
Por Júlio Barroco
in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2013
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)
Não insulte já. A abordagem apresentada defende que as finanças são um espelho da forma como procuramos encarar a vida: numa perspetiva integral. Todas as áreas da nossa vida estão interligadas e têm uma expressão material, desde a recompensa monetária do talento até à serenidade física e psíquica de alguém com um elevado nível de consciência. É nossa responsabilidade perceber as principais ligações que se desenham nas nossas vidas e aprender como influenciá-las a nosso favor.
Como partilhado num artigo anterior, uma das formas mais relevantes passa por diagnosticar a nossa situação pessoal. Em termos muito simples, é fundamental percebermos como gerimos o que recebemos (rendimentos), o que gastamos (gastos), e o que temos à disposição, tanto o que é nosso (ativos), como o que não é (passivos).
Pilar nº 2 - O dinheiro é um meio para fins
Muita da insatisfação que decorre das decisões e caminhos que seguimos para as nossas vidas decorre da perversão deste princípio. Quanto maior a sincera satisfação intrínseca pelo que se faz, maior o preço que se paga por se optar não o fazer, em forma de insatisfação e falta de abundância. Restaurar ou reforçar uma relação saudável com o dinheiro passa obrigatoriamente por alinharmos as utilizações que dele fazemos com a forma pela qual o obtemos, e ambas devem estar ligadas à nossa realização pessoal e àquilo que verdadeiramente somos, vivendo com significado, seja qual for a sua representação para cada um de nós.
Pilar nº 3 - O dinheiro é um símbolo
Desde tempos remotos que se atribuíram propriedades orgânicas e místicas ao dinheiro, começando nos meios de troca, que envolveram materiais tão diversos como o sal (dai a origem do termo salário), dentes de baleia ou, imagine, ratos vivos, até aos processos de o obter, como o exemplo da busca dos alquimistas pela transformação de materiais “inferiores”, como o chumbo, em ouro, padrão de conversão universal de riqueza.
É algo que se convencionou utilizar para efetuar trocas com valor intrínseco, ou seja, para se trocarem “coisas” que diretamente preenchem necessidades, resolvendo o problema de equiparar os diferentes valores atribuídos aos diferentes bens e serviços. Serve para criar um elo de ligação, um ponto comum entre os interessados numa troca para que esta seja possível de forma rápida, eficiente e independente de outras considerações pessoais e interpessoais, possibilitando-a mesmo entre participantes que não nutram sentimentos pessoais ou qualquer outro elo que não seja o interesse em concretizá-la, que é a tónica dominante na esmagadora maioria das transações levadas a cabo nos nossos dias.
Pilar nº 4 – O dinheiro representa confiança
Na medida em que permite o estabelecimento de relações numa base comum entre os intervenientes, o dinheiro representa confiança, um dos conceitos mais fundamentais para as relações em sociedade. E sendo este um substituto para a impossibilidade de laços individuais de confiança entre todos os intervenientes, vem resolver um dilema significativo, permitindo relações de partilha de recursos num contexto geral de baixa confiança.
E podemos encará-lo como sagrado ou profano. Numa perspetiva prática, as suas aplicações podem ser vistas com acolhimento, como quando apreciamos um monumento como o Mosteiro dos Jerónimos ou o Taj Mahal, ou com censura, quando constatamos uma utilização ilegítima, como a utilização ilegal de dinheiros públicos para fins privados. Ou, numa perspetiva psicológica e emocional, se obtido por via de atividades que nos tragam prazer intrínseco, neste caso prazer independente da retribuição monetária, será sagrado, e por todas as que não o façam, profano.
Pilar nº 5 – O dinheiro alimenta-se do fluxo
Tal como as aves, peixes e outros animais pressentem o momento de partirem para outras paragens em busca de melhores condições, o mesmo aprendeu o Homem há milhares de anos, tendo esta tendência acompanhado o modo de viver da nossa raça até ao momento da chamada revolução agrícola, ainda que algumas civilizações tenham conservado esse pendor, traduzindo-se numa fase posterior o movimento em larga escala apenas aos bens em vez de pessoas. Em qualquer contexto a circulação e fluxo de recursos, sejam estes bens alimentares, dinheiro ou informação, ilustram um dos princípios da abundância: o movimento gera riqueza.
A abundância universal é um dos conceitos mais reais e tangíveis que existem, desde as folhas das árvores à prosperidade de quem representa um exemplo a seguir, representando por atributos como a generosidade, a partilha, a criatividade, a capacidade de empreender, de “erguer obra”. O engenho humano é ele mesmo uma expressão deste princípio essencial!

Coach, Consultor, Formador, Autor, Empreendedor
“Sonhar sem Agir é como Amar sem Cuidar”
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in REVISTA PROGREDIR | JULHO 2013