com uma especial atenção pelas particularidades de cada elemento e cada comunidade.
Para além do já citado, para que se implemente a nobreza monetária, na atual realidade mundial, carece que uma simbiose entre o consumo consciente e responsável de cada um, associado a que os reguladores institucionais, políticos e dos mercados, tenham um papel ativo, mas sensato e imparcial, balizados por valores íntegros, simultaneamente com uma monitorização e divulgação das operações realizadas, para garantir a transparência e a participação de todos, garantindo a cidadania ativa, por parte de todos os intervenientes e interessados.
Numa breve sinopse, reforçamos que a integridade vai muito além de uma atitude ética isolada, pois envolve todos os elementos sencientes e as externalidades aí inerentes, que se poderão estender a todo o universo intrinsecamente interligado, como se de uma estrutura atómica se tratasse. Acreditamos que esta visão no mundo financeiro e quando se trata especialmente de dinheiro, é possível e fazível de acontecer, no entanto, carece inequivocamente de uma evolução da humanidade, no âmbito espiritual e de um amadurecimento intelectual e emocional, premiando então uma cidadania ativa, consciente e consequentemente capaz de produzir umas finanças éticas, integras e sustentáveis.
CONSULTOR EM BIOECONOMIA, FINANÇAS E INOVAÇÃO
www.empowertolive.pt
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“Empreendedorismo e Inovação”
in REVISTA PROGREDIR | OUTUBRO 2021
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